O Programa Ciência, Cultura e Sociedade pretende trazer o debate sobre temas sociais relevantes com a reflexão sobre a importância do trabalho acadêmico para o conjunto da sociedade. Nesse sentido ele tem uma base interdisciplinar forte, aproximando as ciências naturais das ciências humanas. O Programa aglutina professores e pesquisadores em temas afins organizando atividades pelo CBAE.
Autor: Lucas Gomes dos Santos Rocha
UFRJ’s Brazilian College of Advanced Studies (CBAE) is a referencial academical centre that proposes a meeting between leading researchers and researches from d fields of knowledge. CBAE’s formation is based on national and international experience of advanced studies institutes.
The term “advanced studies” may seen pretentious, but it qualifies the ambition that moves UFRJ: devote efforts and resources in order to open a way that we can experience new cognitive dinamics, epistemical paths, pedagogies and languages. Therefore, a desire for new paths and development is overflowing.
O Colégio Brasileiro de Altos Estudos exibiu na segunda-feira, dia 13/06, o filme “O Espírito de 45”. O documentário aborda a ascensão do Partido Trabalhista na Inglaterra, no período pós-Segunda Guerra. Premiado com a Palma de Ouro em Cannes em 2016, o diretor Ken Loach deixa explícita a preocupação com o proletariado em sua carreira cinematográfica.
José Ricardo Ramalho, professor de Sociologia da UFRJ, comentou o filme. Especialista no campo da sociologia do trabalho e relações de poder, Ramalho e Loach têm em comum o grande interesse pela classe operária. Em “Estado Patrão e Luta Operária”, publicado em 1989, Ramalho escreveu sobre a greve dos funcionários da Fábrica Nacional de Motores. O movimento alcançou relevância e caracterizou-se como a principal a luta política da época.
O evento fez parte do ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
A palestra “A migração Nordeste-São Paulo e a memória dos trabalhadores do ABC paulista” aconteceu dia 06 de junho de 2016 e fez parte do ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”. Com Marilda Menezes e Paulo Fontes, como debatedor, a temática da migração foi o assunto principal.
Marilda Menezes é formada em Ciências Sociais pela Fundação Santo André (FSA) e doutora pela Universidade de Manchester. Criadora da Revista Travessia, Menezes tem bastante proximidade com o tema, tendo inúmeros trabalhos publicados com esse assunto, como o livro “Redes e enredos nas trilhas dos migrantes”.
Paulo Fontes é pesquisador do CPDOC/FGV, bacharel em História pela USP e doutor pela UNICAMP. Também é autor do premiado livro “Um Nordeste em São Paulo: Trabalhadores migrantes em São Miguel Paulista: 1945-66”.
O ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas” foi coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ).
A palestra “Conflitos e repressão no campo no Rio de Janeiro (1946-1988)” aconteceu dia 30 de maio de 2016 e fez parte do ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”. A discussão girou em torno das tensões por conta da questão agrária brasileira e do movimento campesino e teve Leonilde Medeiros como palestrante e Marta Ciocciari como debatedora.
Medeiros acentua que adotou como “conflito” o que os documentos sindicais, usados como fonte principal, diagnosticavam dessa maneira. Esses relatórios, datados da década de 1970, demonstram a opção da mobilização pela articulação silenciosa, que consistiu de denúncias e que, por sua vez, indicavam que mais material poderia ser encontrado nos locais onde a repressão estava presente. O Arquivo Nacional também foi uma importante fonte de pesquisa.
Leonilde Medeiros é doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e coordenadora do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Políticos do CPDA/UFRRJ, Medeiros tem um histórico de envolvimento com a questão agrária, tanto na parte acadêmica quanto na prática. Durante os anos 90, fez parte da formação do Departamento Nacional dos Trabalhadores Rurais da CUT.
Em 2014, colaborou na pesquisa e na redação do relatório da Comissão Camponesa da Verdade (CCV), que descobriu novas informações sobre a organização dos trabalhadores do campo e as formas de violência que sofreram. Para Medeiros, a omissão do Estado no caso resultou na invisibilização das violações dos Direitos Humanos ocorridas, cujo ápice foi no período ditatorial. Entre as descobertas, a morte de 13 pessoas não constava no relatório da CNV. A partir dessa experiência, foi construída a temática de “Conflitos e repressão no campo no Rio de Janeiro (1946-1988)”.
Marta Cioccari, que foi convidada para promover o debate, é antropóloga e jornalista. Atuou na Comissão Nacional da Verdade como pesquisadora do PNUD e é associada ao Programa de Memória dos Movimentos Sociais (MEMOV). Também é co-autora do livro “Retrato da Repressão Política no Campo: Brasil 1962-1985”
O ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas” foi coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ).
No dia 23 de maio de 2016, às 14h, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE/UFRJ) recebeu a antropóloga Adriana Vianna e a socióloga Juliana Farias para a palestra “Movimentos contra a violência de Estado: gênero, território e afeto como política”.
Adriana Vianna é professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ). É autora de “O fazer e o desfazer dos direitos; experiências etnográficas sobre política, administração e moralidades” (2013); “Direitos e Políticas Sexuais no Brasil: o panorama atual”, com Paula Lacerda (2004) e “O mal que se adivinha: polícia e menoridade no Rio de Janeiro, 1910-1920” (Prêmio Arquivo Nacional, 1999).
Juliana Farias é doutora em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/IFCS/UFRJ) e pós-doutoranda no PPCIS/UERJ. Autora da tese “Governo de Mortes: uma etnografia da gestão de populações de favelas no Rio de Janeiro” (2014) e, com Adriana Vianna, do artigo “A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional”, (Cadernos Pagu, 2011).
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/UFRJ.
