Lançamento de vídeos/trajetórias de Lygia Sigaud e Alfredo Wagner

30 OUT – QUI – 9H

Dando continuidade aos lançamentos do Projeto Trajetórias nas atividades do Núcleos nas Quintas, apresentaremos os percursos realizados por Lygia Sigaud (professora do PPGAS/MN/UFRJ até o ano de 2009) e Alfredo Wagner Berno de Almeida (Professor e Coordenador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (UEMA/UEA/UFAM).

Dia 30/10 (quinta-feira) às 9 h, no Auditório do PPGAS/MN (no Horto da Quinta da Boa Vista).

O lançamento das trajetórias contará com os coordenadores do projeto José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e José Carlos Matos Pereira (MEMOV/Pós-Doc PPGAS/MN), e terá como convidado o antropólogo e pesquisador Aurélio Vianna Jr. (Doutor em Antropologia Social pelo PPGAS/MN/UFRJ).

Apoio da cátedra Afrânio Garcia Jr do CBAE/ UFRJ.

Com o evento, fechamos este ciclo de lançamento com 12 trajetórias de pesquisadores/as das turmas iniciais do PPGAS. 

Disponíveis para acesso público em:

https://memov.org/…/colecao-trajetorias-pesquisadores-e-assessores

Como Construir um Estado Empreendedor: Por que a Inovação Precisa da Burocracia ? – ONLINE

3 NOV – SEG – 10H

Evento online de lançamento da edição em português do livro: Como Construir um Estado Empreendedor: Por que a Inovação Precisa da Burocracia ? com participação dos autores Rainer Kattel, Wolfgang Drechsler e Erkki Karo.

O livro How to Make an Entrepreneurial State: Why Innovation Needs Bureaucracy, de Rainer Kattel, Wolfgang Drechsler e Erkki Karo, constitui uma contribuição central para a reflexão contemporânea sobre Estado e desenvolvimento, ao mesmo tempo em que prepara o terreno para uma visão de futuro. A obra demonstra que a burocracia estatal, tradicionalmente vista como obstáculo, pode tornar-se uma força propulsora da inovação quando articulada a novas capacidades e capacitações dinâmicas. Nesse sentido, o texto propõe uma compreensão robusta das condições institucionais que sustentam a construção de uma governança antecipatória, capaz de lidar com as incertezas e com os desafios crescentes das transformações tecnológicas e sociais. Ao articular o conceito de ecossistema de inovação inclusivo e sustentável, os autores repensam a noção de Estado empreendedor, elevando-a ao patamar dos desafios do século XXI.

Acesse o arquivo do livro no repositório da ENAP!

*Evento com tradução simultânea português-inglês

Debatedores:

 Ana Célia Castro (CBAE/UFRJ) e João Carlos Ferraz (UFRJ)

Mediação:

Alexandre Gomide (Enap)

Online:

Canal do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ no YouTube

Diálogos Sustentáveis: A Natureza dá Samba? [EVENTO ADIADO]

EVENTO ADIADO

Cátedra Berta Becker – Sustentabilidades e os Amanhãs Desejáveis: Biodiversidade, Clima e Desafios Socioambientais para Políticas Públicas no Brasil, à Luz da Agenda 2030

APRESENTA

Diálogos Sustentáveis – Samba e Natureza: Mapeando a Noção de Natureza nos Sambas de Enredo do Carnaval do Rio de Janeiro

Em tempos de agravamento da emergência climática é cada vez mais urgente refletir sobre o tipo de relação que construímos com e na natureza – concebida historicamente nas sociedades ocidentalizadas como se o ser humano não fosse parte dela mas um ente separado – e de como essas conexões precisam ser (re)pensadas a partir de perspectivas integradoras, inclusivas e plurais, que envolvam todos os seres vivos e as garantias necessárias para uma vida de qualidade em sociedade e no planeta. Nessa reflexão, a arte possibilita captar e questionar padrões e preocupações de uma sociedade, o chamado espírito do tempo. Nas manifestações ligadas ao Carnaval brasileiro, os desfiles das Escolas de Samba apresentam temas que traduzem questões fundamentais para as sociedades que as produzem, o país e, até mesmo, a coletividade planetária. Sob essa inspiração, esse Diálogos tem como proposta apresentar e debater os resultados do projeto intitulado Samba e Natureza. Esse projeto busca investigar de que forma a polissêmica noção de Natureza vem sendo interpretada nos sambas de enredo das Escolas de samba do Grupo Especial, no Rio de Janeiro. Diante da riqueza dos temas abordados nos sambas, o projeto Samba e Natureza busca, com as análises, contribuir para a dinamização do debate sobre a necessidade de reconexão da sociedade com a natureza, compreendendo, nesse contexto, o potencial fundamental desse elemento cultural ancestral para a sensibilização em relação a comportamentos que estão direta ou indiretamente relacionados à natureza.  

