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Ciclo Memória | Repressão no campo na ditadura: sobre a terra e o

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Foto: Bira Soares/FCC

 

Aconteceu no dia 17 de maio a mesa “Repressão no campo na ditadura: sobre a terra e o terror”, como parte do ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos. Ao final da sessão, às 17h, foi realizada a cerimônia de abertura da exposição “Rastros da Verdade: arquivos e memórias da Comissão da Verdade do Rio”.

Esta sessão inaugurou o terceiro bloco do ciclo, no qual pretendemos estabelecer um diálogo com autores que colaboraram com as comissões da verdade, especialmente a CEV-Rio, em distintos eixos temáticos. Por um lado, trata-se de refletir sobre as especificidades de se produzir conhecimento para um órgão de Estado, e, por outro, de discutir os limites, avanços e desafios das respectivas agendas de pesquisa.

Ao mesmo tempo em que a Comissão Nacional da Verdade levava adiante seus trabalhos, movimentos sociais criaram uma Comissão Camponesa da Verdade para investigar as violações de direitos humanos cometidas contra trabalhadores rurais e cobrar que a CNV abordasse a temática em seu relatório. A luta dos movimentos, apoiada por pesquisadores e acadêmicos que há décadas se debruçavam sobre o tema, trouxe avanços. A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, por exemplo, incluiu em sua lista de mortos e desaparecidos políticos os nomes de 15 camponeses que jamais haviam figurado em listagens oficiais de vítimas da ditadura. No entanto, ainda são muitas as lacunas deixadas pelas políticas de justiça de transição em relação à violência no campo. Para discutir estas questões, foram convidados:

Fabrício Teló (CPDA/ UFRRJ), doutorando pelo CPDA/UFRRJ, onde também cursou seu mestrado. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Maria. Entre 2016 e 2017 foi professor substituto da UFF. É membro do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Políticas Públicas no Campo (NMSPP/CPDA/UFRRJ). Atua principalmente nos seguintes temas: ação coletiva, movimentos sociais, questão agrária, sindicalismo rural, violência política, justiça de transição e memória social.

Gilney Viana (Ex-SEDH/PR), médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Participou da resistência armada à ditadura militar e foi preso político em dois momentos em um total de 13 anos. Foi deputado federal e estadual pelo PT de Mato Grosso. Foi secretário de Desenvolvimento Sustentável no segundo governo Lula e coordenador do Projeto Direito à Memória e à Verdade no primeiro governo Dilma. É autor de Fome de liberdade: a luta dos presos políticos pela anistia (1992).

Leonilde Medeiros (CPDA/ UFRRJ), bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, Mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. É professora no Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, da UFRRJ. Coordena o Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Política Públicas no Campo, do CPDA/UFRRJ. Tem pesquisado temas como: movimentos sociais rurais, políticas fundiárias, assentamentos rurais, dimensões políticas do agronegócio, relações entre direito e conflitos sociais rurais; resistência e organização dos trabalhadores rurais durante o regime militar.

Moacir Palmeira (MN/ UFRJ), doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris. É professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fora da Universidade, foi assessor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) entre 1978 e 1989 e diretor de Recursos Fundiários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (julho de 1985-julho de 1986). Atualmente, é um dos coordenadores do projeto Memória Camponesa, voltado para o registro visual e sonoro de depoimentos de líderes e militantes das lutas anteriores a 1964 e daquelas do período de resistência ao regime militar.

O ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” foi coordenado pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino.