O Colégio Brasileiro de Altos Estudos exibiu na segunda-feira, dia 13/06, o filme “O Espírito de 45”. O documentário aborda a ascensão do Partido Trabalhista na Inglaterra, no período pós-Segunda Guerra. Premiado com a Palma de Ouro em Cannes em 2016, o diretor Ken Loach deixa explícita a preocupação com o proletariado em sua carreira cinematográfica.
José Ricardo Ramalho, professor de Sociologia da UFRJ, comentou o filme. Especialista no campo da sociologia do trabalho e relações de poder, Ramalho e Loach têm em comum o grande interesse pela classe operária. Em “Estado Patrão e Luta Operária”, publicado em 1989, Ramalho escreveu sobre a greve dos funcionários da Fábrica Nacional de Motores. O movimento alcançou relevância e caracterizou-se como a principal a luta política da época.
O evento fez parte do ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
A palestra “A migração Nordeste-São Paulo e a memória dos trabalhadores do ABC paulista” aconteceu dia 06 de junho de 2016 e fez parte do ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”. Com Marilda Menezes e Paulo Fontes, como debatedor, a temática da migração foi o assunto principal.
Marilda Menezes é formada em Ciências Sociais pela Fundação Santo André (FSA) e doutora pela Universidade de Manchester. Criadora da Revista Travessia, Menezes tem bastante proximidade com o tema, tendo inúmeros trabalhos publicados com esse assunto, como o livro “Redes e enredos nas trilhas dos migrantes”.
Paulo Fontes é pesquisador do CPDOC/FGV, bacharel em História pela USP e doutor pela UNICAMP. Também é autor do premiado livro “Um Nordeste em São Paulo: Trabalhadores migrantes em São Miguel Paulista: 1945-66”.
O ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas” foi coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ).
A palestra “Conflitos e repressão no campo no Rio de Janeiro (1946-1988)” aconteceu dia 30 de maio de 2016 e fez parte do ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”. A discussão girou em torno das tensões por conta da questão agrária brasileira e do movimento campesino e teve Leonilde Medeiros como palestrante e Marta Ciocciari como debatedora.
Medeiros acentua que adotou como “conflito” o que os documentos sindicais, usados como fonte principal, diagnosticavam dessa maneira. Esses relatórios, datados da década de 1970, demonstram a opção da mobilização pela articulação silenciosa, que consistiu de denúncias e que, por sua vez, indicavam que mais material poderia ser encontrado nos locais onde a repressão estava presente. O Arquivo Nacional também foi uma importante fonte de pesquisa.
Leonilde Medeiros é doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e coordenadora do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Políticos do CPDA/UFRRJ, Medeiros tem um histórico de envolvimento com a questão agrária, tanto na parte acadêmica quanto na prática. Durante os anos 90, fez parte da formação do Departamento Nacional dos Trabalhadores Rurais da CUT.
Em 2014, colaborou na pesquisa e na redação do relatório da Comissão Camponesa da Verdade (CCV), que descobriu novas informações sobre a organização dos trabalhadores do campo e as formas de violência que sofreram. Para Medeiros, a omissão do Estado no caso resultou na invisibilização das violações dos Direitos Humanos ocorridas, cujo ápice foi no período ditatorial. Entre as descobertas, a morte de 13 pessoas não constava no relatório da CNV. A partir dessa experiência, foi construída a temática de “Conflitos e repressão no campo no Rio de Janeiro (1946-1988)”.
Marta Cioccari, que foi convidada para promover o debate, é antropóloga e jornalista. Atuou na Comissão Nacional da Verdade como pesquisadora do PNUD e é associada ao Programa de Memória dos Movimentos Sociais (MEMOV). Também é co-autora do livro “Retrato da Repressão Política no Campo: Brasil 1962-1985”
O ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas” foi coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ).
No dia 23 de maio de 2016, às 14h, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE/UFRJ) recebeu a antropóloga Adriana Vianna e a socióloga Juliana Farias para a palestra “Movimentos contra a violência de Estado: gênero, território e afeto como política”.