Palestrantes:

Marcelo Augusto Gurgel de Lima – CEFET/RJ e UFRJ

Sociólogo, turismólogo e pós-doutorando (em andamento) no Programa Eicos (IP/UFRJ). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Patrimônio Cultural do CEFET/RJ. Doutor e mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social/Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Membro dos Grupos de Pesquisa Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão e Sustentabilidade (GAPIS) e do Núcleo Sinergia: Subjetividades, Turismo, Natureza e Cultura (Programa Eicos/IP e PPED/IE/UFRJ). Pesquisador com foco nas interfaces entre turismo, natureza e cultura e suas articulações com as políticas públicas setoriais no Brasil. Além desse tema, investiga também o fenômeno da desinformação, em especial, na agenda socioambiental brasileira e desenvolve pesquisa sobre a compreensão e o uso dos mecanismos do software Atlas.TI no processo de sistematização e de análise qualitativa de dados.

Elizabeth Oliveira – Jornalista ambiental e integrante do GAPIS/IP/UFRJ

Jornalista e pesquisadora especializada em questões socioambientais com formação acadêmica interdisciplinar. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento, vinculado ao Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPED-IE-UFRJ). Integrante do Grupo de Pesquisa Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão e Sustentabilidade (Gapis-UFRJ-CNPq). Atua na discussão e na produção de reportagens e artigos sobre a relação sociedade-natureza, com ênfase nas agendas de conservação da biodiversidade, mudanças climáticas e direitos humanos.
 

Luiz Antônio Simas – Prof. Historiador e autor de 19 livros sobre cultura brasileira

Luiz Antonio Simas é carioca, filho e neto de pernambucanos e alagoanas. Mestre em História Social pela UFRJ, professor de história, educador popular, escritor, poeta e compositor, tem mais de trinta livros publicados sobre culturas de rua do Brasil. Desde a publicação de seu primeiro livro, O vidente míope (Folha Seca, 2009), foi finalista do Prêmio Jabuti em três ocasiões, com as obras Coisas nossas (José Olympio, 2017), O corpo encantado das ruas (Civilização Brasileira, 2019) e Sonetos de birosca e poemas de terreiro (José Olympio, 2022), seu primeiro livro de poesia. Foi ganhador do mesmo prêmio na categoria Livro do Ano de 2016, em parceria com Nei Lopes, pelo Dicionário da história social do samba (Civilização Brasileira, 2015). Suas canções foram gravadas por artistas como Maria Rita, Marcelo D2, Criolo, Rita Benneditto e Fabiana Cozza. Também atuou como curador das exposições “Crônicas cariocas” (Museu de Arte do Rio), ao lado de Conceição Evaristo; “Semba/Samba: corpos e atravessamentos”, junto a Nei Lopes e com curadoria artística e projeto museográfico dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad; e “Aos heróis da liberdade” (Museu do Samba/RJ), com Gringo Cardia. Mantém há mais de quinze anos projetos populares de aulas públicas em ruas, praças, botequins, coretos, quadras de escolas de samba e terreiros.

Fabio Scarano – Cátedra Futuros Regenerativos

É Curador do Museu do Amanhã, titular da Cátedra Unesco de Alfabetização em Futuros, uma parceria da UFRJ com o Museu do Amanhã e Professor Titular de Ecologia da UFRJ, integrando o Laboratório de Limnologia. Engenheiro Florestal pela Universidade de Brasília, com doutorado em Ecologia na Universidade de St. Andrews, Escócia. Foi dirigente no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na Conservação Internacional e na Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Foi também autor no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e no Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC, 2011-2014). Foi Coordenador da Área de Ecologia e Meio Ambiente na CAPES/MEC e coordenador geral da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES). É membro da Sociedade Linneana de Londres. Orientou mais de 40 mestres e doutores. Possui mais de 100 publicações científicas e foi agraciado com dois Prêmios Jabuti de Literatura, na categoria de Ciências Naturais: com o livro “Biomas Brasileiros: Retratos de um País Plural”; e um primeiro lugar, com o livro “Mata Atlântica: Uma História do Futuro”. É autor do celebrado livro “Regenerantes de Gaia” e do recém lançado 

Mediação:

Marta de Azevedo Irving Cátedra Bertha Becker Sustentabilidades à Luz da Agenda 2030

