Debate “O exílio operário brasileiro (1964-1985)”

 

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O livro “O Exílio Operário Brasileiro”, que registra a história de brasileiros da classe trabalhadora que foram expatriados durante a ditadura e como eles se reinventaram nos novos países, da jornalista e pesquisadora Mazé Torquato Chotil, foi tema de debate no dia 21 de agosto de 2015 no Colégio Brasileiro de Altos Estudos. Além da autora, estiveram presentes os professores Afrânio Garcia Jr., Dulce Pandolfi e Daniel Aarão Reis.

Torquato Chotil possui doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade de Paris VIII e é pesquisadora da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), em Paris. Também faz parte do Instituto Cultural Alter Brasilis, que tem como objetivo a promoção da cultura brasileira em Paris.

Afrânio Garcia Jr. é economista com doutorado em Antropologia Social pela UFRJ, professor da EHESS e pesquisador associado ao CBAE. Outra integrante da mesa, Dulce Pandolfi é doutora em História pela Universidade Federal Fluminense e pesquisadora vinculada do CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas. Já Daniel Aarão Reis é doutor em História pela USP, professor da UFF e ex-integrante de movimentos de resistência armada durante a ditadura.

O evento foi realizado com o apoio da Comissão da Memória e da Verdade da UFRJ.

 

 

“As traduções na Europa moderna”, com Roger Chartier

 

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No dia 17 de agosto de 2015, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu o historiador francês Roger Chartier para a conferência “As traduções na Europa moderna (séculos XVI-XVIII). Mobilidade dos textos e horizontes de expectativas: alguns exemplos”.

Professor do Collège de France e da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), Chartier é especialista em História dos Livros e da Leitura da Europa. A atividade foi organizada em colaboração com o Laboratório de Pesquisa em História das Práticas Letradas e com o apoio do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ.

 

 

Debate “Conflitos, visibilidades e territórios: a participação social

 

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No dia 19 de Junho de 2015, aconteceu o debate “Conflitos, visibilidades e territórios: a participação social na perspectiva dos povos e comunidades tradicionais” entre Alfredo Wagner de Almeida, André Dumans Guedes e José Carlos Matos, no CBAE.

Doutor em Antropologia Social pela UFRJ, Wagner é coordenador do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), da Universidade Estadual do Amazonas. O PNSCA incentiva a realização da autocartografia, como forma de entender o processo de ocupação da região. Desta forma, fortalece movimentos sociais e atua na formação de novos pesquisadores e de lideranças para esses movimentos.

Guedes também possui doutorado em Antropologia Social pela UFRJ e é professor do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais da UFF. Já Matos é doutor em Ciências Sociais pela UERJ e pesquisador ligado ao Museu Nacional. Os dois integraram o projeto Movimentos Sociais e Esfera Pública na área de comunidades tradicionais e foram responsáveis pelo capítulo no livro acerca do tema, juntamente com Marcelo Moura Mello.

 

“Segregação e desigualdades urbanas” com Edmond Preteceille

 

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O sociólogo Edmond Preteceille esteve presente no CBAE no dia 2 de junho de 2015 para a palestra “Segregação e desigualdades urbanas: comparando as estruturas sociais e a segregação em Paris, no Rio de Janeiro e em São Paulo”. O tema do encontro foi a exclusão social e a noção de “cidades partidas”.

Preteceille é formado em engenharia, mas direciona suas pesquisas na área da sociologia urbana. Atualmente, é  professor emérito da Sciences Po-Paris e diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS).

Na conversa, o pesquisador expôs sua análise sobre as desigualdades presentes em grandes cidades e fez uma comparação entre Rio de Janeiro e São Paulo com Paris. Para ele, as metrópoles brasileiras têm um grau moderado de exclusão – o que não pode ser considerado positivo.

O evento teve apoio do programa de Cátedras Francesas da UERJ, que Preteceille fazia parte.

 

 

“Ética na pesquisa” com Luiz Fernando Duarte e Jorge Venâncio

 

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Recentemente, surgiram no âmbito do Conselho Nacional de Ética da Pesquisa importantes controvérsias acerca da possibilidade, ou não, de regras comuns para os diversos campos do conhecimento. Em particular, as regras que deveriam reger as pesquisas, de um lado, em Ciências Biomédicas e, de outro lado, em Humanidades e Ciências Sociais.

Este foi o tema do debate realizado no dia 04 de maio, no CBAE. O evento contou com a participação dos pesquisadores Luiz Fernando Dias Duarte, professor do PPGAS/Museu Nacional e integrante do grupo de trabalho sobre Ética na Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais da FACHS, e Jorge Venâncio, secretário de Saúde da CGTB e coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (CONEP-CNS).  