Adriana Vianna é professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ). É autora de “O fazer e o desfazer dos direitos; experiências etnográficas sobre política, administração e moralidades” (2013); “Direitos e Políticas Sexuais no Brasil: o panorama atual”, com Paula Lacerda (2004) e “O mal que se adivinha: polícia e menoridade no Rio de Janeiro, 1910-1920” (Prêmio Arquivo Nacional, 1999).
Juliana Farias é doutora em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/IFCS/UFRJ) e pós-doutoranda no PPCIS/UERJ. Autora da tese “Governo de Mortes: uma etnografia da gestão de populações de favelas no Rio de Janeiro” (2014) e, com Adriana Vianna, do artigo “A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional”, (Cadernos Pagu, 2011).
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/UFRJ.
Para a palestra “Os movimentos sociais e o CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional da Presidência da República)”, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu a antropóloga Maria Emília Pacheco, no dia 16 de maio de 2016.
A palestra se dividiu em três momentos: inicialmente, Pacheco ressaltou a especificidade com a qual a participação social acontece no CONSEA, seguiu fazendo referência ao texto que chamou de “Uma resistência conservadora à participação social” e finalizou com esclarecimento sobre as ameaças que a democracia sofreu no contexto.
Lembrou que, constitucionalmente, o direito humano à alimentação se dá em 2010. Ele define os princípios de participação social e intersetorialidade, embora seu conceito amplo não se limite a combater a fome. Sobre o diálogo político do conselho — formado por 40 representantes da sociedade civil e 20 governantes —, afirma que a previsão estabelece diálogo baseado em resoluções, dirigidas à presidência e à câmara interministerial, e em recomendações.
Recentemente, havia recebido um ofício do MinC, que mostrou interesse em participar do CONSEA, a fim de aprofundar a perspectiva de nutrição e segurança alimentar. No entanto, poucos dias depois, o Ministério da Cultura seria extinto pelo presidente interino.
Formada em Serviço Social pela Faculdade de Serviço Social de Juiz de Fora (MG) e com mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maria Emília Pacheco Lisboa é assessora da Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional (FASE) e representante do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN) no CONSEA, órgão que preside desde 2012.
Os antropólogos Moacir Palmeira e John Comerford do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (PPGAS/MN/UFRJ) foram os debatedores convidados.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
O sociólogo Adalberto Cardoso esteve presente no Colégio Brasileiro de Altos Estudos para palestra sobre seu livro “A construção da sociedade do trabalho no Brasil: uma investigação sobre a persistência secular das desigualdades” e os desdobramentos atuais da questão trabalhista. “A construção da sociedade do trabalho no Brasil: seus desafios hoje” aconteceu no dia 9 de maio de 2016 e teve como debatedor Alexandre Fortes.
Doutor em Sociologia pela USP, Adalberto Cardoso é professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ (IESP/UERJ). Especialista em estudos relativos ao mercado de trabalho brasileiro, lançou várias obras acerca do tema, entre elas o livro tema do evento.
O historiador Alexandre Fortes foi convidado para compor a mesa como debatedor. Fortes é diretor do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ – Campus Nova Iguaçu) e especialista em história do trabalho no século XX.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
O abolicionismo no Brasil foi tema de palestra no Colégio Brasileiro de altos Estudos no dia 2 de maio de 2016. Na ocasião, a socióloga Angela Alonso foi convidada para discutir a questão em “O abolicionismo como movimento social”.
Professora de Sociologia na Universidade de São Paulo (USP) e presidente do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), Angela Alonso é autora de diversas publicações acerca do movimento pela abolição da escravidão, entre eles o recente “Flores, votos e balas: O movimento abolicionista brasileiro” (2015) e o premiado “Idéias em movimento; a geração de 1870 na crise do Brasil-Império” de 2002. Defende que o abolicionismo deve ser considerado um movimento social e buscar fazer uma análise política dos seus desdobramentos. Para compor a mesa, foi convidada a antropóloga Giralda Seyferth como debatedora.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGS/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
Como atividade do ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: história e perspectivas”, foi realizada no dia 18 de abril de 2016 a palestra “Comum e comunidade: uma alternativa ao neoliberalismo”. Na conversa, o sociólogo francês Christian Laval abordou os conceitos de comum, comunidade e neoliberalismo.
Laval é professor de sociologia da universidade Paris-Ouest Nanterre-La Défense. Junto com Pierre Dardot, é autor de “A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal”, obra lançada em abril de 2016 no Brasil pela editora Boitempo. Junto a Dardot também publicou “Marx, prénom: Karl” e “Comum – ensaio sobre a revolução no século XXI”. Atualmente estão escrevendo sobre a radicalização do neoliberalismo após a crise de 2008.
No evento, o sociólogo discutiu sobre como o termo “comum” não é sempre sinônimo de comunidade, conceito que afirma não ter sido bem elaborado pelos pilares das ciências sociais. Ele faz a distinção entre ambos à luz de movimentos sociais de contestação do neoliberalismo, sistema que se beneficia das concepções de participação e de pertencimento de “comum”. O autor conclui que é responsabilidade política da sociedade definir o que deve ser “comum”, visto que não é uma propriedade natural nem técnica.
No livro “Comum”, também relata como a lógica neoliberalista se estabeleceu como sistema. Segundo o sociólogo, o neoliberalismo não deve ser pensado como um outro liberalismo, um retorno a Smith. Faz essa consideração porque o novo se apoia sobre um Estado que também transforma, não se limitando a ação de um Estado mínimo. Para Laval, o neoliberalismo é uma maneira de ação que não diz respeito somente à economia, mas a uma conduta de racionalidade política.
O evento teve, ainda, a presença do sociólogo Daniel Hirata, professor adjunto do Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense, como debatedor.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/UFRJ.
Como parte do ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: história e perspectivas”, a historiadora Ângela de Castro Gomes ministrou a palestra “A justiça do trabalho e sua história: o caso recente do combate ao trabalho análogo à de escravo no Brasil”. O evento aconteceu no dia 11/04.
Doutora em Ciência Política e professora de História na UNIRIO, Ângela de Castro analisou o panorama elaborado a partir de um conjunto de iniciativas que lutam para preservação e disposição da documentação da justiça social do trabalho, como faz também no livro “A Justiça do Trabalho e sua história”, o qual organizou com Fernando Teixeira da Silva, doutor em história pela UNICAMP.
Na conversa, ressaltou dois fenômenos que contribuíram para a valorização de processos judiciais como fonte de pesquisa: o reconhecimento da legislação como campo de luta e a compreensão de que a documentação do poder público não funciona apenas como meio para o exercício de justiça, mas como finalidade, por seu caráter de registro das demandas sociais da atuação dos movimentos.
A convidada tem ampla experiência nas áreas de história política e cultural, tendo atuado como editora das revistas Estudos Históricos, Tempo e Revista da Associação Brasileira de História Oral ao longo de sua carreira.
O ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas” é coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/ UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/UFRJ.
O trabalho realizado no projeto “Emprego e mudança social no Nordeste” foi tema de palestra no dia 28 de março de 2016. O economista Afrânio Garcia Jr. foi o convidado principal do evento “Etnografias individuais e etnografias coletivas: a contribuição científica e institucional do projeto de ‘Emprego e mudança social no Nordeste’”.
Afrânio Garcia Jr, antropólogo, doutor pelo Museu Nacional-UFRJ, é professor da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (EHESS). Foi diretor do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo e atualmente coordena o Grupo de Reflexão sobre o Brasil Contemporâneo, ambos na mesma EHESS. É pesquisador associado ao CBAE.
No projeto, foi experienciada a construção científica coletiva com diversos pesquisadores fazendo parte. Tamanha foi sua amplitude que havia membros de outros estados empenhados na pesquisa.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/ UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.