O mercado de trabalho brasileiro é marcado por desigualdades regionais e ocupacionais. O Censo Demográfico 2022 oferece um retrato detalhado sobre emprego, informalidade e rendimentos. O Projeto IBGE investiga esses dados para compreender a estrutura do mercado de trabalho e os desafios na geração de empregos dignos, contribuindo para análises sobre inclusão produtiva e desenvolvimento econômico sustentável.
Projetos específicos:
1.4. Gênero, Raça e Migração como marcadores sociais da diferença na sociedade brasileira: a partir dos resultados do Censo e de uma perspectiva cinematográfica
Pesquisadora: Paula Alves de Almeida; Coordenadora: Barbara Cobo
Este projeto de pesquisa propõe uma análise interseccional de gênero, raça/cor, status de migrante e lugar de origem na sociedade brasileira, articulando dados do Censo Demográfico 2022 com representações cinematográficas sobre o tema. O estudo parte do pressuposto de que tanto o Censo quanto o cinema oferecem retratos da sociedade, permitindo compreender dinâmicas de exclusão e desigualdade. A pesquisa pretende mapear filmes brasileiros de longa-metragem produzidos entre 2011 e 20Este projeto de pesquisa propõe uma análise interseccional de gênero, raça/cor, status de migrante e lugar de origem na sociedade brasileira, articulando dados do Censo Demográfico 2022 com representações cinematográficas sobre o tema. O estudo parte do pressuposto de que tanto o Censo quanto o cinema oferecem retratos da sociedade, permitindo compreender dinâmicas de exclusão e desigualdade. A pesquisa pretende mapear filmes brasileiros de longa-metragem produzidos entre 2011 e 2022 que abordam a migração, analisando a representação dessas personagens a partir de marcadores sociais como gênero, cor/raça, status migratório e local de origem. Paralelamente, serão trabalhados os dados do Censo Demográfico 2022 para traçar um perfil dos migrantes considerando variáveis como sexo, raça/cor, idade, escolaridade, ocupação, rendimento, país ou estado de origem, e analisar possíveis desigualdades e interseccionalidades. A pesquisa busca responder a questões centrais, como os impactos da migração na empregabilidade e nos rendimentos, e se há uma dupla desvantagem para trabalhadores migrantes que pertencem a grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros e indígenas. Além disso, pretende-se verificar como as desigualdades regionais e a origem dos migrantes—seja nacional ou internacional—influenciam suas condições no mercado de trabalho, especialmente em comparação com trabalhadores não migrantes. Ao integrar abordagens quantitativas e qualitativas, a pesquisa pretende não apenas revelar padrões de desigualdade socioeconômica, mas também explorar como o cinema brasileiro reflete e constrói imaginários sobre a migração, o gênero e a raça/cor. O projeto abordará temas e metas constantes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 8 (Trabalho decente e crescimento econômico) e 10 (redução das desigualdades), uma vez que trata de desigualdades e hierarquias na sociedade brasileira, especialmente no trabalho, mas não somente, contribuindo para um debate mais amplo sobre inclusão, representatividade, eliminação de discriminações e políticas públicas. Para tanto, a pesquisa utilizará os microdados do Censo Demográfico 2022 como perfil demográfico da população (raça/cor, gênero, idade), informações da amostra como dados de escolaridade, mercado de trabalho e todo o bloco de perguntas sobre migração. Além da integração dos dados censitários com análises qualitativas a partir das representações audiovisuais.
Questão norteadora: Analisar os fluxos migratórios internos captados pelo Censo 2022, traçar um perfil dos migrantes na sociedade brasileira (nacionais e internacionais), e observar como o cinema brasileiro representa o migrante e aborda a migração.
Palavras-chave: Interseccionalidades. Migração. Relações de Gênero e Raça/cor. Censo Demográfico 2022. Representatividade.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:



2.4. Trabalho decente e mudanças climáticas no Brasil: investigando realidades municipais a partir do Censo Demográfico de 2022
Pesquisadora: Paula Vivacqua Boarin
Com uma abordagem descritiva e exploratória, o projeto se concentra na promoção do trabalho decente em municípios brasileiros impactados pelas mudanças climáticas. O tema se associa ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico, da Agenda 2030 das Nações Unidas, que abarca a promoção do emprego produtivo e de qualidade, a ampliação da proteção social, o fortalecimento do diálogo social e o respeito aos direitos trabalhistas, em especial os fundamentais – liberdade sindical, à negociação coletiva, eliminação da discriminação e erradicação do trabalho forçado e infantil. A partir da seleção dos municípios, serão fornecidas caracterizações sociodemográfica e socioeconômica, lançando mão, sobretudo, dos dados dos censos demográficos de 2010 e 2022, antes de depois da criação da Agenda 2030. Os resultados permitirão análises sobre aspectos-chave como vulnerabilidade socioambiental, migração, emprego e renda. Eles subsidiarão, ainda, uma discussão sobre a mensuração do desenvolvimento sustentável com base em diferentes índices, a exemplo do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC).
Palavras-chave: Agenda 2030. Censo Demográfico 2022. Mudanças Climáticas. Trabalho Decente.
Questão norteadora: Como se encontra a promoção do trabalho decente em municípios brasileiros fortemente afetados pelas mudanças climáticas? Como desdobramento, pretende-se identificar desafios subjacentes e, dessa forma, contribuir para a formulação de políticas públicas voltadas à adaptação?
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:



4.1. Dinâmica Populacional, Mercado de Trabalho e Crescimento Econômico: um estudo à luz dos dados revelados pelo Censo 2022
Pesquisadores: Francisco Eduardo Pires de Souza
Os dados do Censo 2022 trouxeram uma aceleração inesperada nas tendências demográficas, evidenciando mudanças no perfil e no ritmo de crescimento da população, com impactos diretos no mercado de trabalho e na economia. As novas projeções do IBGE indicam um crescimento cada vez mais lento da população em idade ativa (PIA), que em 2024 aumentará apenas 0,76% ao ano, contrastando com os 2% ao ano observados no início dos anos 2000. Quando considerada a faixa etária entre 14 e 65 anos, esse crescimento se reduz ainda mais, para apenas 0,3% ao ano, enquanto a população acima de 65 anos já representa 11,2% do total e cresce a um ritmo acelerado de 4,3% ao ano. Essas transformações alteram a estrutura produtiva do país, exigindo reavaliações nas políticas públicas e nos modelos econômicos, especialmente no que se refere ao mercado de trabalho e ao crescimento econômico. Embora os desdobramentos se estendam para áreas como educação, desigualdade e meio ambiente, este estudo concentra-se especificamente na inter-relação entre dinâmica demográfica, empregabilidade e desenvolvimento econômico, buscando compreender os desafios e oportunidades desse novo cenário.
Palavras-chave: Tendências Demográficas. Mercado de Trabalho. Crescimento Econômico. Perfil Populacional. Projeções Econômicas.
Questão norteadora: Qual o futuro do mercado de trabalho e do crescimento econômico dada a forte queda do crescimento da força de trabalho?
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:



4.2. Mudanças tecnológicas e retração da proteção social: impactos no mercado de trabalho e nos benefícios contributivos
Pesquisadores: Yuri Oliveira de Lima, Arnaldo Provasi Lanzara, Renato Raul Boschi, Bruno Salgado Silva
O projeto investiga as transformações do mercado de trabalho brasileiro diante das reformas econômicas e trabalhistas implementadas a partir de 2016, bem como os impactos da digitalização e das novas tecnologias na estrutura ocupacional. A flexibilização das relações de trabalho e a retração das proteções sociais contribuíram para o aumento da informalidade, a precarização do emprego e a diminuição do acesso a benefícios contributivos, como previdência e seguro-desemprego. A partir dos dados do Censo Demográfico de 2022 e de microdados de bases como CAGED e RAIS, busca-se compreender as tendências recentes de inserção da população no mercado de trabalho e os desafios da proteção social em um cenário de profundas mudanças produtivas. O estudo também examina a migração de trabalhadores entre regimes previdenciários e a crescente desigualdade na distribuição de competências, impulsionada pela revolução digital e pela falta de investimentos estratégicos em qualificação profissional. Além disso, investiga-se como a automação e a digitalização vêm impactando a segurança econômica dos trabalhadores, reduzindo oportunidades de emprego formal e ampliando a dependência de esquemas privados de seguridade. O projeto pretende contribuir para o debate sobre os desafios da regulação do trabalho e da proteção social no Brasil, avaliando possíveis caminhos para a reformulação das políticas públicas de emprego e previdência diante das novas dinâmicas do mercado de trabalho.
Palavras-chave: Digitalização. Mercado de Trabalho. Proteção Social. Inovação Tecnológica. Informalidade.
Questão norteadora: Como as mudanças institucionais e tecnológicas do mercado de trabalho brasileiro impactaram a estrutura ocupacional e o sistema de proteção social nas últimas décadas?
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:



4.3. Desafios Para As Políticas Públicas Diante Das Transformações Tecnológicas, Demográficas E Ambientais: Análise A Partir Da Dinâmica Ocupacional
Pesquisadores: Amilton J. Moretto e Flávio A. Gaitán
O projeto visa explorar os dados do censo 2022 para levantar evidências que caracterizem o mercado de trabalho local/regional a partir da construção de indicadores de inserção ocupacional, que revele os aspectos que tornam a inserção no mercado de trabalho mais (ou menos) vulnerável para alguns grupos populacionais e as diferenças entre regiões do território.O objetivo geral é contribuir com o aprimoramento da formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas dos vários níveis de governo, especialmente àquelas voltadas ao mercado de trabalho, por meio de evidências que possibilitem a caracterização das diferenças entre as pessoas que se inserem no mercado de trabalho e as diferenças regionais. Espera-se que o conjunto de indicadores resultantes da pesquisa converta-se em ferramentas que auxiliem os gestores públicos no planejamento e na formulação e implementação de políticas públicas de proteção social adequadas às características de cada grupo de trabalhadores e aos diferentes locais/regiões. Quanto ao cenário futuro, o projeto problematiza como as transformações decorrentes da introdução dos avanços tecnológicos, das exigências trazidas pela crise ambiental e a transição demográfica vão moldar o mercado de trabalho, eliminando ocupações ao mesmo tempo em que abrirá novas oportunidades ocupacionais.
Palavras-chave:
Questão norteadora: Como os dados do Censo 2022 traduzem as mudanças ocorridas no mercado de trabalho brasileiro na década passada, e como tais informações permitem construir um quadro dos grupos/pessoas e regiões com maior vulnerabilidade e, portanto, que demandam políticas de proteção?
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:


