O CBAE recebeu o sociólogo francês Christian Azaïs no dia 1º de outubro de 2015 para a palestra “Ser piloto de helicóptero em São Paulo: os desafios de uma profissão”. Na conversa, o pesquisador criticou a flexibilização dos contratos dos profissionais da área, tendo em vista a qualificação necessária para tal função.
Azaïs é professor da Faculdade de Economia e Administração de Empresas em Amiens (França), pesquisador da Universidade Paris Dauphine e participa do Programa Cátedras Francesas da UERJ.
Durante os dias 23, 24 e 25 de novembro, o CBAE recebeu o ciclo “Universidade, inclusão social e luta contra a desigualdade”. Em parceria com o PPGAS/Museu Nacional, o evento buscou destacar as contribuições que o programa trouxe para os estudos da antropologia social.
Divididos em 6 mesas temáticas, o evento reuniu diversos pesquisadores da instituição.
Mesa de abertura – Antropologia e ciências sociais e humanas na formação da nação: Antonio Carlos de Souza Lima (Professor PPGAS/MN e presidente da ABA), Otávio Velho (Professor Emérito PPGAS/MN e presidente de honra da SBPC), Roberto Leher (Reitor) e José Sergio Leite Lopes (diretor do CBAE).
Mesa 1 – Universidade e ações afirmativas: Marcio Goldman, Gabriel Banaggia, Anderson Pereira e Nelly Duarte.
Mesa 2 – Movimentos sociais: José Sérgio Leite Lopes, Moacir Palmeira, John Comerford e André Dumas Guedes.
Mesa 3 – Etnografias em contextos de ‘violências’: engajamento, afeto e produção de conhecimento: Adriana Facina, Adriana Vianna, Dibe Ayoub, Federeico Neiburg e Tonico Benites.
Mesa 4 – Exposições, traduções e material didático: João Pacheco de Oliveira, Marília Facó Soares, Bruna Franchetto e Edmundo Pereira.
Mesa 5 – Arte indígena e escrita sobre si: Olívia Gomes da Cunha, Thiago Oliveira, Luisa Elvira Belaunde e Eduardo Viveiros de Castro.
Mesa 6 – Universidade, inclusão e diversidade: Maria Elvira Díaz Benítez, Luiz Fernando Dias Duarte, Giralda Syferth, Renata Menezes e Cristina Vital (UFF).
No dia 8 de setembro de 2015, o CBAE, em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC/UFRJ), recebeu a socióloga Viviana Zelizer para a palestra “A negociação da intimidade”. A conversa teve como base o livro lançado pela pesquisadora em 2011 com o mesmo nome. Para o debate, estiveram presentes Nadya Guimarães e Federico Neiburg.
Zelizer integra o Departamento de Sociologia da Universidade de Princeton e estuda as relações entre os aspectos econômicos e as relações interpessoais, discordando da ideia de uma dicotomia entre social e econômico. No livro, o foco foram os relacionamentos mais íntimos, mas, no evento, a pesquisadora foi além da intimidade na análise e mostrou que esses aspectos “sustentam” as trocas sociais.
Guimarães é doutora em sociologia pela Universidad Nacional Autónoma de México e é professora do Departamento de Sociologia da USP. Já Neiburg possui doutorado em antropologia social pelo PPGAS/MN e também é professor na instituição.
O livro “O Exílio Operário Brasileiro”, que registra a história de brasileiros da classe trabalhadora que foram expatriados durante a ditadura e como eles se reinventaram nos novos países, da jornalista e pesquisadora Mazé Torquato Chotil, foi tema de debate no dia 21 de agosto de 2015 no Colégio Brasileiro de Altos Estudos. Além da autora, estiveram presentes os professores Afrânio Garcia Jr., Dulce Pandolfi e Daniel Aarão Reis.
Torquato Chotil possui doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade de Paris VIII e é pesquisadora da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), em Paris. Também faz parte do Instituto Cultural Alter Brasilis, que tem como objetivo a promoção da cultura brasileira em Paris.
