Greves de Canavieiros e Metalúrgicos: passado e futuro

Projeto Greves ABR

 

A 1ª reunião de pesquisa do projeto “Greves de Canavieiros e Metalúrgicos: passado e futuro” foi realizada nos dias 8 e 9 de abril, no Centro Social de FETAPE, na cidade de Carpina em Pernambuco. Pesquisadores de diferentes universidades brasileiras se reuniram para analisar os ciclos grevistas iniciados nas regiões de São Paulo, do ABC paulista e de Pernambuco no final da década de 1970.

Sob o título “Movimentos Cruzados e histórias específicas de operários e trabalhadores rurais. Análise comparativa dos ciclos de greves iniciados pelos metalúrgicos de São Paulo e do ABC paulista e pelos canavieiros de Pernambuco no final dos anos 70”, o projeto pretende fazer uma comparação entre os ciclos de greve de canavieiros e metalúrgicos do final do período, pensando a relação geracional da memória nas greves dos sindicatos. Além de pesquisadores, participam também antigos militantes da época e das diretorias atuais.

A pesquisa é interdisciplinar e faz parte do programa Memória dos Movimentos Sociais (Memov). Reúne pesquisadores de universidades como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Estadual Paulista (Unesp-Osasco), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade de São Paulo (USP).

A próxima reunião deverá ocorrer nos dias 2 e 3 de maio, a partir das 9h, na cidade de São Paulo.

Ciclo Memória | Reparação: testemunho, escuta e reconhecimento

 

  FCC1364

Foto: Bira Soares/FCC

 

Aconteceu na sexta-feira, dia 12 de abril, a mesa “Reparação: testemunho, escuta e reconhecimento”, parte do ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos”.

A mesa contou com as participações de Dulce Pandolfi, Fabiana Rousseaux, Mariana Tello e Vera Vital Brasil. Coordenada por Felipe Magaldi, da Universidade Nacional de Córdoba, a sessão levantou questões relativas às diferentes políticas de reparação implementadas desde a luta pela Anistia. As vítimas da violência de Estado no presente e os diferentes mecanismos de reparação econômica, moral e psicológica também foram temas do debate.

Dulce Pandolfi é historiadora e presidente do Conselho Curador do Ibase. Foi pesquisadora e professora da Fundação Getúlio Vargas, atuando tanto na graduação quanto na pós-graduação, entre 1976 e 2018. Militou na resistência ao regime no movimento estudantil e na Ação Libertadora Nacional, a ALN. Presa no DOI-CODI e no DOPS em 1970, depôs à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro em 2013.

Fabiana Rousseaux é psicanalista, especializada no atendimento psicossocial a vítimas de violações de direitos humanos, especialmente delitos de lesa humanidade e terrorismo de Estado. Foi fundadora e diretora do Centro de Asistencia a Víctimas de Violaciones de Derechos Humanos Dr. Fernando Ulloa, dependente do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos da República Argentina. Atualmente gere a Associação Civil Territórios Clínicos da Memória.

Mariana Tello é antropóloga, professora da Universidad Nacional de Córdoba e investigadora do CONICET. Foi associada ao Centro de Memoria Popular “La Perla”, antigo centro clandestino de detenção, tortura e desaparição de pessoas na região de Córdoba. Possui diversos trabalhos acadêmicos premiados sobre antropologia, violência política e direitos humanos, assim como participação no movimento social de filhos de mortos e desaparecidos H.I.J.O.S. 

Vera Vital Brasil é psicóloga clínico-institucional, atualmente membro da Equipe Clínico Política do Rio de Janeiro e do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça. Participou ativamente do movimento estudantil universitário no final dos anos 1960. Foi presa no DOI-CODI do Rio de Janeiro e exilada no Chile. Integrou a Equipe Clínico Grupal Tortura Nunca Mais do RJ (1991-2010) para atendimento de pessoas afetadas pela violência de Estado durante a ditadura. Coordenou o Projeto Clínicas do Testemunho do Rio de Janeiro, da Comissão de Anistia/Ministério da Justiça.

O ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” foi coordenado pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino.

Ciclo Memória | Políticas de Memória: como o Estado narra o passado?

 FCC1056

Foto: Bira Soares/FCC

 

A palestra “Políticas de Memória: como o Estado narra o passado?”, pertencente ao ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos”, foi realizada na sexta-feira, dia 5 de abril.

O debate, que contou com Carla Borges, Maurice Politi e Sandra Raggio, tratou das diferentes experiências de museus, sítios de memória e memoriais no Brasil e na Argentina, além de discutir políticas de educação para a memória voltadas para os jovens e seu papel na luta pela não-repetição.

Carla Borges foi coordenadora de Direito à Memoria e à Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo. Hoje faz parte do Instituto Vladimir Herzog, atuando como coordenadora de projetos.

Maurice Politi é diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política, com sede em São Paulo. Anteriormente, dirigiu o Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo.

Sandra Raggio integra atualmente a Comisíon Provincial por la Memoria de La Plata e coordena o projeto Jovenes y Memoria, voltado a investigação das memórias do passado recente e a violações de Direitos Humanos. Foi também assessora da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados da Nação Argentina.

O ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” foi coordenado pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino.

 

 

Palestras

Nessa página é possível encontrar a relação das palestras ministradas durante o curso, com fotos, vídeos, áudios e documentos.

Ciclo Memória | Entre as lutas sociais e a estatização da memória

DSC 0009e

Foto: Lígia Monteiro/CBAE

 

No dia 29 de março, sexta-feira, aconteceu no CBAE a sessão “Entre as lutas sociais e a estatização da memória“, com as convidadas Ana Guglielmucci, Ludmila Catela e Regina Novaes. Foram debatidos os temas das ditaduras no Brasil e na Argentina, e seus respectivos processos de estatização da memória, além de seus reflexos nos dias atuais.

Ana Guglielmucci é doutora em Antropologia pela Universidade de Buenos Aires, com pós-doutorado no Departamento de Antropologia na Universidade de los Andes, em Bogotá. É atualmente investigadora adjunta do CONICET, e desenvolve pesquisas sobre os debates museográficos e comemorativos em torno da representação da violência política e da desaparição forçada na Argentina e na Colômbia. Foi assessora de projetos governamentais nas áreas de memória e promoção de direitos humanos em Buenos Aires.

Ludmila Catela é professora e pesquisadora da Universidade Nacional de Córdoba (UNC) e do CONICET. Doutora em Antropologia Cultural e mestre em Sociologia pela UFRJ, já foi diretora do Museu Nacional de Antropologia da UNC, onde atua hoje como pesquisadora, e do Arquivo Provincial da Memória de Córdoba. Seus diversos trabalhos publicados se voltam para os temas de violência, situações limite e memória.

Regina Novaes foi professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do IFCS, presidente do IBASE e do ISER. É graduada em Ciências Sociais e mestre em Antropologia Social pela UFRJ, e doutora em Antropologia Social pela USP. Atua hoje como professora visitante da UNIRIO, e também já lecionou na PUC-Rio e na Universidade Federal da Paraíba.

O ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” foi coordenado pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino. As sessões acontecem às sextas-feiras, às 14h, no CBAE.

 

Seminário Arte, Memória, Verdade e Justiça

cmahoseminario

 

O Seminário “Arte, Memória, Verdade e Justiça” foi realizado no dia 28 de março, ocasião do assassinato do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, por policiais militares em 1968, pouco antes da promulgação do AI-5; data oportuna para pleitear a continuidade das políticas de memória na interseção entre o conhecimento universitário, os movimentos sociais e as instituições culturais.

O evento reuniu importantes nomes  para debater a contribuição das artes no fim da ditadura e na luta por memória; convidando artistas, produtores culturais e pesquisadores em artes e ciências sociais com trabalhos vinculados à temática. Atentou-se à discussão sobre as práticas e sociabilidades artísticas nas décadas da repressão, bem como aquelas relativas à luta por memória, verdade, justiça e reparação na atualidade, expressando suas contiguidades criativas. 

Além disso, contou também com uma exposição de cartazes da Anistia e documentos censurados e apresentações teatrais de estudantes da UFRJ e do grupo “Militantes em Cena”. Resultado da parceria entre o Instituto de Antropologia da Universidade Nacional de Córdoba (UNC) e o Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ (CBAE/UFRJ), o evento aconteceu no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica.

 

Seminário Arte, Memória, Verdade e Justiça

 
 

Ciclo Memória | Memória, Verdade e Justiça no Brasil e na Argentina

d190322 041

Foto: Eneraldo Carneiro/ Forum UFRJ

 

A primeira palestra do ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” aconteceu no dia 22 de março, com as convidadas Liliana Sanjurjo, Desirée Azevedo e Adriana Vianna. Sob o tema “As lutas pela memória, verdade e justiça no Brasil e na Argentina”, as palestrantes apresentaram seus trabalhos e construíram um debate sobre as questões e exeriências que os cercam.

Doutora em Antropologia Social pela Unicamp, Liliana Sanjurjo atua hoje como pesquisadora de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ. Sua pesquisa se volta para os temas de memória, violência e a mobilização de familiares de vítimas da violência de Estado na busca pela verdade. É autora do livro “Sangue, Identidade e Verdade: memórias sobre o passado ditatorial na Argentina”, lançado em 2018. 

Desirée Azevedo é pesquisadora nas áreas de Antropologia Urbana e História Contemporânea, sobre o viés das experiências e processos sociais de gestão da violência estatal. Atualmente vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unifesp, é graduada em História pela UFF e doutora em Antropologia Social pela Unicamp. Publicou em 2018 o livro “Ausências incorporadas: etnografia entre familiares de mortos e desaparecidos políticos no Brasil”. 

Adriana Vianna é professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional. Desenvolve e orienta pesquisas em áreas relacionadas à Antropologia do Estado, das moralidades, das relações de gênero, família, violência e emoções. É graduada em História pela UFF, mestre e doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional. 

O ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” foi coordenado pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino.

 

Programa

Nessa página fica disponível o programa do curso.

 

Corpo Docente

Coordenação

José Sérgio Leite Lopes (Diretor do CBAE, PPGAS/Museu Nacional)

 

Professores colaboradores

Felipe Magaldi (IDACOR/UNC)

Lucas Pedretti (IESP/UERJ, CBAE/UFRJ)

Luciana Lombardo (CBAE/UFRJ)

Virna Plastino (CBAE/UFRJ, CDH OAB/RJ)

 

Convidados

 Adriana Vianna (MN/UFRJ)

Alejandra Estevez (UFF/ Volta Redonda)

Ana Bursztyn Miranda (Coletivo RJ MVJ)

Ana Guglielmucci (Universidad de Buenos Aires/CONICET)

Andrés Del RÍo (UFF)

Carla Borges (Instituto Vladimir Herzog)

Carlos Alberto Medeiros (IH/UFRJ)

Cecília Olliveira (The Intercept BR)

Cristina Buarque de Hollanda (IESP/UERJ)

Desirée Azevedo (UNIFESP)

Diego Maggi (CEV-RIO)

Douglas Krenak (Liderança Indígena)

Dulce Pandolfi (CBAE/UFRJ)

Edson Luis de Almeida Teles (UNIFESP)

Fabiana Rosseaux (Territorios Clinicos de la Memoria)

Fabio Cascardo (FND/UFRJ)

Fabrício Teló (CPDA/UFRRJ)

Fernanda Abreu (CBAE/UFRJ)

Flávia Rios (UFF)

Geraldo Cândido (CEV-RIO)