O evento teve apoio do Fórum de Ciência e Cultura, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) e da Câmara Técnica de Ética em Pesquisa da UFRJ. Houve transmissão simultânea pela WEB-TV da UFRJ.

 

 

Ciclo Movimentos Sociais e Esfera Pública

 

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No primeiro semestre de 2015 foi realizado o ciclo de debates Movimentos Sociais e Esfera Pública que teve como base os frutos do projeto de pesquisa “Movimentos Sociais e Esfera Pública – Impactos e desafios da participação da sociedade civil na formulação e implementação de políticas governamentais”.

Esse projeto se propunha analisar as relações entre alguns movimentos sociais e o Estado em diferentes instâncias, entendendo as experiências de participação e o significado que tinham para os movimentos. Realizado entre 2013 e novembro de 2014, teve como fruto o livro “Movimentos Sociais e Esfera Pública: O Mundo da Participação”.

No ciclo, inserido dentro de um curso, a proposta foi discutir os resultados da investigação e promover um novo diálogo com a academia. Com esse objetivo, reunimos os pesquisadores do projeto, especialistas nos temas convidados, membros de diversos movimentos e alunos, para discutir as potencialidades e limites que estudos como esse apresentam.

 

PROGRAMAÇÃO

17/04 – “Movimentos sindicais urbanos”, com José Ricardo Ramalho, Marina Cordeiro e Eduardo Ângelo da Silva

24/04 – “Movimentos sociais rurais”, com John Comerford, Luciana Almeida e Moacir

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08/05 – “Movimentos indígenas”, com Iara Ferraz, Indira Caballero e Tonico Benitez

15/05 – “Movimento negro”, com Sonia Giacomini e Paulo Terra

22/05 – “Movimentos de Mulheres”, com Anelise Gutterez, Adriana Vianna e Silvia Aguião

29/05 – “Movimentos LGBT”, com Silvia Aguião, Adriana Vianna e Anelise Gutterez

05/06 – “Movimentos juventude”, com Regina Novaes e Rosilene Alvim

12/06 – “Populações tradicionais”, com André Dumans Guedes, José Carlos Matos Pereira e Marcelo Moura Mello

19/06 – “Movimentos urbanos”, com Dulce Pandolfi e Wecisley Ribeiro

 

“Celso Furtado e mudanças do campo internacional dos economistas” com

 

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No dia 26 de março de 2015 o CBAE recebeu a palestra “Celso Furtado e mudanças do campo internacional dos economistas: ensinamentos do exílio na França” com o professor Afrânio Garcia Jr.. Na conversa, foi destacada a importância de Celso Furtado, as contribuições que o exílio lhe trouxe e as mudanças que ocorriam nesse período.

Afrânio Garcia Jr, antropólogo, doutor pelo Museu Nacional-UFRJ, é professor da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (EHESS). Foi diretor do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo e atualmente coordena o Grupo de Reflexão sobre o Brasil Contemporâneo, ambos na mesma EHESS. É pesquisador associado ao CBAE.

O Centro Celso Furtado foi um dos apoiadores da atividade, assim como o NUPET/IESP/UERJ, o Grupo de Pesquisa sobre História Global do Trabalho do Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu da UFRRJ, o DTA/IFCS/UFRJ e o LEMT/CPDOC/FGV.

Descrição do evento:

“A recepção calorosa das edições de Formação econômica do Brasil (1959) e de Desenvolvimento e subdesenvolvimento (1961), livros que acompanham de perto seu prestígio como renovador da matriz institucional do Estado brasileiro, primeiro como  Superintendente da SUDENE, depois como criador do Ministério do Planejamento, contribuiu, de modo paradoxal, para ofuscar sua obra redigida e publicada durante os anos de exílio, quase integralmente vividos na França. Atenção bem menor tem sido dada à evolução de seu pensamento durante os anos em que sua carreira ficou totalmente voltada para o ensino e a pesquisa universitários. A reflexão a ser apresentada busca explicitar as profundas mudanças do panorama institucional francês, a exemplo daquelas já ocorridas no mundo anglo-saxão, que permitem melhor entender a perda de hegemonia do marco teórico keynesiano e a afirmação dos modelos neoclássicos de fatura neoliberal. A percepção do exílio apenas como interregno entre dois momentos onde participou da alta administração do Estado brasileiro parece constituir obstáculo de primeira ordem para a compreensão das contribuições desse autor inovador.“

 

 

“A valorização dos produtos locais” com Marie-France Garcia-Parpet

A valorização dos produtos locais – como vinhos, cachaças e queijos – em um contexto de globalização dos mercados foi tema de palestra no CBAE com a antropóloga Marie-France Garcia-Parpet. “A valorização dos produtos locais: objetos exclusivos dos estudos rurais?” aconteceu no  dia 19 de março de 2015.

