A realização do Censo Demográfico 2022 ocorreu em face a problemas de natureza institucional e operacional de diversas ordens, que já vinham se acumulando ao longo dos último 10 anos. De um lado, a falta de um marco normativo mais robusto que regulamente o Sistema Nacional de Estatística e Geografia, com pactuação de um Plano Geral de pesquisas estatísticas e geocientíficas, previstos em legislação dos anos 1970, tem trazido riscos de realização, continuidade e falta de financiamento de atividades e pesquisas do IBGE. De outra, o aumento de recusas de respondentes em colaborar com pesquisas, as dificuldades de acesso a determinadas áreas e o volume de agentes envolvidos na atualização de bases de dados territoriais e geográficas e na coleta de dados (incluindo os Censos Demográfico e Agropecuário, além de pesquisas amostrais) têm colocando desafios operacionais significativos nos últimos anos. Face a esse quadro é preciso ampliar o debate de como introduzir inovações na coleta, buscar maior acesso nos registros administrativos de Ministérios, integrar o uso de BigData e Inteligência Artificial na produção de informações estatísticas e geográficas para informar as Políticas Públicas. Ademais é necessário discutir a proposição de uma legislação que regulamente o SNEG e consiga, de fato, sua constituição e coordenação pelo IBGE.
9. Sistematização dos aprendizados do Censo 2022 para planejamento de pesquisas e para estruturação do Sistema Nacional de Estatística e Geografia (SNEG)
