Déficits, Dívida e Retomada do Crescimento: a Moderna Teoria da Moeda

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O Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu, no dia 26 de novembro, o economista norte-americano Randall Wray, com sua palestra: Déficits, Dívida e Retomada do Crescimento: a Moderna Teoria da Moeda como alternativa.

Wray é pesquisador do Levy Economics Institute do Bard College e um dos principais autores da Teoria Moderna da Moeda. Suas pesquisas concentram-se na crítica da Teoria Política Monetária Ortodoxa, desenvolvendo uma abordagem alternativa de análise. O autor é mundialmente reconhecido por publicar extensivamente a respeito dos domínios de política de pleno emprego e, de um modo geral, sobre política fiscal.

A mesa teve como debatedor o também pesquisador do Levy Economics e professor da UERJ Leonardo Burlamaqui. O evento aconteceu às 17h30, nas instalações do CBAE: Av. Rui Barbosa 762, Flamengo – RJ.

Ciclo Desastres e Mudanças Climáticas | Debate de Encerramento

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Debate de encerramento do curso

O debate de encerramento do curso “Desastres e Mudanças Climáticas: construindo uma agenda”, que aconteceu no dia 18 de novembro, contou com a presença das pesquisadoras Déborah Danowski, Moema Miranda e Isadora Mefano.

A geógrafa Isadora Mefano foi a primeira expositora da mesa, abordando os impactos dos desastres ambientais tanto na saúde da população quanto nas estruturas de atendimento, cujo colapso pode afetar também os profissionais de saúde. Nesse sentido, os fenômenos extremos desencadeados pelas mudanças climáticas são muito preocupantes, pois aumentam a probabilidade de doenças e mortes associadas ao aumento da temperatura e à poluição do ar, de enfermidades transmitidas por vetores, roedores, água e alimentos contaminados, e de efeitos mentais, nutricionais e infecciosos diversos na saúde, entre outros. Ela concluiu que a baixa capacidade de prevenção e resposta a desastres no Brasil e em outros países em desenvolvimento se mostra uma imensa vulnerabilidade quando consideramos a intensidade e imprevisibilidade dos eventos associados à alteração climática.

Na sequência, a filósofa Déborah Danowski tratou do problema do negacionismo climático, propondo uma ressonância com outros dois negacionismos de acontecimentos trágicos de nosso tempo: a saber, o negacionismo do Holocausto e o da situação deplorável em que se encontram os animais no Antropoceno (seja pela aniquilação a que estão submetidos devido à destruição de seus habitats e populações, seja por sua criação, confinamento e extermínio em massa pela pecuária industrial, seja pela tortura e morte a que estão submetidos nos testes industriais e científicos). Nos três casos de negacionismos, são empregados dispositivos de dessensibilização que justificam e dissimulam a crueldade dirigida a tantos não-humanos e a tantos humanos considerados sub-humanos. Para lutar contra essa aniquilação generalizada, precisamos nos aliançar às vítimas do negacionismo ecocida e do fascismo, lutando juntos por um mundo mais justo e diverso.

Por sua vez, a antropóloga Moema Miranda falou da crescente preocupação, no âmbito da Igreja Católica, com o colapso ecológico e a violação dos direitos dos povos minoritários e mais vulneráveis. Tal preocupação se reflete muito claramente na Laudato Si’, a encíclica publicada pelo Papa Francisco em 2015 que traz, entre suas mensagens principais, a ideia de que o ser humano não está dissociado da Terra: tudo está conectado. Essa abordagem, chamada no texto de ecologia integral, orientou também a realização do Sínodo da Amazônia, evento de líderes católicos no qual se discutiu a situação daquela “terra disputada”, como chamou o papa: é preciso apoiar os povos da floresta na resistência contra a destruição provocada pela avidez do grande capital. Tanto a encíclica como o Sínodo, avalia Moema, apontam para um grande interesse da Igreja Católica em promover um mundo mais justo e plural, com base no reconhecimento que as lutas por justiça ecológica e social acontecem juntas.

O material de apoio das aulas anteriores do curso, assim como a bibliografia recomendada, estão disponíveis em: https://bit.ly/2H9J8Di.

Brasil manchado de óleo: debate sobre um dos mais graves desastres socioambientais do país

11 NOV – SEG – 17H30

Com a participação do debatedor Luiz Pinguelli Rosa (COPPE/UFRJ), Suzana Kahn (COPPE/UFRJ), Luiz Landau (COPPE/UFRJ), Rodrigo Leão de Moura (Biologia/UFRJ e REDE ABROLHOS), Eliete Paraguassu (Pescadora quilombola-BA), o evento teve como proposta a discussão sobre os vazamentos de óleo que atingem o litoral brasileiro.

