Universidade do Futuro – Relatório Final 2024

Cátedra Aloísio Teixeira

Programa de Cátedras do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Apresentação

A Cátedra Aloísio Teixeira Universidade do Futuro surgiu como iniciativa de um grupo de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, que se uniu para repensar a estrutura de ensino universitário. Com foco nos três eixos apresentados a seguir, o projeto busca fortalecer o papel do conhecimento acadêmico na construção de soluções para os grandes desafios da sociedade brasileira e do mundo contemporâneo, enfatizando o combate às desigualdades e a consolidação da inclusão social como princípio fundamental no ensino superior brasileiro.

Eixos de Discussão

  • Os impactos tecnológicos da automação e as transformações no mundo do trabalho.
  • As inovações no sistema de ensino no Brasil e no mundo.
  • A fertilização cruzada entre áreas do conhecimento e seus efeitos para abordagens transversais e interdisciplinares.

Essas discussões e análises visam traçar caminhos para a construção da Universidade do Futuro, com foco na formação dos estudantes. Em nosso grupo, propusemos uma reflexão sobre o futuro da Universidade, em especial da UFRJ, e questionamos: o que é a Universidade do Futuro? Quais mudanças pedagógicas, organizacionais e gerenciais são necessárias? E como implementar essas transformações?

Com esse projeto, buscamos explorar e investigar iniciativas inovadoras para a formação de estudantes, tanto na graduação quanto na pós-graduação, no Brasil e no mundo. Queremos também estabelecer um fórum de reflexão sobre a Educação Superior no Brasil e ampliar essa discussão junto à comunidade da UFRJ, contribuindo para o desenvolvimento de novos processos formativos e propostas de mudanças.

Relatório Final 2024

Após dois anos de pesquisas, debates e eventos, a Cátedra Aloísio Teixeira Universidade do Futuro apresentou seu Relatório Final, uma iniciativa do Programa de Cátedras do Colégio Brasileiro de Altos Estudos. O projeto, que envolveu pesquisadores de diversas áreas, promoveu uma reflexão aprofundada sobre os desafios e as inovações necessárias para adaptar o ensino superior brasileiro às rápidas transformações sociais, culturais e tecnológicas do século XXI.

O relatório consolidado destaca dois subprojetos centrais. O primeiro mapeou e analisou experiências inovadoras em instituições de ensino superior, tanto no Brasil quanto no exterior, comparando práticas educacionais e propondo melhorias para a UFRJ. Já o segundo subprojeto investigou como as mudanças no mercado de trabalho impactam os processos formativos nas universidades, com eventos que discutiram desde desigualdades educacionais até as inovações curriculares e institucionais necessárias para preparar os alunos para um mundo em constante transformação.

Entre os principais pontos do relatório estão as fragilidades do ensino superior brasileiro, como a persistência de desigualdades no acesso e as resistências institucionais a mudanças significativas. Apesar dessas dificuldades, a cátedra identificou caminhos promissores, como a necessidade de currículos mais flexíveis e interdisciplinares, a valorização de metodologias ativas e a integração de novas tecnologias educacionais, incluindo plataformas virtuais e inteligência artificial.

A pesquisa de Sônia Maria Rocha Sampaio, por exemplo, explora as tensões entre inovação e conservadorismo nas universidades brasileiras, com ênfase na estrutura curricular e na justiça epistêmica. Sampaio aponta que, apesar das oportunidades de inovação, as universidades frequentemente resistem a mudanças profundas, resultando em transformações superficiais. A chegada de estudantes com perfis diversos, especialmente após a implementação da Lei de Cotas, exige currículos que contemplem questões de diversidade racial, social e de gênero, desafiando as estruturas tradicionais. A autora sugere a adoção de um modelo educacional mais inclusivo, que valorize múltiplas formas de conhecimento e esteja alinhado às realidades dos alunos.

Complementando essa perspectiva, Rosana Heringer, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (LEPES), apresenta uma análise sobre o acesso e a permanência de estudantes no ensino superior público brasileiro. A pesquisa evidencia como as políticas de assistência estudantil evoluíram ao longo da última década, ampliando o suporte a uma parcela maior de estudantes. Contudo, ainda há desafios a serem superados, especialmente para os cotistas que, embora apresentem desempenho semelhante ou superior ao dos não cotistas, enfrentam dificuldades específicas na escolha do curso e na integração ao ambiente universitário. A pandemia de COVID-19 intensificou esses desafios, revelando novas demandas, como a exclusão digital e questões de saúde mental, reforçando a urgência de políticas que assegurem não apenas o acesso, mas também o sucesso acadêmico.

Outra questão crítica abordada no relatório é a evasão universitária. O estudo de Melina Klitzke na UFRJ revela que os primeiros semestres, especialmente o primeiro ano, são os períodos mais suscetíveis à evasão. A pesquisa identificou que fatores como a escolha do curso e o desempenho acadêmico influenciam diretamente as taxas de permanência. Estudantes que não ingressaram em sua primeira opção de curso ou cujas escolhas foram limitadas pela nota de corte enfrentam maior risco de evasão, assim como aqueles com rendimento acadêmico abaixo da média. Klitzke enfatiza que ações preventivas focadas nas fases iniciais, como uma melhor orientação curricular e maior suporte acadêmico, são essenciais para aumentar a retenção dos alunos.

O relatório também destaca iniciativas inovadoras no ensino superior, como os Bacharelados Interdisciplinares, que integram diferentes áreas do conhecimento, oferecendo uma formação ampla antes da especialização. No entanto, essas propostas ainda enfrentam dificuldades de aceitação e integração com os cursos tradicionais, evidenciando o desafio de equilibrar inovação com as práticas estabelecidas nas universidades.

Coordenado por Maria Fernanda Elbert, Titular da Cátedra, Rodrigo Rosistolato, da Faculdade de Educação, e Ana Célia Castro, diretora do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, o Relatório Final propõe uma visão de futuro para as universidades brasileiras, valorizando o conhecimento como um bem público e destacando o papel fundamental das instituições de ensino na construção de uma sociedade mais justa. A entrega desse relatório é vista como um passo importante para que as universidades brasileiras avancem em direção a uma educação superior mais inclusiva, inovadora e conectada às demandas contemporâneas.

Apresentação das pesquisas

Inovação universitária

Nas últimas décadas, diversas inovações foram implementadas na estrutura universitária brasileira com o objetivo de expandir e democratizar o acesso ao ensino superior, como destaca a pesquisadora Melinda Klitzke. Essas mudanças, que incluem desde a flexibilização curricular até a criação de novos cursos, respondem à transformação do perfil estudantil e às novas demandas educacionais. Entre as principais inovações estão os Bacharelados Interdisciplinares (BI), implantados em universidades como a UFBA e a UFSB, que introduzem currículos flexíveis e permitem uma formação geral antes da especialização. Outras propostas inovadoras incluem a reestruturação de cursos de licenciatura, como na UFTM, e a criação de cursos interdisciplinares em ciência e tecnologia, como na UNIVATES e UNIPAMPA. A Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Liesafro), da UFMA, também se destaca, atendendo à demanda por profissionais qualificados em temas de história e cultura afro-brasileira e africana. Essas iniciativas visam integrar as ciências e oferecer trajetórias formativas mais conectadas às necessidades contemporâneas, como o mercado de trabalho e a pós-graduação.

Contextos internacionais

O estudo de Melina Klitzke explora inovações no ensino superior em contextos internacionais, focando em métodos de ensino-aprendizagem, tecnologias e inovações curriculares. A pesquisa utilizou revisão de literatura com o auxílio do software StArt para sistematizar os dados, identificando 420 artigos, dos quais 27 foram selecionados. Os principais achados apontam para o uso de metodologias ativas, o desenvolvimento de novas tecnologias educacionais, como plataformas virtuais e inteligência artificial, e a criação de cursos interdisciplinares e MOOCs – Massive On-line Open Course. Essas inovações destacam a necessidade de adaptar o ensino superior às demandas de um mundo em constante transformação, preparando os alunos para desafios futuros e sugerindo a valorização de abordagens inovadoras também no contexto brasileiro.

