ODS 5 – Igualdade de Gênero

As desigualdades de gênero afetam a inserção das mulheres no mercado de trabalho, a distribuição da renda e o acesso a direitos básicos. O Projeto IBGE utiliza os dados do Censo Demográfico 2022 para investigar essas disparidades, relacionando-as às desigualdades socioespaciais e econômicas. Esse aprofundamento permite compreender melhor as barreiras enfrentadas pelas mulheres e contribui para a formulação de estratégias que promovam maior equidade.

Projetos específicos:

4.3. Desafios Para As Políticas Públicas Diante Das Transformações Tecnológicas, Demográficas E Ambientais: Análise A Partir Da Dinâmica Ocupacional

Pesquisadores: Amilton J. Moretto e Flávio A. Gaitán

O projeto visa explorar os dados do censo 2022 para levantar evidências que caracterizem o mercado de trabalho local/regional a partir da construção de indicadores de inserção ocupacional, que revele os aspectos que tornam a inserção no mercado de trabalho mais (ou menos) vulnerável para alguns grupos populacionais e as diferenças entre regiões do território.O objetivo geral é contribuir com o aprimoramento da formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas dos vários níveis de governo, especialmente àquelas voltadas ao mercado de trabalho, por meio de evidências que possibilitem a caracterização das diferenças entre as pessoas que se inserem no mercado de trabalho e as diferenças regionais. Espera-se que o conjunto de indicadores resultantes da pesquisa converta-se em ferramentas que auxiliem os gestores públicos no planejamento e na formulação e implementação de políticas públicas de proteção social adequadas às características de cada grupo de trabalhadores e aos diferentes locais/regiões. Quanto ao cenário futuro, o projeto problematiza como as transformações decorrentes da introdução dos avanços tecnológicos, das exigências trazidas pela crise ambiental e a transição demográfica vão moldar o mercado de trabalho, eliminando ocupações ao mesmo tempo em que abrirá novas oportunidades ocupacionais.

Palavras-chave:

Questão norteadora: Como os dados do Censo 2022 traduzem as mudanças ocorridas no mercado de trabalho brasileiro na década passada, e como tais informações permitem construir um quadro dos grupos/pessoas e regiões com maior vulnerabilidade e, portanto, que demandam políticas de proteção?

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:

5.1. Integração de bases de dados do Censo Demográfico e Cadastros Públicos como instrumento de combate à violência intrafamliar contra a mulher

Pesquisadores: Kleber Fernandes de Oliveira, Joice Soares e Paulo de Martino Jannuzzi

A violência contra a mulher é uma das manifestações mais alarmantes do atraso social, afetando mulheres de todas as classes, mas com impactos ainda mais severos entre as mais vulneráveis. Apesar da relevância do tema, a fragmentação dos dados e a falta de integração entre diferentes bases informacionais limitam análises abrangentes e a formulação de políticas eficazes. Este projeto busca superar essas barreiras por meio da integração dos bancos de dados do Cadastro Único (CadUn), do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), da Base Nacional de Dados do Poder Judiciário (DataJud) e do Censo Demográfico 2022. Interessa dessas bases as seguintes variáveis: a) Cadastro Único: Bloco 1 – Identificação e controle, Bloco 2 – Características do domicílio, Bloco 4 – Identificação da pessoa, Bloco 7 – Escolaridade, Bloco 8 – Trabalho e remuneração; b) Sistema Nacional de Agravos de Notificação – filtro em violência interpessoal/autoprovocada: Bloco 1 – Identificação e controle, Bloco 2 – Características sociodemográficas da vítima, Bloco 3 – Tipo de violência, Bloco 4 – Meio de agressão, Bloco 5 – Motivação da agressão, Bloco 6 – local da agressão, Bloco 7 – Parentesco com o agressor; c) Base Nacional de Dados do Poder Judiciário: Bloco 1 – Identificação e controle, Bloco 2 – Marcadores de medidas protetivas; d) Censo Demográfico 2022: 1 – Características habitacionais, 2 – Composição familiar, 3 – Fecundidade, 4 – Educação, 5 – Trabalho e, 6 – Renda. Ao consolidar informações de distintas fontes, será possível desenvolver análises diagnósticas, prognósticas e preditivas que aprimorem as políticas públicas de apoio às vítimas, além de permitir ações preventivas mais eficazes. A proposta se inspira na experiência bem-sucedida do programa CMAIS MULHER, implementado em Sergipe, e visa ampliar a capacidade do Estado em identificar padrões de violência, perfis de agressores e vítimas, além de subsidiar a formulação de estratégias mais eficientes de combate e prevenção. A pesquisa está alinhada com dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: a Igualdade de gênero (ODS 5), que visa combater a violência contra as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas (Objetivo 5.2), e Paz, justiça e instituições eficazes (ODS 16), que busca reduzir todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares (Objetivo 16.1), bem como a promoção do Estado de Direito e acesso à justiça (Objetivo 16.3). Dessa forma, o projeto contribui para transformar a abordagem da violência contra a mulher, fortalecendo a gestão pública com informações qualificadas e integradas.

Palavras-chave: Violência de Gênero. Integração de Dados. Políticas de Segurança. Prevenção. Inclusão Social.

Questão norteadora: A questão norteadora da pesquisa é essencialmente operacional, uma vez que propõe desenho metodológico para integração de bases de dados que contenham informações de violência contra a mulher. Centrando-se na violência praticada por parceiro íntimo, a pesquisa utiliza dados oriundos do Cadastro Único, Sistema de Justiça, de governos estaduais e Censo Demográfico para superar o contexto informacional contraditório: instâncias públicas, como Tribunais de Justiça, Delegacias de Polícia e Secretarias Estaduais ou Municipais, produzem os dados sobre violência contra a mulher para fins operacionais específicos. Isto resulta em bases de dados fragmentadas, pouco comparáveis entre si e, portanto, insuficientes para suportar análises diagnósticas e prescritivas que compreendam a violência contra a mulher em sua complexidade. Assim, propõe adotar o Cadastro Único do Governo Federal como base comum de dados socioeconômicos e, a partir dele, relacionar outros bancos de dados originados da Justiça ou de governos estaduais e municipais.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: