Como parte das atividades do Programa de Memória dos Movimentos Sociais, esse curso tem como objetivo analisar questões que envolvem o conflito social, o uso do direito e dos aparatos de Estado e os usos da força física e simbólica. A preocupação com os dominados em geral é a força motriz e o foco principal é pela reunião de conhecimentos sobre o Estado, o conhecimento das sociedades e as origens das políticas sociais modernas.
Há também um enfoque nos grupos e agentes interessados na regulação social. Dentre estes agentes certamente aparecem os representantes políticos dos interesses das classes dominantes diante de desafios colocados pelas classes subalternas. Mas sobretudo o aparato burocrático, que dá importância ao papel que têm grupos intelectuais criadores de conhecimentos apropriáveis por políticas sociais de que a burocracia necessita para seus fins de regulação social.
O curso também contemplará a presença dos movimentos sociais no jogo das políticas sociais.
Esse curso acontece paralelamente ao projeto de pesquisa “Movimentos cruzados e histórias específicas de operários e trabalhadores rurais”, que é também coordenado pelos professores da disciplina. Alguns pesquisadores de temas que se situem em torno das problemáticas enfrentadas pelo projeto estarão presentes como palestrantes.
Quanto à metodologia, a disciplina está organizada em duas partes. A primeira consiste em cinco sessões iniciais sob forma de discussões de leituras de Bourdieu, Weber, Abelès, Gluckman – entre outros (a bibliografia será disponibilizada em breve). A segunda contará com a participação de palestrantes convidados segundo temas de sua especialidade que sejam pertinentes ao curso.
Dentre os temas a serem abordados pelos palestrantes estão:
• O avanço das igrejas neo-pentecostais sobre as classes populares nos dias de hoje;
• Comparações entre as histórias sindicais urbana e rural de trabalhadores;
• O movimento sindical de trabalhadores rurais e as centrais sindicais nos anos 80;
• As gerações de sindicalistas metalúrgicos no ABC paulista;
• Conflitos e justiça do trabalho ontem e hoje;
• A antropologia visual entre trabalhadores urbanos e rurais;
• A questão da propriedade rural e urbana; a concentração de terras e sua estrangeirização;
• A questão dos conflitos decorrentes da mineração;
• A questão previdenciária;
• Os intelectuais públicos e a defesa da democracia.
A disciplina será oferecida pelo PPGSA, com a designação de Cultura Política, e pelo PPGAS, como Antropologia dos Modos de Regulação Social (MNA826). Para alunos da UFRJ, ela estará disponível para inscrição no SIGA, a partir do dia 18/02, alunos externos devem procurar as secretarias dos programas.
Dia: 6ª feira
Horário: 13:00 às 16:00
Local: O curso tem como sede o Colégio Brasileiro de Altos Estudos
O curso é iniciativa dos professores José Sergio Leite Lopes e Beatriz Heredia, diretor e vice-diretora do CBAE, respectivamente.
Maiores informações: ensino@cbae.com.br