Gilney Viana (Ex-SDH/PR)

Gizele Martins (CDH-ALERJ)

Glenda Mazarobba (Instituto Vladimir Herzog)

Gustavo Simi (PUC-RIO)

Iara Ferraz (MN/UFRJ)

James Green (Brown University)

Jessie Jane Vieira (IH/UFRJ)

Joana D’Arc Fernandes Ferraz (Grupo Tortura Nunca Mais)

Jurema Werneck (Anistia Internacional)

Leonilde Medeiros (CPDA/UFRRJ)

Lliliana Sanjurjo (UERJ)

Ludmila Catela (Universidad Nacional de Córdoba/CONICET)

Lygia Segala (UFF, CBAE/UFRJ0

Marcília Gama (Memorial da Justiça do Trabalho/PE)

Marco Aurélio Santana (IFCS/UFRJ)

Marco Pestana (INES)

Mariana Tello (Universidad Nacional de Córdoba)

Marta Pinheiro (CDH OAB/RJ)

Maurice Politi (Núcleo de Preservação da Memória Política/São Paulo)

Moacir Palmeira (MN/UFRJ)

Mônica Cunha (CDH-ALERJ)

Nadine Borges (Comissão de Direitos Humanos OAB/RJ)

Orlando Calheiros (MN/UFRJ)

Paulo Vannuchi (CIDH, SDH/PR)

Pedro Campos (UFRRJ)

Rafael Soares (PUC-RIO)

Regina Novaes (IFCS/UFRJ)

Renan Quinalha (UNIFESP)

Roberto Leher (UFRJ)

Sam Romanelli (IESP/UERJ)

Sandra Raggio (Comisión Provincial por la Memoria de La Plata)

Sebastião Neto (IIEP)

Sergio Suiama (MPF)

Silvia Aguião (IMS/UERJ)

Teresa Bandeira de Mello (Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro)

Vera Vital Brasil (Coletivo RJ MVJ/ Equipe Clínico Política RJ)

Vicente Rodrigues (Memórias Reveladas/ Arquivo Nacional)

Victoria  Basualdo (FLACSO/CONICET)

Ciclo Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos

Cartaz Ciclo versão FINAL

 

O ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos”, oferecido pelo CBAE no primeiro semestre de 2019, será coordenado pelo professor José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino, que compõem o Núcleo de Memória e Direitos Humanos do CBAE.

Entre os anos de 2012 e 2014, o país vivenciou um inédito cenário de debate sobre as violações de direitos humanos do regime autoritário, potencializado pelo trabalho da Comissão Nacional da Verdade e de mais de uma centena de comissões estaduais, municipais, em sindicatos e universidades. Nesse contexto, antigos debates, tais como a revisão da Lei de Anistia de 1979, a construção de espaços de memória, a localização dos corpos dos desaparecidos e o esclarecimento das circunstâncias que os vitimaram, dentre outros, voltaram à cena pública. Ao mesmo tempo, outras questões foram colocadas em cena por novos atores sociais e políticos, como por exemplo a violência ditatorial contra setores sociais historicamente alvos da violência do Estado – como as pessoas LGBTI, os trabalhadores do campo e da cidade, a população negra, os moradores de favelas e periferias, os povos indígenas.

O objetivo é promover uma reflexão crítica sobre como essas questões e as categorias de memória, verdade, reparação e justiça em relação aos crimes da ditadura (1964-1985) vêm sendo elaboradas e disputadas por movimentos sociais, acadêmicos e instâncias estatais. A proposta é estabelecer um diálogo com autores que produziram etnografias e reflexões sobre os movimentos por memória e com pesquisadores convidados que colaboraram com as comissões da verdade, em especial com o caso do Rio de Janeiro, além de acadêmicos ligados ao tema da memória e das lutas por direitos humanos no Brasil e na Argentina.

 

Acesse o material do ciclo: bit.ly/cursomemoriadh