Afrânio Garcia Jr. é economista com doutorado em Antropologia Social pela UFRJ, professor da EHESS e pesquisador associado ao CBAE. Outra integrante da mesa, Dulce Pandolfi é doutora em História pela Universidade Federal Fluminense e pesquisadora vinculada do CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas. Já Daniel Aarão Reis é doutor em História pela USP, professor da UFF e ex-integrante de movimentos de resistência armada durante a ditadura.
O evento foi realizado com o apoio da Comissão da Memória e da Verdade da UFRJ.
No dia 17 de agosto de 2015, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu o historiador francês Roger Chartier para a conferência “As traduções na Europa moderna (séculos XVI-XVIII). Mobilidade dos textos e horizontes de expectativas: alguns exemplos”.
Professor do Collège de France e da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), Chartier é especialista em História dos Livros e da Leitura da Europa. A atividade foi organizada em colaboração com o Laboratório de Pesquisa em História das Práticas Letradas e com o apoio do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ.
No dia 19 de Junho de 2015, aconteceu o debate “Conflitos, visibilidades e territórios: a participação social na perspectiva dos povos e comunidades tradicionais” entre Alfredo Wagner de Almeida, André Dumans Guedes e José Carlos Matos, no CBAE.
Doutor em Antropologia Social pela UFRJ, Wagner é coordenador do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), da Universidade Estadual do Amazonas. O PNSCA incentiva a realização da autocartografia, como forma de entender o processo de ocupação da região. Desta forma, fortalece movimentos sociais e atua na formação de novos pesquisadores e de lideranças para esses movimentos.
Guedes também possui doutorado em Antropologia Social pela UFRJ e é professor do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais da UFF. Já Matos é doutor em Ciências Sociais pela UERJ e pesquisador ligado ao Museu Nacional. Os dois integraram o projeto Movimentos Sociais e Esfera Pública na área de comunidades tradicionais e foram responsáveis pelo capítulo no livro acerca do tema, juntamente com Marcelo Moura Mello.
O sociólogo Edmond Preteceille esteve presente no CBAE no dia 2 de junho de 2015 para a palestra “Segregação e desigualdades urbanas: comparando as estruturas sociais e a segregação em Paris, no Rio de Janeiro e em São Paulo”. O tema do encontro foi a exclusão social e a noção de “cidades partidas”.
Preteceille é formado em engenharia, mas direciona suas pesquisas na área da sociologia urbana. Atualmente, é professor emérito da Sciences Po-Paris e diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS).
Na conversa, o pesquisador expôs sua análise sobre as desigualdades presentes em grandes cidades e fez uma comparação entre Rio de Janeiro e São Paulo com Paris. Para ele, as metrópoles brasileiras têm um grau moderado de exclusão – o que não pode ser considerado positivo.
O evento teve apoio do programa de Cátedras Francesas da UERJ, que Preteceille fazia parte.
Recentemente, surgiram no âmbito do Conselho Nacional de Ética da Pesquisa importantes controvérsias acerca da possibilidade, ou não, de regras comuns para os diversos campos do conhecimento. Em particular, as regras que deveriam reger as pesquisas, de um lado, em Ciências Biomédicas e, de outro lado, em Humanidades e Ciências Sociais.
Este foi o tema do debate realizado no dia 04 de maio, no CBAE. O evento contou com a participação dos pesquisadores Luiz Fernando Dias Duarte, professor do PPGAS/Museu Nacional e integrante do grupo de trabalho sobre Ética na Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais da FACHS, e Jorge Venâncio, secretário de Saúde da CGTB e coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (CONEP-CNS).
O evento teve apoio do Fórum de Ciência e Cultura, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) e da Câmara Técnica de Ética em Pesquisa da UFRJ. Houve transmissão simultânea pela WEB-TV da UFRJ.