Professora e pesquisadora sênior do Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/IP/UFRJ), do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED/IE/UFRJ) e, do Pograma Futuros (CBAE/FCC/UFRJ). Coordenadora da Cátedra de Ambiente e Sustentabilidade do Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE/FCC/UFRJ) e pesquisadora sênior do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED/CNPq). Professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entre 2023 e 2025. Perfil acadêmico interdisciplinar, com graduação em Biologia (UFRJ) e em Psicologia (UERJ). Mestrado em Gestão Costeira (Southampton University) e Doutorado em Ciências (Universidade de São Paulo). Pós-Doutorado em Gestão Social da Biodiversidade no Département dÉcologie et Gestion de la Biodiversité no Musée dHistoire Naturelle (MNHN) e, no CRBC/ École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) da França. Professora e pesquisadora convidada do Département Hommes, Natures et Sociétés do MNHN e do IREST/Paris 1 (França), além do Departamento de Geografia da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) e do Oslo and Akershus College of Applied Sciences (Noruega), alem de ter contribuido com inumeros projetos no âmbito do Sistema das Nações Unidas e demais instituições de alcance internacional. Em seu percurso profissional tem conduzido a reflexão ética e crítica sobre o campo da sustentabilidade, à luz da Ecologia Social e Política, com foco na temática de governança vinculada à agenda socioambiental, com ênfase em gestão social da biodiversidade, em suas interfaces com as demais políticas públicas. Suas pesquisas partem da ressignificação da relação entre natureza e cultura, na contemporaneidade, e seus rebatimentos nas agendas global e nacional do desenvolvimento. Com base na perspectiva teórica sobre sustentabilidade e governança socioambiental, alguns temas tem orientado suas pesquisas, atualmente, nas interfaces com o debate associado à conservação da biodiversidade, envolvendo áreas protegidas e patrimônio; cultura e direito de povos e populações tradicionais; lazer, turismo e ética da sustentabilidade; desenvolvimento de tecnologias participativas como instrumentos para a ação comunitária e  desenvolvimento local, em articulação com a questão climática e políticas setoriais conexas, à luz da Agenda 2030, entre outros. A pesquisadora tem status de Bolsista de Produtividade do CNPq e coordena os Grupos de Pesquisa Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão e Sustentabilidade (GAPIS/Lattes/CNPq) e, o Núcleo Sinergia: Subjetividades, Turismo, Natureza e Cultura (Sinergia/Lattes/CNPq), Coordenou também o Projeto  de Cooperação Internacional Sustentabilidade e Inclusão Social: Rumo à Agenda 2030, no âmbito do Programa CAPES/PRINT, entre varios outros. Em seu currículo são registradas inúmeras dissertações e teses de doutorado, além da autoria de livros e artigos científicos no campo das Ciências Sociais Aplicadas, de alcance nacional e internacional. 

Convidados:

  • Cássia Turci – Vice-reitora da UFRJ 
  • Ana Célia Castro – Diretora do Colégio Brasileiro de Altos Estudos UFRJ. Vice-Coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT/PPED)
  • Elizeu Santiago – Presidente do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
  • Tiago Prata – Gerente da Embratur
  • Martinho da Vila – compositor, intérprete e presidente de honra da G.R.E.S.Unidos de Vila Isabel  (a confirmar)

Presencial:

Salão Nobre do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, Rio de Janeiro.

Transmissão:

Canal do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ no YouTube


Comissão Organizadora:

  • Coordenação do Projeto de Extensão Diálogos Sustentáveis – 10 Anos: Profa Marta de Azevedo Irving (UFRJ)

Organização do evento Samba e Natureza:

  • Marcelo Gurgel de Lima (CEFET/RJ e UFRJ)
  • Claudia Fragelli (CEFET/RJ)
  • Elizabeth Oliveira (GAPIS/IP/UFRJ)
  • Graciella Faico (UFRJ e UFF)
  • Nadson Nei de Souza (CEFET/RJ)

Realização e organização:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET/RJ

Apoio institucional:

  • Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro AGCRJ
  • Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo EMBRATUR

Seminário internacional: Políticas de migração e saúde mental em perspectiva comparada – ONLINE

29 OUT – QUA – 15H

O seminário analisa as transformações recentes dos fluxos migratórios na América Latina, marcadas pela intensificação das migrações Sul/Sul e seus efeitos sobre as estruturas sociais, econômicas e humanitárias dos países receptores. A partir de uma perspectiva comparativa entre Brasil e Chile, discute-se o papel das políticas públicas, normas e leis migratórias na integração e no bem-estar dos migrantes, com ênfase nos impactos socioeconômicos, culturais e na saúde mental dessas populações. A reflexão abrange desde a evolução das legislações e seus conflitos de interesse até as condições de vida, inserção social e discriminação racial enfrentadas por grupos migrantes, destacando a necessidade de respostas integradas e sensíveis às múltiplas vulnerabilidades envolvidas.

Apresentação completa:

A migração internacional e o refúgio são temas contemporâneos cruciais, já que estão permanentemente em aumento. As diásporas, onde os habitantes da América do Sul migravam para os países avançados, têm sofrido mudanças na última década. Agora predomina a migração Sul/Sul, ou seja, dentro da região da América Latina. Os países receptores se viram obrigados a mudar suas infraestruturas e serviços públicos para acomodar esse novo tipo de diáspora que, em muitos casos, tem gerado verdadeiras crises humanitárias. Organismos internacionais das Nações Unidas, como o ACNUR e a OIM, têm colaborado nos processos de integração social dos migrantes, assim como as ONGs pró-migração e os coletivos de migrantes.

O seminário visa apresentar as principais características das políticas públicas, normas e leis migratórias no Brasil e no Chile, seus efeitos sobre os migrantes e estabelecer algumas comparações relevantes. Apresentam-se as influências das políticas sobre populações específicas de migrantes, no sentido socioeconômico, político e cultural, com ênfase especial na saúde mental e de forma comparativa. Os convidados desenvolvem o tema geral a partir de focos específicos.