Onde?  [Presencial] Colégio Brasileiro de Altos Estudos, prédio sede, Salão 1, Av. Rui Barbosa 762

Brasil manchado de óleo

 

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Governo omisso e racismo ambiental: o que as manchas de óleo revelam sobre o Brasil atual  

Fórum reúne pesquisadores e ativista para debater o derramamento de óleo no litoral do país

Há mais de dois meses, o litoral brasileiro vêm sofrendo com o derramamento de petróleo cru que já atingiu 111 municípios de todos os nove estados do Nordeste e do Espírito Santo. Diante do grave desastre, o Fórum, em parceria com a COPPE/UFRJ, reuniu especialistas, ativistas e a comunidade acadêmica com objetivo de debater e pensar caminhos para reduzir os impactos do problema. O evento faz parte do curso Desastres e Mudanças Climáticas e aconteceu na sede do Fórum, no Flamengo. Entre as questões levantadas, os pesquisadores destacaram a inação do governo, a falta de articulação estratégica entre setores e a necessidade de aproximação entre universidade e sociedade. 

O vazamento de petróleo é mais um desastre ambiental que entra para a lista dos ocorridos recentemente no país. Entre os últimos estão o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, os deslizamentos de encostas na região da serra fluminense e os incêndios na Amazônia. O óleo cru apareceu pela primeira vez em 30 de agosto, mas sua origem ainda é desconhecida. O que se sabe é que foi despejado na fronteira entre Sergipe e Alagoas, em uma área distante da costa brasileira entre 600 km e 700 km. A descoberta foi feita pelos pesquisadores do Laboratório de Métodos Computacionais e Engenharia (Lamce), vinculado à COPPE, com o uso de satélites, computação avançada e modelos matemáticos. 

Ao longo do debate, os participantes criticaram a omissão do governo diante do problema. A demora para iniciar as ações tem se tornado frequente. Autoridades têm adotado o modo emergencial em prol de práticas preventivas de monitoramento que, segundo os pesquisadores, deveriam ser consideradas. “A universidade tem profissionais e tecnologia suficientes para atuar”, assegurou Luiz Landau, professor e pesquisador da COPPE e coordenador do Lamce. A capacidade das universidades e centros de pesquisa é comprovada há anos. Segundo os professores, o problema central é de natureza política. “O que o governo fez foi uma omissão, ele tem uma atitude antiambientalista, faz afirmações absurdas e descabidas”, criticou o ex-diretor da COPPE, Luiz Pinguelli Rosa. “Há uma falta de percepção de que não há desenvolvimento econômico se a gente não ligar para o meio ambiente”, afirmou a vice-reitora da COPPE, Suzana Kahn. 

Para Tatiana Roque, coordenadora do FCC, torna-se mais difícil encontrar medidas razoáveis de prevenção e contenção de danos em um cenário político como o atual. “Estamos vivendo uma situação urgente em tempos que não são normais. Um período em que o governo é negacionista e que a gente tem as autoridades contra o discurso oficial  da ciência”, afirmou. 

Rodrigo Leão de Moura, professor do Instituto de Biologia da UFRJ, pesquisador da COPPE e coordenador da Rede Abrolhos, questionou o discurso do governo federal de que não havia mais o que fazer após o vazamento a não ser esperar: fala que, segundo ele, “comprova a postura de conveniência e falta de interesse” por parte das autoridades. O biólogo defendeu que eventos com essa proporção deveriam mobilizar todos os setores, em atuação conjunta: órgãos públicos, iniciativa privada e voluntários. “De 30 de agosto até hoje a resposta tem sido para lá de medíocre”, afirmou o pesquisador. 

Moura citou ainda a data da primeira nota publicada pelo Ibama (25 de setembro) referindo ao acidente, quase um mês depois da primeira aparição do óleo e quando mais da metade do litoral do nordeste já havia sido afetada. Mais recentemente, o óleo atingiu o Banco de Abrolhos, no sul da Bahia. Com uma das maiores biodiversidades marinhas do mundo, a reserva já sente os impactos, que reverberam também nas comunidades locais. “25 mil famílias  dependem da saúde daquele ecossistema [de Abrolhos] para sobreviver”, revelou Moura, lembrando que atividades como a pesca tornam-se inviáveis com a contaminação do mar. 