No primeiro semestre de 2015 foi realizado o ciclo de debates Movimentos Sociais e Esfera Pública que teve como base os frutos do projeto de pesquisa “Movimentos Sociais e Esfera Pública – Impactos e desafios da participação da sociedade civil na formulação e implementação de políticas governamentais”.
Esse projeto se propunha analisar as relações entre alguns movimentos sociais e o Estado em diferentes instâncias, entendendo as experiências de participação e o significado que tinham para os movimentos. Realizado entre 2013 e novembro de 2014, teve como fruto o livro “Movimentos Sociais e Esfera Pública: O Mundo da Participação”.
No ciclo, inserido dentro de um curso, a proposta foi discutir os resultados da investigação e promover um novo diálogo com a academia. Com esse objetivo, reunimos os pesquisadores do projeto, especialistas nos temas convidados, membros de diversos movimentos e alunos, para discutir as potencialidades e limites que estudos como esse apresentam.
PROGRAMAÇÃO
17/04 – “Movimentos sindicais urbanos”, com José Ricardo Ramalho, Marina Cordeiro e Eduardo Ângelo da Silva
24/04 – “Movimentos sociais rurais”, com John Comerford, Luciana Almeida e Moacir
Palmeira
08/05 – “Movimentos indígenas”, com Iara Ferraz, Indira Caballero e Tonico Benitez
15/05 – “Movimento negro”, com Sonia Giacomini e Paulo Terra
22/05 – “Movimentos de Mulheres”, com Anelise Gutterez, Adriana Vianna e Silvia Aguião
29/05 – “Movimentos LGBT”, com Silvia Aguião, Adriana Vianna e Anelise Gutterez
05/06 – “Movimentos juventude”, com Regina Novaes e Rosilene Alvim
12/06 – “Populações tradicionais”, com André Dumans Guedes, José Carlos Matos Pereira e Marcelo Moura Mello
19/06 – “Movimentos urbanos”, com Dulce Pandolfi e Wecisley Ribeiro
No dia 26 de março de 2015 o CBAE recebeu a palestra “Celso Furtado e mudanças do campo internacional dos economistas: ensinamentos do exílio na França” com o professor Afrânio Garcia Jr.. Na conversa, foi destacada a importância de Celso Furtado, as contribuições que o exílio lhe trouxe e as mudanças que ocorriam nesse período.
Afrânio Garcia Jr, antropólogo, doutor pelo Museu Nacional-UFRJ, é professor da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (EHESS). Foi diretor do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo e atualmente coordena o Grupo de Reflexão sobre o Brasil Contemporâneo, ambos na mesma EHESS. É pesquisador associado ao CBAE.
O Centro Celso Furtado foi um dos apoiadores da atividade, assim como o NUPET/IESP/UERJ, o Grupo de Pesquisa sobre História Global do Trabalho do Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu da UFRRJ, o DTA/IFCS/UFRJ e o LEMT/CPDOC/FGV.
Descrição do evento:
“A recepção calorosa das edições de Formação econômica do Brasil (1959) e de Desenvolvimento e subdesenvolvimento (1961), livros que acompanham de perto seu prestígio como renovador da matriz institucional do Estado brasileiro, primeiro como Superintendente da SUDENE, depois como criador do Ministério do Planejamento, contribuiu, de modo paradoxal, para ofuscar sua obra redigida e publicada durante os anos de exílio, quase integralmente vividos na França. Atenção bem menor tem sido dada à evolução de seu pensamento durante os anos em que sua carreira ficou totalmente voltada para o ensino e a pesquisa universitários. A reflexão a ser apresentada busca explicitar as profundas mudanças do panorama institucional francês, a exemplo daquelas já ocorridas no mundo anglo-saxão, que permitem melhor entender a perda de hegemonia do marco teórico keynesiano e a afirmação dos modelos neoclássicos de fatura neoliberal. A percepção do exílio apenas como interregno entre dois momentos onde participou da alta administração do Estado brasileiro parece constituir obstáculo de primeira ordem para a compreensão das contribuições desse autor inovador.“