A generalização e o recrudescimento das desigualdades econômicas e sociais nos últimos 30 anos têm sido objeto de intenso escrutínio e atenção acadêmicos, mas ainda não foram, com raras e ainda pouco exploradas exceções, capazes de conduzir a ações políticas efetivas. Tal situação decorre de dois fatos principais: em primeiro lugar, diagnósticos não portam em si soluções automáticas; em segundo lugar, e certamente mais importante, desigualdades especialmente quando extremas são prisioneiras de economias políticas fortemente viesadas em direção aos interesses dos mais ricos.
Este projeto de pesquisa, tendo em vista atender ao convite de refletir sobre formas de enfrentamento das desigualdades em contexto de desigualdades extremas como é o caso brasileiro, pretende se debruçar sobre os seguintes problemas principais – aqui divididos, por razões de clareza, em “questões gerais”, referentes a aspectos globais, e “questões específicas”, referentes ao caso brasileiro.