“Não é acidente, é crime. Eles sabem o que estão fazendo” 

 

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“A chegada desse óleo não é surpresa”. É o que afirma Eliete Paraguassu, pescadora quilombola da Ilha de Maré (BA) e integrante da Articulação Nacional das Pescadoras e do Movimento de Pescadores e Pescadoras. “Eles dizem: foi um acidente. Não é acidente, é crime. Eles sabem o que estão fazendo” assegurou a marisqueira, para quem a questão revela outros problemas de ordem econômica e social. A costa baiana conta com inúmeros poços de petróleo, tendo a segunda maior bacia do país em volume de barris e a produção provoca reflexos nas dinâmicas das comunidades tradicionais localizadas no litoral do estado (disputas territoriais, desastres ambientais). “A gente sabe que existe um racismo ambiental. Quem vive ali [na Ilha de Maré] são pessoas negras, índias e esses corpos não importam. A carne mais barata é a carne negra e isso se configura nessa comunidades tradicionais”. 

Além de ser fonte básica de renda, a pesca define o modo de vida e a cultura desses grupos vítimas que sofrem o impacto direto do desastre. “A gente está falando de pessoas. São toneladas de petróleo que estão assentadas nos estoques pesqueiros dessas comunidades. Elas são as guardiãs desses territórios”. Ao falar do vínculo profundo com os recursos naturais, a pescadora explicou: “É a natureza que determina a hora que a gente vai, a hora que a gente vem. Essa relação não pode se perder em nome de dinheiro e desenvolvimento”, referindo-se ao inúmeros poços de extração de petróleo instalados próximos à região. Para a quilombola, há um silenciamento das comunidades tradicionais por parte da sociedade e da mídia. “São eles [pescadores] que estão coletando todo o lixo. E não fomos nós que jogamos no mar. A gente vai continuar jogando nossos corpos para tirar esse óleo, porque é nossa fonte de renda. Se esse óleo chegar, são 15, 20 anos para o sistema se recompor”, lamentou Eliete. 

 

O que fazer? 

Além do Plano de Plano de Contingência Nacional (PNC), que, segundo os especialistas deveria estar sendo seguido, é preciso aproximar a universidade da sociedade e assim mobilizar a população. “É nosso papel tentar o máximo possível transmitir o nosso conhecimento e trazer um número maior de pessoas para perto de nós”, lembrou Suzana Kahn. É o que o Fórum tem tentado fazer, segundo Tatiana Roque: concretizar a aproximação entre academia e sociedade, em iniciativas como o próprio evento e o curso, que tem como objetivo final elaborar uma agenda de ações acerca das mudanças climáticas. 

A reinclusão dos membros das sociedades tradicionais nas ações e projetos da academia também são vistos como estratégia crucial. “Quem conhece realmente o mar é quem vive no mar”, afirmou Landau. “Enquanto acharem que comunidades tradicionais não podem contribuir nessas pesquisas, a gente vai ter dificuldade. Se a academia não estiver a serviço da natureza e das pessoas de fato, não serve”, completou. 

Eliete revelou que já há relatos de famílias passando fome e que o estado é de crise e garantiu que sem posicionamento e ação por parte dos diferentes setores da sociedade, o quadro é irreversível: “Se a gente não fizer essa luta e defender esse território, vão tomar esse lugar da gente. O Movimento de Pescadores vai continuar ocupando e denunciando, porque é isso que nos cabe. A luta pelo meio ambiente não é só nossa. Vocês precisam enquanto povo da cidade, também fazer essa luta. A gente é que fica na ponta cuidando do meio ambiente para vocês. E a sociedade não fala sobre isso”. 

 

Reportagem: Victor Terra 

Fotografia: Eneraldo Carneiro

 

Direitos Autorais, Pesquisa e Inovação

01 NOV – SEX – 15H

Contou com a presença e apresentação do professor Sean Flynn, diretor do Programa Information Justice and Intellectual Property (PIJIP) da American University Washington College of Law, pesquisador do Creative Commons USA e Chair da Global Expert Network of Copyright User Rights e teve como debatedor o professor Dr. Allan Rocha de Souza (PPED/UFRJ – UFRRJ/ITR – INCT Proprietas).