O prof. Igor Machado dedica sua apresentação a fazer um breve histórico da evolução das leis migratórias e dos conflitos de interesse públicos na forma de definir a alteridade no Brasil nos momentos de articular consensos para desenvolver as normativas migratórias. O prof. Alexandre Branco discute a política nacional de saúde das populações migrantes no Brasil, fazendo um balanço de 2022 a 2025. O prof. Pablo Zuleta Pastor mostra, de forma qualitativa, os fatores que repercutem na saúde mental dos migrantes venezuelanos no Chile, em sua viagem e reassentamento. Ele destaca como riscos à saúde mental desses migrantes o estresse e os lutos não realizados. A prof. Liliana Acero estabelece comparações entre as populações migrantes haitianas no Chile e no Brasil, sua precariedade de vida, de inserção social e as discriminações raciais às quais estão sujeitas no cotidiano, entendidas como fatores que afetam sua saúde mental.

A comentarista, prof. Ana Célia Castro, discute os textos e também apresenta uma visão mais ampla em relação às múltiplas vulnerabilidades dos migrantes.


Convidados

  • Prof. Pablo Zuleta Pastor – Doutor em Psicologia pela Universidade do Chile; professor da Escola de Psicologia da Universidade Bernardo O’Higgins – Santiago do Chile.
  • Prof. Igor de Reno Machado – Doutor em Antropologia pela UNICAMP; professor titular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – São Paulo.
  • Prof. Alexandre Branco – Doutorando no Dpto de sociologia da USP e pesquisador colaborador no Programa de Pós Graduação em Antropologia social da UnB.

Organizadora

  • Profa. Liliana Acero – Doutora em Sociologia pela Universidade de Sussex (Inglaterra); pós-doutoranda sênior pela FAPERJ e professora voluntária do PPED/IE/UFRJ.

Comentarista

  • Profa. Cláudia Mermelstein – Cátedra Fronteiras da Biologia e Medicina

Online:

Canal do Colégio Brasileiro de Altos Estudos no YouTube


Promoção e realização:

PPED/IE/UFRJ, CBAE/ UFRJ e  FAPERJ

First Global Innovation Forum – Centro Global de Inovação sobre Mudanças Climáticas da ONU

05 e 06 NOV 9H – VAGAS LIMITADAS

First Global Innovation Forum

Uniting global solutions for a sustainable future

CONVITE

Organizado pelo Centro Global de Inovação das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, em colaboração com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e o Colégio Brasileiro de Altos Estudos — que sediará o evento — o Fórum Global de Inovação fornecerá uma plataforma abrangente para uma gama diversificada de partes interessadas exibirem soluções inovadoras de clima e sustentabilidade, conectarem-se sobre desafios e oportunidades compartilhados, e identificarem de forma colaborativa lacunas prioritárias na implantação de inovações escaláveis.

A caminho da COP30, o Rio de Janeiro oferece um cenário estratégico para o Primeiro Fórum Global de Inovação. Este evento foi criado para conectar o ecossistema global de inovação com o processo de Mudanças Climáticas da ONU, alavancando o ambiente de negócios dinâmico do Rio e sua história como um centro de sustentabilidade e tecnologia. O Fórum contará com um espaço físico de exposição com estandes de diversos tamanhos, permitindo que provedores de soluções, incluindo empresas de tecnologia, startups e aceleradoras, apresentem suas mais recentes soluções climáticas. Além disso, os espaços de diálogo contarão com eventos paralelos temáticos e o 17o Workshop de Inovação Sistêmica do Centro Global de Inovação das Nações Unidas para Mudanças Climáticas.

O Centro Global de Inovação das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UGIH) foi lançado na COP 26 para contribuir para viabilizar o uso da inovação a serviço das pessoas e do planeta. Para isso, ele acelera e amplia o desenvolvimento e a implantação de soluções transformadoras para o clima e a sustentabilidade, novas e

Programa completo:

Faça o download do programa completo neste link.

Presencial:

Salão Nobre do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, Rio de Janeiro.

Geopolítica do Clima com François Gemenne 

28 OUT – TER – 10H

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fórum de Ciência e Cultura

Colégio Brasileiro de Altos Estudos

Consulado Geral da França no Rio de Janeiro

APRESENTAM

Conferência Internacional Geopolítica do Clima com François Gemenne

A Conferência Internacional Geopolítica do Clima reúne François Gemenne, referência global em meio ambiente, migrações e governança climática, em um debate sobre os impactos desiguais da crise do clima e os impasses da governança entre Norte e Sul. Emílio La Rovere conduz a mediação, relacionando a discussão às negociações da COP30, em Belém, e às propostas de reestruturação do financiamento climático e da cooperação internacional. Marta Irving complementa o diálogo ao abordar as dimensões éticas, culturais e socioambientais da sustentabilidade, com base na ecologia social e na governança participativa. O encontro destaca a Amazônia e o Brasil como espaços estratégicos na consolidação de um novo paradigma de justiça climática e na construção de uma agenda multilateral capaz de articular desenvolvimento, soberania e preservação ambiental.

*Este evento é organizado em parceria com o Consulado Geral da França no Rio de Janeiro. **Entrada gratuita. ***Evento com tradução simultânea.


Conferencista internacional:

François Gemenne é especialista em geopolítica do meio ambiente e das migrações. Professor na Escola de Altos Estudos Comerciais de Paris (HEC/Paris) e pesquisador do Fundo para a Investigação Científica (FNRS) na Universidade de Liège, também leciona no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po Paris). Autor de diversos livros sobre clima, é coautor do 6º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC/GIEC) e presidente do Conselho Científico da Fundação para a Natureza e o Homem. Seus trabalhos foram publicados em revistas como Science e Global Environmental Change, e é autor de várias obras, entre elas: L’écologie n’est pas un consensus (Fayard, 2022); On a tous un ami noir (Fayard, 2020); Géopolitique du climat (Armand Colin, 2009; 2015); Atlas des migrations environnementales (Presses de Sciences Po / Routledge, 2016, com D. Ionesco e D. Mokhnacheva); Atlas de l’Anthropocène (Presses de Sciences Po, 2019, com A. Rankovic e o Atelier de Cartographie de Sciences Po).

Mais sobre o conferencista:

François Gemenne – HEC/Paris

François Gemenne dedica-se, em escala global, ao estudo das intersecções entre migrações, governança ambiental e mudanças climáticas, conduzindo pesquisas de campo em territórios vulneráveis como as Ilhas Maldivas, Tuvalu e Fukushima — experiências que alimentam sua análise sobre os impactos desiguais do aquecimento planetário e os deslocamentos populacionais que dele decorrem. Diretor do Hugo Observatory na Universidade de Liège e co-diretor do Observatoire Défense & Climat junto ao Ministério das Forças Armadas da França, articula ciência, diplomacia e segurança internacional para demonstrar que o clima deixou de ser apenas uma questão ambiental, tornando-se eixo central das novas dinâmicas de poder, soberania e cooperação global. Participa de importantes projetos de pesquisa europeus, como MAGYC (governança das migrações e crises de asilo) e HABITABLE (migrações induzidas por mudanças climáticas), além de atuar como consultor para organizações multilaterais, entre elas a International Organisation for Migration (IOM) e o Asian Development Bank (ADB). Sua trajetória acadêmica e institucional revela um pensamento que combina rigor empírico e engajamento público, ampliando o debate sobre a geopolítica do clima como um campo decisivo para compreender as transformações contemporâneas nas relações internacionais e nos modos de vida das populações afetadas pela crise ambiental.

Fontes: earthsystemgovernance.org; fnh.org; us.londonspeakerbureau.com


Mediação:

Emílio Lèbre La Rovere – CBAE/COPPE/UFRJ

Emílio Lèbre La Rovere é professor titular do Programa de Planejamento Energético (PPE) da COPPE/UFRJ, onde coordena o Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente (LIMA) e o CentroClima — Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. Engenheiro e economista, com doutorado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, dedica-se há mais de quatro décadas à pesquisa e à formulação de políticas nas áreas de energia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Contribuiu para diversos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007, consolidando-se como uma das principais referências brasileiras em transição energética e mitigação de emissões. Participou da Comissão de Alto Nível sobre Preço do Carbono, coordenada por Joseph Stiglitz e Nicholas Stern, e preside a Câmara Técnica sobre Economia de Carbono do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. Na UFRJ, coordena a Cátedra Luiz Pinguelli Rosa – Um Futuro Desejável: Transição Justa para um Desenvolvimento Compatível com o Clima no Brasil –, vinculada ao Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), onde também é professor do Programa de Formação e Transformação em Futuros. É autor e coautor de inúmeros estudos e relatórios sobre políticas públicas de energia, cenários de descarbonização e sustentabilidade, tendo atuado como consultor para organismos nacionais e internacionais, entre eles o Banco Mundial e o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Sua trajetória combina rigor técnico e visão prospectiva, articulando ciência, política e transformação social. No diálogo com François Gemenne, converge o olhar sobre as mudanças climáticas como questão central da geopolítica contemporânea — campo em que se entrelaçam soberania energética, justiça ambiental e governança global do futuro.


Comentários:

Marta de Azevedo Irving – Cátedra Sustentabilidades à Luz da Agenda 2030

Marta de Azevedo Irving coordena o subprojeto “Governança Socioambiental e Conservação da Biodiversidade: Mosaicos de Áreas Protegidas como vias de integração de políticas públicas, rumo ao pós-Agenda 2030”, vinculado ao eixo “Diagnósticos sobre População, Biomas e Sustentabilidade” do projeto “Os Múltiplos e Dinâmicos Processos Socioeconômicos e Ambientais no Brasil a partir do Censo Demográfico 2022” (INCT-PPED/UFRJ-ENCE/IBGE). A pesquisa investiga as dinâmicas de governança socioambiental em áreas protegidas, tomando os mosaicos de conservação como instrumentos de integração entre políticas públicas de biodiversidade, desenvolvimento sustentável, vulnerabilidade ambiental e adaptação climática, enfatizando a gestão participativa e intersetorial como condição para uma transição ecológica efetiva. Professora e pesquisadora sênior do EICOS/IP/UFRJ, do PPED/IE/UFRJ e do Programa Futuros (CBAE/FCC/UFRJ), coordena a Cátedra Bertha Becker – Sustentabilidades à Luz da Agenda 2030 (CBAE/UFRJ) e integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED/CNPq). Com trajetória interdisciplinar em Biologia (UFRJ) e Psicologia (UERJ), mestrado pela University of Southampton, doutorado pela USP e pós-doutorados no Muséum National d’Histoire Naturelle (MNHN) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), na França, desenvolve pesquisas sobre ecologia social, governança ambiental e sustentabilidade, abordando as relações entre natureza, cultura e políticas públicas à luz da Agenda 2030. Professora visitante da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e colaboradora de instituições internacionais como o MNHN, o IREST/Paris 1, a Universidade de Santiago de Compostela e o Oslo and Akershus College (Noruega), é Bolsista de Produtividade do CNPq e coordena os grupos de pesquisa GAPIS e Sinergia, além de projetos de cooperação internacional voltados à sustentabilidade e inclusão social. Sua reflexão articula ética, território e governança participativa, propondo modelos colaborativos e adaptativos de gestão socioambiental capazes de integrar conservação, desenvolvimento e justiça climática.

