Programa de Cátedras 2020-2021

O Programa de Cátedras do CBAE-UFRJ consiste em um conjunto de atividades acadêmicas realizadas por um grupo coordenado pelo Titular da Cátedra e apoiado por um pesquisador em nível de pós-doutorado. É escolhido um polo temático e um patrono para representar, nomear e guiar cada cátedra selecionada e aprovada por uma série de editais. Objetivos esperados são: a organização de uma rede de pesquisadores de alto nível, dentro e fora da UFRJ, em âmbito nacional e internacional; formulação de disciplinas e eventos abertos ao público relativos a um campo temático específico e a elaboração de propostas para o campo temático específico, sempre com interlocução com os setores da sociedade.


Energia

Cátedra Antônio Dias Leite

Titular: Adílson de Oliveira (UFRJ)

Depois de três séculos operando com base nos combustíveis fósseis, o sistema industrial global confronta-se com a imperiosa necessidade de redefinir sua matriz energética com o objetivo de evitar os riscos de mudanças climáticas. A transição energética será um processo longo cuja análise exige enfoque multidisciplinar. Com significativa capacidade de oferta de petróleo para o mercado global e matriz energética crescentemente articulada em torno de fontes renováveis de energia, o Brasil tem situação singular para adotar uma estratégia de longo prazo para que sua transição energética ocorra de forma ambientalmente sustentável e socialmente justa.


Democracia

Cátedra Hélio Jaguaribe

Titular: Prof. Renato Boschi (Prof. Titular IESP-UERJ)

Pós-Doc Sênior: Arnaldo Lanzara (UFF)

A ideia central do enfoque aqui sugerido é a tentativa de se esclarecer as relações entre a democracia e suas instituições e o desenvolvimento econômico. Busca-se investigar a hipótese de uma possível incompatibilidade entre a adoção de políticas centradas no mercado com a eventual supressão de direitos e a vigência de um projeto estável de regime democrático, privilegiando, nesse veio, as relações entre os poderes. Busca-se com o presente projeto o estabelecimento de uma rede de pesquisa sobre o tema a qual se destina à formulação de propostas para o Brasil.


Desigualdade

Cátedra Josué de Castro

Patrono: Josué de Castro

Titular: Célia Kerstenetzky (UFRJ)

Pós-Doc Sênior: Fábio Domingues Waltenberg (UFF)

A generalização e o recrudescimento das desigualdades econômicas e sociais nos últimos 30 anos têm sido objeto de intenso escrutínio e atenção acadêmicos, mas ainda não foram, com raras e ainda pouco exploradas exceções, capazes de conduzir a ações políticas efetivas. Tal situação decorre de dois fatos principais: em primeiro lugar, diagnósticos não portam em si soluções automáticas; em segundo lugar, e certamente mais importante, desigualdades especialmente quando extremas são prisioneiras de economias políticas fortemente viesadas em direção aos interesses dos mais ricos.


Doenças Emergentes e Reemergentes: Um Desafio para a Saúde Pública Nacional

Cátedra Oswaldo Cruz

Titular da Cátedra: Prof. Amilcar Tanuri (UFRJ)

As doença emergentes e reemergentes são um desafio para a saúde pública mundial e também para o Brasil. Recentemente, vimos a emergência de um novo coronavirus (2019 nCoV) na China, no final de 2019. Este vírus vem se espalhando já causando mais de 19 mil infecções e mais de 400 mortes. A 2019 nCoV já se disseminou por mais de 22 países e ameaça chegar em outros países que tem uma relação comercial intensa com a Ásia. Este é o caso do Brasil e o governo federal já iniciou várias medidas para evitar a introdução no 2019 nCoV em nosso país. Nesta classe de patógenos vimos nas últimas duas décadas o surgimento de dois outros coronavirus SARS CoV e o MERS CoV, que também causaram um grande prejuízo econômico, acarretando mais de 1000 óbitos na Ásia e no Oriente Médio. Ainda nesse grupo de vírus respiratórios, temos o vírus da influenza que, durante estas duas últimas décadas, vimos o aparecimento de novas cepas letais vindas de eventos zoonóticos como o H1N1, H1N2 e H1N5. Alguns desses vírus causaram a morte de mais de 800 brasileiros em diferentes anos de circulação.


Fronteiras das Biociências

Cátedra Hertha Meyer

Titulares: Stevens Rehen (UFRJ) e Marília Zaluar Guimarães (UFRJ)

Essa proposta pretende transgredir a ideia de cátedra como assento de quem leciona, mas sim de uma oportunidade para debate, divulgação científica e estética. Em virtude de sua experiência de um de nós como docente da UFRJ há 25 anos, curador do Rio2C, ArtBio, apresentador do programa de podcast Trip com Ciência e consultor do Conversa com Bial, propomos trazer uma série de imersões reflexivas que combinam o diálogo entre profissionais da UFRJ e formadores de opinião/pesquisadores de outras áreas com o intuito de pensar sobre as possibilidades de inserção da UFRJ na fronteira das biociências no momento atual.

As atividades serão sempre acompanhadas por imersão musical e experiência visual através da exposição de obras de artistas nacionais e internacionais convidados.