Onde?  [Presencial] Colégio Brasileiro de Altos Estudos, prédio sede, Salão 1, Av. Rui Barbosa 762

Ciclo Desastres e Mudanças Climáticas | O Antropoceno e outras

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Foto: Eneraldo Carneiro/FCC

 

“O Antropoceno e outras histórias do (fim do) mundo” (Alyne Costa)

A última aula do módulo III do curso “Desastres e Mudanças Climáticas: construindo uma agenda” aconteceu no dia 4 de novembro. A filósofa Alyne Costa, pesquisadora vinculado ao CBAE, começou sua exposição relembrando o que já havia sido falado, ao longo das aulas anteriores, sobre o Antropoceno, a época geológica que o planeta pode ter adentrado devido aos impactos da civilização tecno-industrial sobre seus processos ecológicos. Mas alegando que precisamos conseguir imaginar o que já nos tornamos capazes de fazer (como propunha Günther Anders a respeito da ameaça nuclear), ela recorreu a um texto de Peter Forbes para mostrar que, até 2100, é provável que haja uma quantidade de CO2 na atmosfera equivalente à que existia durante o Cretáceo (entre 145 e 65 milhões de anos atrás). Como era o mundo naquela época e o que ele se tornará diante de transformações tão bruscas e profundas?

É preciso falar da possibilidade de fim do mundo – ou, como muitos dizem, do apocalipse – para tentar impedir que ele se realize. Para evitar que o Antropoceno se converta no fim dos tempos, temos que aprender a contar outras histórias e a estabelecer outras relações para melhor viver com os seres humanos e não humanos que constroem a história da Terra.

Alyne então mostrou que, em certo sentido, o Antropoceno decreta sim alguns fins, como o fim da oposição natureza-cultura; da ideia de que somos uma humanidade independente dos seres com quem existimos (somos húmus, não Homo ou anthropos, como diz Donna Haraway); da pretensa validade universal da concepção de mundo ocidental – outros povos não são apenas culturas, mas mundos legítimos; e o fim da imagem de um mundo natural inerte revelado pela ciência. No Antropoceno, o homem não pode mais ser considerado o único agente da história; e fazer as histórias dessas outras agências penetrarem na narrativa oficial da nova época geológica é abrir caminho para outras explicações sobre como chegamos até aqui e sobre o que fazer, como propuseram os historiadores Christophe Bonneuil e Jean-Baptiste Fressoz.

Essas outras histórias podem nos fazer ver que, apesar de o Antropoceno ser o nosso tempo – não é uma crise que vai passar -, precisamos aprender a conviver com o problema, herdá-lo sem negá-lo. Mais que nutrir sonhos de salvação generalizada, talvez possamos reconhecer que há ainda muita vida em meio à devastação. Por isso, precisamos experimentar uns com os outros maneiras mais justas de conviver, criar modos mais atentos de estar no mundo, estabelecendo alianças que favoreçam restaurações ecológicas e ressurgências da vida num planeta degradado.

O material de apoio dessa aula e das anteriores, assim como a bibliografia recomendada, estão disponíveis em: https://bit.ly/2H9J8Di.

 

 

Capacidades Estatais e Inovação

23 e 24 OUT – QUA e QUI

O evento foi uma realização do Núcleo de Políticas Públicas: Análise e Avaliação (NUPPA), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT PPED), em associação com o INCT de Inovação em Doenças de Populações Negligenciadas (INCT IDPN) e o INCT Proprietas, com a colaboração do CBAE/UFRJ. 

Onde?  [Presencial] Colégio Brasileiro de Altos Estudos, prédio sede, Salão 1, Av. Rui Barbosa 762

Ciclo Desastres e Mudanças Climáticas | Como confiar na ciência na

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Foto: Eneraldo Carneiro/FCC

 “Confiar na ciência: como recuperar uma visão positiva sobre o futuro humano neste planeta?” (Tatiana Roque)

No dia 21 de outubro, a professora Tatiana Roque começou a terceira aula do módulo III do curso apresentando dados de uma pesquisa realizada em 144 países que mostra que estamos vivendo hoje uma crise de confiança na ciência. Se o percentual geral de desconfiança em relação à produção científica é de 28%, no Brasil ele chegou a 35% dos entrevistados. Além disso, ainda no país, uma em cada quatro pessoas afirmaram não se sentirem beneficiadas pelo trabalho dos cientistas. A professora afirmou, assim, que tal crise de confiança não se deve à ignorância ou falta de informação, como se poderia concluir um tanto apressadamente; ela se dá sobretudo por uma baixa percepção da contribuição da ciência para uma vida melhor, além de refletir também uma descrença generalizada na democracia e na política. Por isso, a ciência precisa pensar estratégias para reconquistar a confiança da sociedade e demonstrar que pode oferecer respostas aos problemas que enfrentamos hoje.

Tatiana demonstrou, na sequência, que a atitude das pessoas comuns diante do especialista mudou com a internet. Além disso, não se sustenta mais a imagem da ciência como prática neutra, desinteressada e universal. Nesse contexto, dúvidas a respeito de verdades científicas, como as mudanças climáticas, acabam proliferando, impulsionadas por grupos ou indivíduos adeptos do chamado negacionismo climático, o que acaba retardando a adoção de medidas para conter o aquecimento global. Para combater o negacionismo, em vez de simplesmente afirmar a autoridade da ciência, a professora sugere que os cientistas explicitem por que seus métodos são confiáveis e mostrem que a ciência é uma aliada importante na conquista de um futuro melhor.

Recorrendo a episódios da história da ciência, a professora mostrou que a legitimidade conquistada pela ciência ao longo dos últimos três séculos se deveu a seu êxito em mostrar que poderia contribuir para um mundo desejável. Para enfrentar as mudanças climáticas, esse pacto de confiança precisa ser renovado, e para isso é essencial que a ciência saiba demonstrar seu valor na construção de um futuro mais justo e inclusivo.

O material de apoio dessa aula, assim como a bibliografia recomendada pela professora, estão disponíveis em: https://bit.ly/2H9J8Di.

 

NUPPA 2019 – 3º Seminário “Capacidades Estatais e Inovação”

Programa NUPPAA 2019

Nos dias 23 e 24 de outubro, no CBAE (Av.Rui Barbosa, 762 – Flamengo) aconteceu o 3º Seminário “Capacidades Estatais e Inovação”

O evento foi uma realização do Núcleo de Políticas Públicas: Análise e Avaliação (NUPPA), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT PPED), em associação com o INCT de Inovação em Doenças de Populações Negligenciadas (INCT IDPN) e o INCT Proprietas, com a colaboração do CBAE/UFRJ.

O 3º Seminário “Capacidades Estatais e Inovação” reuniu atores públicos e privados com atuação em análise e avaliação de políticas públicas, incluindo: professores, pesquisadores, gestores públicos governamentais, do terceiro setor, estudantes de pós-graduação e profissionais realizando pós-doutorado, no Brasil e no exterior, bem como as redes afins como a Rede Pró-Rio, e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e do Brasil.

 

 

 

Ciclo Desastres e Mudanças Climáticas | Mudanças climáticas: onde

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Foto: Eneraldo Carneiro/FCC

 

 “Mudanças climáticas: onde estamos e onde queremos chegar” (Joana Portugal Pereira)

No dia 14 de outubro, Joana Portugal Pereira iniciou a segunda aula do módulo III do curso apresentando os dados científicos que evidenciam as mudanças antropogênicas no clima. Ela mostrou também os países e setores da economia mais poluentes, lembrando que o aquecimento global não se trata de um problema futuro: já estamos sentindo os perigosos efeitos de um planeta mais quente, como a maior incidência de eventos extremos, perda de vegetação, insegurança alimentar e doenças, entre outras consequências.

Na sequência, a professora explicou que, para evitar o agravamento dessa situação, é preciso manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5ºC estabelecido no Acordo de Paris, o que demanda esforços de redução de emissões muito mais ousados que os estabelecidos voluntariamente pelos países signatários. Isso porque, se mantivermos a trajetória de emissões atuais, o planeta provavelmente aquecerá mais de 3ºC até 2100, situação em que estaremos sujeitos a problemas socioambientais dramáticos (sobretudo as populações mais pobres e vulneráveis).

Joana, por fim, apresentou as propostas atuais para estabilizar a temperatura global, com base nos cenários projetados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), explicando também as estratégias mais discutidas para alcançar tal objetivo. Entre elas, se destacam a expansão das energias renováveis e as tecnologias de produção de bioenergia com armazenamento e captura de carbono (mais conhecidas por sua sigla em inglês, BECCS). Além disso, outras medidas eficazes na redução das emissões de CO2 já podem ser implementadas imediatamente, como escolhas mais conscientes em termos de mobilidade e alimentação – por exemplo, não usar o carro uma vez na semana e reduzir o consumo de carne e derivados do leite.

O material de apoio dessa aula, assim como a bibliografia recomendada pela professora, estão disponíveis em: https://bit.ly/2H9J8Di.