No contexto da conferência “Geopolítica do Clima”, a participação de Marta Irving estabelece um diálogo essencial com as perspectivas de François Gemenne e Emílio Lèbre La Rovere. Enquanto Gemenne revela as assimetrias globais das mudanças climáticas e La Rovere analisa as condições para uma transição energética justa e cooperativa, Irving amplia o horizonte ao introduzir a dimensão territorial e ética da governança socioambiental, destacando que enfrentar a crise climática exige, ao mesmo tempo, integração de políticas públicas, justiça ambiental e renovação das práticas de convivência entre sociedade e natureza.


Textos para discussão:

Presencial:

Espaço Castro, Lessa e Conceição do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, Rio de Janeiro.

Transmissão:

Canal do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ no YouTube

*A participação é livre e não requer inscrição prévia, mas está sujeita à lotação; demonstrar interesse no botão acima nos ajuda a organizar melhor o evento.


Apoio institucional:

Vincent Brignol – Adido para a ciência e tecnologia / Attaché pour la science et la technologie

Consulat Général de France à Rio de Janeiro

Interculturalidade e conhecimento: a escola como espaço de subjetivação

22 OUT – QUA – 17H30

As rodas de conversa promovidas pela Cátedra Anísio Teixeira conjugam um espaço de escuta, troca e reflexão coletiva acerca de temáticas que afetam a profissão docente na contemporaneidade.

Este mês somos convidados a olhar a escola como lugar de construção da subjetividade de professores e estudantes. Nesse contexto, a interculturalidade se apresenta como proposta de valorização e integração de diferentes perspectivas culturais, contribuindo para o desenvolvimento de práticas pedagógicas mais inclusivas, de formação integral, crítica e sensível às singularidades de cada sujeito.

Participem!

Convidados: 

  • Professora Mariana Guimarães –Colégio de Aplicação da UFRJ
  • Professora Juliana Barbosa – Faculdade de Formação de Professores UERJ
  • Professor José Felipe Cornejo Ormeño – Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação UFRJ 

Mediação:

Andreza Berti – Colégio de Aplicação da UFRJ

Presencial:

Espaço Castro, Lessa e Conceição do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, Rio de Janeiro.

Dúvidas? Entre em contato: complexoformacaoprofessores@gmail.com

Entre Ícones e Aparelhos: Filosofia, Guerra e Tecnologia na Era das Imagens — Lançamento de Livro

20 OUT – SEG – 17H

Cátedra Vilém Flusser

Cátedra José Bonifácio de Andrada e Silva

CONVIDAM

Lançamento dos livros “Sailing to Byzantium: Icons, Apparatuses and the Mind-Body Problem”, de Felipe Loureiro, e “An End to Eternity? Vilém Flusser, Contemporary War and Geopolitics”, de Marcus A. Lessa

Os autores Felipe Loureiro (Cátedra Vilém Flusser) e Marcus A. Lessa (Cátedra José Bonifácio de Andrada e Silva) convidam para o lançamento dos dois primeiros livros da série Guerra e Paz — uma ação conjunta das duas cátedras voltada a promover ensaios originais e a reunir diferentes perspectivas e interpretações de obras clássicas.

Presencial:

Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, Rio de Janeiro.

“Estratégias de reconversão do campesinato e das elites agrárias brasileiras; uma homenagem a Afrânio Raul Garcia Jr”

16 OUT – QUI – 14H/17H

Cátedra Afrânio Raul Garcia Jr. de Memória, Trabalho, Movimentos, Direitos Humanos

A mesa inaugural da Cátedra, criada para investigar criticamente os usos do passado em torno da memória, do trabalho, dos movimentos sociais e dos direitos humanos, se propõe a revisitar dimensões centrais da obra de seu patrono, Afrânio Raul Garcia Jr. Ao enfatizar o peso do mundo rural na constituição da sociedade brasileira, o debate buscará evidenciar como a história do campesinato, os conflitos fundiários e a atuação das elites agrárias moldaram o país, ao mesmo tempo em que lança luz sobre os desafios contemporâneos do trabalho, da cidadania e da sustentabilidade socioambiental. A proposta é articular trajetórias de pesquisa e interpretações críticas que, partindo da análise histórica, projetem perspectivas de futuro para a democracia e para os direitos humanos no Brasil.