Visite o site da Cátedra Hertha Meyer


Futuro da Biologia e da Medicina

Cátedra Carlos Chagas Filho

Titular: Prof. Antonio José Ledo Alves da Cunha (UFRJ)

Titular (2): Manoel Luis Costa (Prof. UFRJ)

Pós-doc: Cláudia dos Santos Mermelstein (UFRJ)

Estamos propondo a organização de um grupo de pesquisa e ensino ligado ao tema “Futuro da Biologia e da Medicina”. O estudo da biologia vem crescendo de maneira vertiginosa desde as Teorias da Evolução e Celular, passando pela descoberta da estrutura do DNA e chegando no sequenciamento em larga escala e manipulação do genoma. Essas descobertas vem tendo um impacto cada vez maior tanto em aplicações tecnológicas quanto na sociedade. Ligado ao crescimento da Biologia, a Medicina vem passando de uma fase empírica, baseada em resultados, para um modelo baseado na compreensão de mecanismos biológicos. Enquanto ciência aplicada à sociedade, a medicina vem tendo resultados impressionantes na melhoria da saúde. Pretendemos estudar, com o foco no ambiente universitário, as interações entre a Biologia, a Medicina e a sociedade. Esperamos que essa reflexão sirva como avaliação da atualidade e crie perspectivas para nosso futuro (1).

Nessa Cátedra vamos pesquisar os seguintes temas específicos:

  • “Fronteiras da pesquisa em Biologia e Medicina”,
  • “Interações da Biologia e Medicina com a Sociedade”,
  • “Sobre formas e conteúdos na Educação em Biologia e Medicina”,
  • “O uso da Imagem em Biologia e Medicina: da pesquisa ao diagnóstico”,
  • “Os Modelos animais em Biologia e Medicina” e
  • “A História da Biologia e Medicina no Brasil”.

Visite o site da Cátedra Carlos Chagas Filho


Oceano

Cátedra Wladimir Besnard & Alm. Paulo Moreira

Titular: Prof. Fabiano Thompson (UFRJ)

Pós-doc Sênior: Gisele Garcia (UFRJ)

O oceano global representa aproximadamente US$ 3 trilhões da economia global por ano, ou 5% do PIB global. 40% dos oceanos estão sendo afetados incisiva e diretamente por atividades humanas, como poluição e pesca predatória, o que resulta, principalmente, em perda de habitat, introdução de espécies invasoras e mudanças na qualidade de água. O oceano global representa norme potencial para gerar riqueza que ainda é pouco explorado. O novo painel denominado  Building a Sustainable Ocean Economy (https://oceanpanel.org/) das Nações Unidas pretende  desenvolver soluções para melhorar a saúde e riqueza dos oceanos em termos de educação, política, governança, tecnologia, e economia sustentável do oceano global (http://www.agenda2030.com.br/). O Brasil possui vasta região marinha, de aproximadamente 2 5.7 milhões de Km, denominada Amazônia Azul. Esta região é rica em biodiversidade que poderia ser usada na biotecnologia e bioeconomia através de inovações nas ômicas, cultivos (fazendas marinhas) e pela engenharia (e biologia sintética). Embora, o Brasil detenha vasta região marinha, a produção aquícola nacional (800 mil toneladas/ano) é praticamente toda  originada do continente, em contraste com outros países como Japão, China, e Noruega, onde há intensa produção no mar.


Sustentabilidades e os Amanhãs Desejáveis: Biodiversidade, clima e desafios socioambientais para políticas públicas no Brasil, à luz da Agenda 2030

Cátedra Berta Becker

Titular: Profa. Marta Irving (UFRJ)

Pós-Doc: Elizabeth Oliveira

Objetivo Geral e Específicos

Tendo como inspiração a base teórica previamente discutida, o objetivo do presente projeto de pesquisa é interpretar, criticamente, a partir das narrativas de políticas públicas setoriais, no Brasil, os obstáculos e os desafios a serem enfrentados, para a integração das pautas socioambientais, no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica e da Convenção do Clima, à luz da Agenda 2030.

Constituem objetivos específicos:
  • Análise retrospectiva das agendas socioambientais da biodiversidade e do clima, em âmbito global, entre 1992 e 2020;
  • Análise retrospectiva das agendas socioambientais da biodiversidade e do clima, em âmbito nacional, entre 1992 e 2020;
  • Análise dos desdobramentos da Agenda 2030 em políticas públicas nacionais, entre 2015 e 2020;
  • Análise das institucionalidades atuais, envolvidas na implementação da pauta socioambiental da biodiversidade e do clima, bem como da Agenda 2030;
  • Construção de uma matriz analítica de síntese do projeto, considerando os principais desafios para a integração da agenda socioambiental da biodiversidade e do clima e recomendações para a integração de políticas públicas com esse objetivo;
  • Elaboração e difusão do documento Propostas para o Brasil: Agenda 2030: Obstáculos e Desafios para a integração da pauta socioambiental da biodiversidade e do clima no contexto brasileiro.

Transformações Sociais: Processos, Tendências e Cenários

Cátedra Juarez Brandão Lopes

Titular: Elisa Reis (UFRJ)

Pós-Doc: Félix Garcia Lopez (IPEA)

O projeto compõe o novo programa de trabalho do NIED incorporando as perspectivas da sociologia histórica e da economia política para abordar os temas da desigualdade e da justiça social a partir de três dimensões de análise. Uma delas analisa aspectos políticos da cultura dos brasileiros, assim como de setores específicos das elites do país, visando captar continuidades e mudanças. Uma segunda dimensão busca captar o impacto da expansão do ensino superior no país sobre a mobilidade social. Finalmente, a terceira dimensão investiga em detalhe os componentes da desigualdade de renda no Brasil utilizando para tanto uma combinação inédita de informações. Através de recursos metodológicos quantitativos e qualitativos, assim como de comparações sistemáticas com as experiências de outras sociedades nacionais, o projeto almeja oferecer explicações e interpretações empíricas, bem como argumentos teóricos que possam contribuir para a produção de conhecimentos científicos relevantes no combate à desigualdade.