Garcia-Parpet é pesquisadora do Institut National de la Recherche Agronomique (INRA), onde estuda a construção social dos mercados. Entre seus objetos de pesquisa estão o mercado camponês do Nordeste, a mundialização do vinho, a expansão da noção de “terroir” (terreiro) e os certificados orgânicos.

A organização contou com a parceria do Núcleo de Pesquisa sobre Cultura e Economia (NuCEC), do Núcleo de Antropologia da Política (NuAP) e do Núcleo de Antropologia do Trabalho, Estudos Biográficos e de Trajetória (NuAT). Todos esses fazem parte do PPGAS/MN/UFRJ.

Descrição do evento:

“Em um contexto de liberalização das trocas e de um produtivismo exacerbado, inúmeras questões se colocam sobre o futuro da agricultura familiar, cuja existência e sucesso econômico são fortemente ligados a políticas de fomento nacional ou regional. A valorização das especificidades territoriais e históricas com a noção de “terroir” (terreiro), no que diz respeito a o vinho e ao queijo, é frequentemente percebida pelos cientistas, autoridades políticas e produtores como um meio eficaz para confrontar a crescente competição econômica. Mas esta forma de valorização dos produtos só pode se produzir com um deslocamento do estatuto de produto “standard” para o de produto “simbólico”, um processo que é decorrente não somente do desenvolvimento rural em si  mesmo, mas de representações oriundas do mundo acadêmico, do campo gastronômico e jornalístico. Tais produtos transformados em símbolos tornam-se marcadores de estilos de vida socialmente contrastivos. O estudos da valorização dos produtos locais através das “denominações de origem” (appelation d’origine controlée, AOL, em francês) pode ser assim um revelador poderoso das estrategias dos agentes e dos jogos envolvidos na globalização dos mercados.”

 

Debate “O imbróglio do clima”

 

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Com o objetivo de discutir a questão climática, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos realizou o debate “O imbróglio do clima” no dia 15 de dezembro de 2014. Estiveram presentes José Eli da Veiga, autor de livro homônimo, como mediador, Alfredo Sikis, Carlos Minc, Emílio Lavorere e Sérgio Besserman. A publicação de Eli da Veiga, tema da mesa redonda, foi lançada em 2014, e trata do aquecimento global e as diferentes perspectivas existentes.

Ciclo de Palestras com Michel Agier

 

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No último trimestre de 2014 foi realizado pelo Colégio Brasileiro de Altos Estudos um Ciclo de Palestras com o antropólogo Michel Agier. Com parceria do programa de Cátedra Francesa da UERJ, do PPCIS/UERJ, do Consulado da França e do Grupo Cidade, aconteceram no CBAE duas mesas redondas e uma jornada de estudos.

Diretor da Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais de Paris (EHESS) e diretor de pesquisa no Institut de Recherche pour le Développement (IRD), Michel Agier foi titular de uma das cátedras francesas na UERJ entre setembro e dezembro de 2014. Após haver dirigido o Centro de Estudos Africanos do EHESS, esteve desde 2013 ligado ao Instituto Interdisciplinar de Antropologia Contemporânea. Suas pesquisas tratam das relações entre a mundialização humana, as condições e os lugares do exílio e a formação de novos contextos urbanos. Entre seus últimos livros, contam “A condição cosmopolita” (em francês) e “Antropologia da cidade: Lugares, situações, movimentos” (Terceiro Nome, São Paulo, 2011).    

A primeira atividade, “Da Etnografia das Margens à Antropologia da Cidade”, aconteceu no dia 17 de outubro de 2014. No evento, Agier tratou da questão etnográfica e explorou a questão da urbe como um processo apreendido a partir dos movimentos que “fazem cidade”.  

Realizada em 17 de novembro de 2014, “Um mundo de acampamentos; por uma antropologia do confinamento de migrantes, refugiados e trabalhadores”, teve como temática os acampamentos, que Agier classifica como um dispositivo de confinamento que tem se desenvolvido pelo mundo desde os anos 90.

A jornada de estudos “Fronteiras, Migrações, Descentramento, Cosmopolitismo”, que encerrou o ciclo e as atividades do CBAE em 2014, aconteceu no dia 11 de dezembro