Coordenador e mediação:

José Sergio Leite Lopes – Titular da Cátedra

Antropólogo, Professor Titular do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ex-diretor do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – CBAE/UFRJ (2012-2019). Fez graduação em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1969), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986). Fez pós-doutorado na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (1988-1990). É professor do Museu Nacional-UFRJ desde 1978. Foi professor visitante na Universidade Federal de Pernambuco (2003-2006). Tem experiência na área de Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: antropologia do trabalho e dos trabalhadores, meio ambiente e conflitos sociais, história social das ciências sociais relacionadas ao trabalho, antropologia do esporte e memória dos movimentos sociais. Além de coordenar o Programa de Memória dos Movimentos Sociais – Memov, sediado no CBAE/UFRJ, é também desde agosto de 2019 coordenador da Comissão Memória e Verdade da UFRJ. Tornou-se professor emérito por solicitação do Museu Nacional/Fórum de Ciência.e Cultura/UFRJ, com aprovação pelo Conselho Universitário da UFRJ, conforme sessão em 13 de junho de 2024

Convidados:

Ana Célia Castro, José Sergio Leite Lopes, Sergio Pereira Leite (CPDA), Mario Grynszpan (UFF) , John Comerford (MN) e Patrícia Ramiro (UFPB, pós-doc no MN).

Presencial:

Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, Rio de Janeiro.

Transmissão:

Canal do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ no YouTube

Decifra-me ou te devoro, o feitiço na era das plataformas

A cena é mínima e precisa: uma câmera aberta, o professor em casa, falando direto ao público. Os alunos inscritos acompanham pela sala do Zoom; o restante, pelo YouTube do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Antes de mergulhar no tema, ele se apresenta: professor da Escola de Comunicação da UFRJ, pesquisador dos programas de pós-graduação e nome reconhecido no debate sobre comunicação e capitalismo. “Venho há muito tempo trabalhando com esses temas… e o papel da internet é absurdamente central para o funcionamento do capitalismo que conhecemos”, diz, em tom de quem sabe o terreno que pisa.

A Cátedra Álvaro Vieira Pinto — oferecida pelo Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ (CBAE) — abre com um módulo introdutório: “capitalismo do espetáculo, fetichismo da mercadoria e meios de comunicação”. O objetivo é dar a espinha dorsal teórico-metodológica do curso e apontar as trilhas seguintes; em 31 de maio de 2022, a voz condutora é a de Marcos Dantas.

Dantas começa por uma constatação cotidiana, quase confessionária: “A nossa vida é muito agendada pelo que a gente vê na TV, pelo que ouve no rádio, pelo que está no jornal e, agora, também pelo WhatsApp e pelo Facebook.” O termo de Guy Debord ganha corpo — espetáculo não é “apenas um conjunto de imagens, mas uma relação social mediatizada por imagens” que organiza hábitos, desejos, pausas e reprises do dia. Do barbeiro à sala de estar, “a gente para a atividade para ver uma novela… ou um jogo de futebol.”

Daí ao fetiche, o passo é curto. O professor chama Isleide Arruda Fontenelle para a conversa — e a frase que fisga o leitor: “Não basta tomar refrigerante, tem que ser Coca-Cola… não basta comer hambúrguer, tem que ser McDonald’s.” O nome — a marca — torna-se o objeto de desejo. “A marca parece perverter o próprio fetiche… uma espécie de fetichização do fetiche.” Em linha com Fontenelle, a marca radicaliza o processo: as pessoas deixam de se referir às coisas e passam a se referir às imagens das coisas. No limite, aquilo que antes era atribuído a forças divinas, hoje se chama “mercado” — onipresente e sem rosto.

A marcha do raciocínio encaixa Marx no presente. Se o capital se multiplica pela rotação, convém reduzir ao mínimo os intervalos entre produção, circulação e realização. “Quanto mais esse tempo tende a zero… tanto mais rápida a rotação do capital e maior a massa anual de mais-valor”, recorda Dantas. “Hoje vivemos em um tempo tendendo ao limite de zero — sobretudo nas etapas digitalizadas proporcionadas pela internet.” A informação, que antes acompanhava a mercadoria em seu percurso, agora se antecipa a ela — constrói desejos antes mesmo do produto existir. É esse encurtamento radical que redefine a economia: distâncias se dissolvem e decisões se precipitam em ritmo acelerado.

Para entender quem manda nesse jogo, Dantas aciona a ideia de corporações-rede: empresas cuja inteligência (P&D, marketing, design) pulsa em um núcleo e cuja produção se espalha em cadeias globais, enquanto a marca, por cima de tudo, organiza pertencimentos e preferências. O que se vende, repete ele, é o nome. O consumo, cada vez mais apoiado em signos e estilos de vida, transforma a diferença estética em valor.