Relatório “Novos Processos Formativos e Inovações na Educação Superior em Contextos Nacionais e Internacionais”

Agenda de mudanças

Clarissa Eckert Baeta Neve destaca os desafios e transformações que as universidades enfrentam em resposta às demandas globais e locais. A internacionalização e a busca pela excelência na educação superior são temas centrais, com foco em estratégias para elevar a pesquisa e o ensino a padrões de classe mundial. As mudanças curriculares, impulsionadas pela digitalização e pela experiência da pandemia, exigem flexibilidade nos formatos de ensino, combinando o presencial e o digital. Além disso, a formação pedagógica de docentes e o suporte integral aos estudantes são fundamentais para enfrentar esses desafios, assim como a internacionalização, que deve ser vista como uma estratégia institucional.

Diferenciação e expansão desigual

A pesquisa apresentada por Maria Ligia de Oliveira Barbosa e colaboradores aborda a diferenciação institucional e a expansão desigual do ensino superior no Brasil e na América Latina. O estudo revela como a democratização do acesso ao ensino superior não é suficiente para garantir equidade, devido à persistência de hierarquias institucionais que reproduzem desigualdades sociais. Embora haja uma expansão significativa no número de estudantes, o sistema educacional ainda privilegia certos grupos, mantendo barreiras para populações tradicionalmente excluídas, como pobres, negros e indígenas. A análise destaca que, apesar das políticas de inclusão, a estratificação acadêmica limita as oportunidades de ascensão social, concentrando os melhores retornos sociais e econômicos nos setores mais prestigiados.

Resultados no mercado de trabalho

Segundo André de Holanda Padilha Vieira, a expansão da educação superior no Brasil desempenha um papel crucial na estratificação social e na formação de hierarquias, influenciando as trajetórias de vida e os resultados dos graduados no mercado de trabalho. No entanto, a heterogeneidade desses resultados é notável, especialmente em função do tipo de instituição e curso concluído. Enquanto alguns graduados conseguem fazer a transição para empregos formais e alcançar posições de destaque, outros enfrentam dificuldades, especialmente aqueles oriundos de instituições menos seletivas ou com diplomas de baixo retorno. Embora a educação superior proteja os graduados do trabalho informal, as disparidades internas, como a formação em cursos de curta duração e o contexto socioeconômico, afetam significativamente os resultados no mercado de trabalho. Isso destaca a necessidade de políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades e de sistemas que acompanhem os egressos, gerando dados robustos para compreender e enfrentar essas desigualdades.

Evasão de curso

A evasão no ensino superior é um fenômeno complexo e multifatorial, como demonstra o estudo de Melina Klitzke sobre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Utilizando modelos estatísticos de sobrevivência em tempo discreto, a pesquisa revelou que o risco de evasão é maior nos primeiros semestres, especialmente no primeiro ano, sendo influenciado por fatores como a escolha do curso e o desempenho acadêmico. Estudantes que não ingressaram em sua primeira opção de curso ou cuja escolha foi afetada pela nota de corte apresentaram maior probabilidade de evadir, assim como aqueles com coeficiente de rendimento baixo. Esses resultados indicam que medidas preventivas focadas nas fases iniciais, como adequação curricular e suporte acadêmico, são essenciais para reduzir a evasão e aumentar a retenção.

Gênero e raça na UFRJ

A pesquisa de Felícia Picanço, professora da UFRJ, examina as mudanças no acesso ao ensino superior após a implementação da Lei 12.711 (Lei de Cotas) na UFRJ, focando nas desigualdades de gênero, raça e condições socioeconômicas entre 2012 e 2019. Utilizando dados institucionais, entrevistas qualitativas e um questionário aplicado em 2023, o estudo revela um aumento significativo no ingresso de estudantes negros, especialmente nas áreas de ciências e tecnologia, embora persistam desigualdades de gênero e uma alta taxa de evasão entre homens negros. Questões relacionadas à saúde mental e desvantagens socioeconômicas foram identificadas como fatores críticos que influenciam a evasão e a trajetória acadêmica desses estudantes.