Para a palestra “Os movimentos sociais e o CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional da Presidência da República)”, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu a antropóloga Maria Emília Pacheco, no dia 16 de maio de 2016.
A palestra se dividiu em três momentos: inicialmente, Pacheco ressaltou a especificidade com a qual a participação social acontece no CONSEA, seguiu fazendo referência ao texto que chamou de “Uma resistência conservadora à participação social” e finalizou com esclarecimento sobre as ameaças que a democracia sofreu no contexto.
Lembrou que, constitucionalmente, o direito humano à alimentação se dá em 2010. Ele define os princípios de participação social e intersetorialidade, embora seu conceito amplo não se limite a combater a fome. Sobre o diálogo político do conselho — formado por 40 representantes da sociedade civil e 20 governantes —, afirma que a previsão estabelece diálogo baseado em resoluções, dirigidas à presidência e à câmara interministerial, e em recomendações.
Recentemente, havia recebido um ofício do MinC, que mostrou interesse em participar do CONSEA, a fim de aprofundar a perspectiva de nutrição e segurança alimentar. No entanto, poucos dias depois, o Ministério da Cultura seria extinto pelo presidente interino.
Formada em Serviço Social pela Faculdade de Serviço Social de Juiz de Fora (MG) e com mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maria Emília Pacheco Lisboa é assessora da Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional (FASE) e representante do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN) no CONSEA, órgão que preside desde 2012.
Os antropólogos Moacir Palmeira e John Comerford do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (PPGAS/MN/UFRJ) foram os debatedores convidados.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
O sociólogo Adalberto Cardoso esteve presente no Colégio Brasileiro de Altos Estudos para palestra sobre seu livro “A construção da sociedade do trabalho no Brasil: uma investigação sobre a persistência secular das desigualdades” e os desdobramentos atuais da questão trabalhista. “A construção da sociedade do trabalho no Brasil: seus desafios hoje” aconteceu no dia 9 de maio de 2016 e teve como debatedor Alexandre Fortes.
Doutor em Sociologia pela USP, Adalberto Cardoso é professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ (IESP/UERJ). Especialista em estudos relativos ao mercado de trabalho brasileiro, lançou várias obras acerca do tema, entre elas o livro tema do evento.
O historiador Alexandre Fortes foi convidado para compor a mesa como debatedor. Fortes é diretor do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ – Campus Nova Iguaçu) e especialista em história do trabalho no século XX.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/ UFRJ.
Como atividade do ciclo “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: história e perspectivas”, foi realizada no dia 18 de abril de 2016 a palestra “Comum e comunidade: uma alternativa ao neoliberalismo”. Na conversa, o sociólogo francês Christian Laval abordou os conceitos de comum, comunidade e neoliberalismo.
Laval é professor de sociologia da universidade Paris-Ouest Nanterre-La Défense. Junto com Pierre Dardot, é autor de “A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal”, obra lançada em abril de 2016 no Brasil pela editora Boitempo. Junto a Dardot também publicou “Marx, prénom: Karl” e “Comum – ensaio sobre a revolução no século XXI”. Atualmente estão escrevendo sobre a radicalização do neoliberalismo após a crise de 2008.
No evento, o sociólogo discutiu sobre como o termo “comum” não é sempre sinônimo de comunidade, conceito que afirma não ter sido bem elaborado pelos pilares das ciências sociais. Ele faz a distinção entre ambos à luz de movimentos sociais de contestação do neoliberalismo, sistema que se beneficia das concepções de participação e de pertencimento de “comum”. O autor conclui que é responsabilidade política da sociedade definir o que deve ser “comum”, visto que não é uma propriedade natural nem técnica.
No livro “Comum”, também relata como a lógica neoliberalista se estabeleceu como sistema. Segundo o sociólogo, o neoliberalismo não deve ser pensado como um outro liberalismo, um retorno a Smith. Faz essa consideração porque o novo se apoia sobre um Estado que também transforma, não se limitando a ação de um Estado mínimo. Para Laval, o neoliberalismo é uma maneira de ação que não diz respeito somente à economia, mas a uma conduta de racionalidade política.
O evento teve, ainda, a presença do sociólogo Daniel Hirata, professor adjunto do Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense, como debatedor.
A atividade integrou o ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas”, coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/UFRJ.
Como parte do ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: história e perspectivas”, a historiadora Ângela de Castro Gomes ministrou a palestra “A justiça do trabalho e sua história: o caso recente do combate ao trabalho análogo à de escravo no Brasil”. O evento aconteceu no dia 11/04.
Doutora em Ciência Política e professora de História na UNIRIO, Ângela de Castro analisou o panorama elaborado a partir de um conjunto de iniciativas que lutam para preservação e disposição da documentação da justiça social do trabalho, como faz também no livro “A Justiça do Trabalho e sua história”, o qual organizou com Fernando Teixeira da Silva, doutor em história pela UNICAMP.
Na conversa, ressaltou dois fenômenos que contribuíram para a valorização de processos judiciais como fonte de pesquisa: o reconhecimento da legislação como campo de luta e a compreensão de que a documentação do poder público não funciona apenas como meio para o exercício de justiça, mas como finalidade, por seu caráter de registro das demandas sociais da atuação dos movimentos.
A convidada tem ampla experiência nas áreas de história política e cultural, tendo atuado como editora das revistas Estudos Históricos, Tempo e Revista da Associação Brasileira de História Oral ao longo de sua carreira.
O ciclo de palestras “Novas questões sociais, trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais: História e Perspectivas” é coordenado por José Sergio Leite Lopes (PPGAS/MN/ UFRJ) e Beatriz Heredia (PPGSA/IFCS/UFRJ), diretores do CBAE/UFRJ.