É aí que a sociedade do espetáculo encontra sua engenharia econômica. O professor não foge da polêmica que vem da economia política da comunicação: o que a TV vende é audiência. “O que interessa ao anunciante é aquele milhão que está na frente da tela.” Há um trabalho semiótico do público — atenção, tempo, interpretação — que entra no circuito de valorização. Na tradição crítica, esse público é concebido como mercadoria; na prática do mercado, as métricas — como cliques e engajamento — funcionam como moeda. “Mesmo quem discorde da formulação, percebe o deslocamento: no mercado das telas, o olhar coletivo se converte em referência de valor e unidade de troca.”

O fio segue: quando a utilidade de muitos bens passa a ser estética — “gerar emoção, sentimento” — o espetáculo encurta ainda mais o giro: eventos e lançamentos têm vida útil instantânea, projetando a próxima onda enquanto a anterior ainda reverbera. A publicidade ensaia sua paráfrase da arte; o design assume o centro; e o capital, para acelerar consumo e reposição, aposta numa cultura do descartável, como lembram leituras que Dantas convoca no percurso.

No fundo, o diagnóstico mira a transformação do próprio material de trabalho: signos. “A mercadoria é também signo”, lê Dantas, para então recolocar o problema em 2022: em vez de apenas produzir objetos, produzimos projetos, marcas, experiências — informação que, ao ser registrada, processada e comunicada, compõe a base do que ele chama de capitalismo informacional.

Quando ele convoca “transportes e comunicações”, não há figura de linguagem: é chão e é símbolo. De um lado, navios, aviões e rodovias — indústrias cujo valor de uso é o próprio movimento e cuja “mercadoria” se consome no ato, durante o processo. De outro, data centers, telégrafo, rádio, TV e redes, que fazem a informação correr à frente da mercadoria, encurtando o tempo de rotação do capital. Por isso, não são adereços: em parte prolongam o processo produtivo (caso do transporte necessário à realização do valor) e, em parte, compõem funções de circulação que encurtam prazos e coordenam fluxos.

Daí à internet, o passo é lógico: “quanto mais esse tempo se aproxima de zero, tanto mais o capital se valoriza”, lembrou o professor — e a rede é a realização mais aguda desse limite. Hoje, os chamados “jardins murados” — ecossistemas fechados, aparentemente abertos, mas vigiados, regulados e que concentram dados, distribuição e mensuração sob regras próprias — comprimem a infraestrutura material e a mediação simbólica do desejo, como se anulasse o espaço pelo tempo: do anúncio ao clique, do clique à entrega, quase sem fricção.

Chegamos, enfim, às plataformas sociodigitais — não só digitais, insiste, porque “são produtos da sociedade e agem na sociedade”. No ambiente em rede, a compressão do tempo se torna regra operacional; o capital precisa de meios de comunicação para gestão, trânsito financeiro e produção de público. E é pela mesma via que o retorno chega, em forma de dados, cliques, indicadores e vendas.

A cena se fecha, de propósito, na sua televisão ou no seu celular: ao ver o gol brilhante, o olho vai ao lance — mas é a marca que captura o desejo, insinuada na vinheta e explícita nas placas que cercam o território.

No debate que se seguiu, as perguntas do público puxaram o fio para questões de hoje: a propriedade intelectual, cercada pelas plataformas; a vigilância, que busca predizer e modelar comportamentos antes mesmo que surjam; a democracia, atravessada por algoritmos que decidem o que circula. Dantas respondeu sem perder o compasso: “O capital precisa saber o que você vai desejar antes mesmo que você saiba.” O comentário, seco e preciso, funcionou como síntese da noite.

Essa aula — densa, segura, didática — inaugurou o curso “Capitalismo de Plataformas: Financeirização e Apropriação da Cultura, do Conhecimento e das Comunicações”, que se desdobra em diferentes campos e práticas sociais sob olhar crítico sobre como o capital financeiro e as tecnologias digitais reconfiguram produção e consumo.

No Aconteceu do CBAE, cabem as aulas que ressoam para além do instantâneo. Esta ressoa. Porque, na voz ora calma ora enérgica que sobe e desce ao explicar conceitos, Dantas reata dois pontos do nosso tempo: o feitiço (a mercadoria que encobre as relações) e a tela (o espetáculo que organiza a vida), sob a lógica das plataformas (onde ¹o capital realiza seu ideal antigo: fazer do tempo um quase nada). Não é metáfora: é método. E, como feitiço, também é alerta.

Texto: Wellington Gonçalves Revisão: Marcos Dantas

A crônica faz referência à aula Capitalismo do Espetáculo, Fetichismo da Mercadoria e Meios de Comunicação, parte do curso Capitalismo de Plataformas, ministrada em 31/05/2022 e transmitida pelo canal do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ no YouTube. Disponivel em: Transmissão YouTube – Aula Capitalismo do Espetáculo, Fetichismo da Mercadoria e Meios de Comunicação.

¹A formulação “o capital realiza seu ideal antigo: fazer do tempo um quase nada” condensa, em chave ensaística, a tese de Marx sobre a redução do tempo de circulação (cf. O Capital, Livro II). Trata-se de extrapolação crítica: Dantas observa que o tempo tende a zero nas etapas digitalizadas, mas não afirma literalmente a realização desse “ideal”.