Acesso e permanência

A partir de uma década de pesquisas do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (LEPES), Rosana Heringer aborda as transformações no acesso e permanência estudantil no ensino superior público brasileiro, com ênfase na diversificação do perfil discente. O texto destaca a evolução das políticas de assistência estudantil, antes restritas a uma minoria, e as várias dimensões da permanência, como apoio econômico, acadêmico e simbólico. Estudos indicam que os cotistas apresentam desempenho semelhante ou superior aos não cotistas, mas enfrentam desafios específicos relacionados à escolha de curso e acolhimento institucional. A pandemia evidenciou novas demandas, como a exclusão digital e o sofrimento psíquico, reforçando a necessidade de políticas que promovam não apenas a inclusão, mas o sucesso acadêmico pleno.

Formação, currículo e justiça epistêmica

A pesquisa de Sônia Maria Rocha Sampaio explora as tensões entre inovação e conservadorismo nas universidades brasileiras, com foco na estrutura curricular e justiça epistêmica. Ela destaca que, embora as universidades possam inovar, há uma resistência à mudança significativa, resultando em transformações superficiais. A autora aponta que o perfil dos estudantes, especialmente após a Lei de Cotas, demanda currículos que considerem diversidade racial, social e de gênero, transformando a dinâmica universitária. A crítica ao currículo tradicional abrange sua despolitização e falta de autonomia estudantil, sugerindo um modelo de educação que valorize múltiplas formas de conhecimento. Os Bacharelados Interdisciplinares emergem como uma proposta inovadora, embora enfrentem dificuldades de integração com cursos tradicionais. Sampaio conclui que a presença de novos públicos nas universidades desafia as injustiças epistêmicas, demandando currículos mais inclusivos e conectados às realidades dos estudantes.

Para a formação de cientistas

Nelson Studart apresenta o modelo educacional da Ilum Escola de Ciência, uma unidade do CNPEM, fundada em 2022 para formar pesquisadores em Ciência e Tecnologia. A proposta pedagógica da Ilum é inovadora, integrando interdisciplinaridade em áreas como ciências da vida, ciência de dados, humanidades e linguagens matemáticas. O currículo combina teoria e prática, com ênfase em metodologias ativas e aprendizado colaborativo, proporcionando imersões em laboratórios de pesquisa do CNPEM desde os primeiros semestres. A Iniciação Científica é um componente central, preparando os estudantes para desenvolver projetos de pesquisa de forma autônoma e colaborativa. Além disso, a Ilum promove a conexão entre os conhecimentos adquiridos e a sociedade, através de atividades como oficinas para alunos de escolas públicas e eventos de divulgação científica. O modelo é avaliado periodicamente e busca expandir sua experiência para outras instituições de ensino, visando a adaptação e reprodução do currículo interdisciplinar em diferentes contextos.

Simetria e harmônia espontânea na diversidade

José Abdalla Helayël-Neto discute como a integração entre Física, Filosofia, Ciências Sociais, Humanidades e Artes pode valorizar o conhecimento científico e combater o negacionismo. O conceito central de simetria, que atravessa diversas áreas do saber, é destacado como um princípio que organiza a aparente diversidade e caos da Natureza, revelando uma ordem subjacente. A simetria não apenas harmoniza as diferenças, mas também permite compreendê-las, sugerindo uma origem comum. A abordagem desse conceito em um contexto cultural e cidadão torna a Física e a Matemática mais acessíveis, especialmente em espaços educativos informais, como pré-universitários sociais, onde essas disciplinas são tratadas de forma interdisciplinar, suavizando a percepção de dificuldade. Helayël-Neto defende que essa visão integradora desperta nos estudantes o desejo de compreender a natureza e devolve a dignidade de decifrar o mundo, fortalecendo a motivação para o aprendizado científico.

Debates

Cátedra Universidade do Futuro
#01 Carlos Frederico Leão Rocha
A Consolidação da Universidade como Espaço Legitimado de Conhecimento no Mundo
Innovative proposals in higher education – some international experiences – português
Conversa sobre a formação de estudantes na Universidade do Futuro – Festival do Conhecimento UFRJ
A universidade em perspectiva: problemas e desafios na agenda de mudanças
A Diferenciação Institucional e a Expansão Desigual do Ensino Superior no Brasil
Desigualdades na educação superior e resultados dos graduados no emprego formal no Brasil
Novos processos formativos e inovações na educação superior em contextos internacionais
Visão Estratégica para um Projeto Progressista na Educação
Novas e velhas fronteiras: desigualdades de gênero e raça no ensino superior – Estudo de Caso UFRJ
Universidades públicas de pesquisa: Alguns futuros possíveis
Acesso e Permanência no Ensino Superior Público: Reflexões a partir de 10 anos de pesquisa
Currículos Inovadores na Educação Superior Brasileira

Amanhãs desejavéis na educação superior

A Cátedra Aloísio Teixeira Universidade do Futuro marcou um importante avanço na reflexão sobre o papel das universidades brasileiras no século XXI. Ao reunir pesquisadores de diferentes áreas e promover um diálogo aberto sobre inovações curriculares e o futuro da educação superior, a Cátedra lançou luz sobre desafios e oportunidades para a UFRJ e outras instituições públicas.

As discussões trouxeram à tona a necessidade de um ensino mais inclusivo, que considere a diversidade social e racial do corpo discente e se adapte às novas demandas do mundo do trabalho. Apesar das dificuldades encontradas na implementação de modelos mais flexíveis e interdisciplinares, o compromisso com a justiça social e epistêmica se destaca como um pilar essencial para a construção de uma universidade mais alinhada aos desafios contemporâneos.

O trabalho da Cátedra mostrou que, para manter sua relevância, a universidade precisa ser tanto um espaço de excelência acadêmica quanto um motor de transformação social, onde tradição e inovação caminhem lado a lado. Esta série de pesquisas, estudos e debates impulsionou uma reflexão profunda sobre o papel da universidade pública no Brasil, destacando a necessidade de inovações curriculares e de um ensino mais inclusivo.

Os amanhãs desejáveis na educação superior se faz hoje.


Aloísio Teixeira (1944-2012) foi um destacado economista e professor brasileiro, lembrado principalmente por seu papel como reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) entre 2003 e 2011. Sua trajetória acadêmica e política foi marcada por uma defesa intransigente da universidade pública, gratuita e de qualidade, sempre com foco no desenvolvimento econômico e na inclusão social. Formado e doutorado em Ciências Econômicas pela própria UFRJ, Teixeira foi uma figura de liderança tanto na academia quanto no cenário governamental, atuando de forma decisiva em debates sobre a redemocratização do país e na formulação de políticas públicas voltadas ao combate à desigualdade. Como membro do grupo de economistas desenvolvimentistas, ao lado de nomes como Maria da Conceição Tavares e Carlos Lessa, contribuiu para a elaboração de políticas durante a Assembleia Constituinte, sendo um dos redatores do capítulo sobre Previdência Social. Sua eleição para reitor da UFRJ foi um marco de unidade na comunidade acadêmica, sendo reeleito como candidato único, fruto de sua capacidade de diálogo e articulação política. Durante sua gestão, Teixeira foi um defensor fervoroso da autonomia universitária e da expansão do ensino superior público, sendo fundamental para a implementação do Reuni e o fortalecimento das políticas de inclusão social. Seu legado está intrinsecamente ligado ao compromisso com o desenvolvimento do Brasil e com uma educação que abrace as demandas sociais.


Maria Fernanda Elbert é Titular da Cátedra Aloísio Teixeira Universidade do Futuro do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ. Possui graduação em Bacharelado em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), mestrado em Matemática pelo IMPA (1992) e doutorado em Matemática pelo IMPA (1998). Atua principalmente nos seguintes temas: Imersões isométricas, hipersuperfícies de curvatura média constante, curvaturas de ordem mais altas (r-média). Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde já atuou como Coordenadora do curso de Bacharelado em Matemática, como Chefe do Departamento de Matemática, como Coordenadora da área de Matemática do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo à Docência – PIBID e como Vice Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Matemática.


Pesquisadores responsáveis pela gênese da Cátedra Aloísio Teixeira Universidade do Futuro: Maria Fernanda Elbert; Ana Célia Castro – Diretora do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ; Barbara Calabria; Bruno Souza de Paula; Carla de Paiva Bezerra; Carlos Frederico Leão Rocha; João De Mello Neto; Josué Medeiros; Marta dos Reis Castilho; Melina Kerber Klitzke; Miriam Starosky; Rodrigo Rosistolato; Victor Giraldo.