Para a terceira atividade do ciclo Diálogos Universitários foi convidada a professora do Instituto de Matemática e então pró-reitora de graduação, Ângela Rocha. “Constrangimentos Internos à Construção de uma Universidade Contemporânea: A Questão da Autonomia Universitária” aconteceu no dia 20 de maio de 2014.
No ano em que se completou 50 do golpe militar no Brasil, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos realizou 3 atividades que, hoje, compõem o Acervo Pensando os 50 anos do golpe militar do MEMOV. A primeira delas foi a mesa redonda “PROJETOS INTERROMPIDOS: repercussões da ditadura sobre a universidade, os trabalhadores e os povos indígenas”. Esta, que teve como tema projetos que foram interrompidos pela ditadura que entrava em vigência, foi realizada nos dias 19 e 20 de maio de 2014.
Com uma proposta de um amplo leque de temáticas, tratando da questão indígena, universitária e dos trabalhadores, foi organizado por José Sergio Leite Lopes, diretor do CBAE, Beatriz Heredia, diretora adjunta do CBAE, Ildeu Moreira (IF/UFRJ) e Elina Pessanha (IFCS/UFRJ). Alfredo Wagner (UFAM) foi o debatedor geral.
As apresentações e debates abordaram as rupturas provocadas pelo regime militar nas seguintes áreas: ciência brasileira em processo de constituição, ascensão das reivindicações dos trabalhadores rurais, ascensão das demandas dos trabalhadores urbanos e proteção de povos e populações indígenas.
No dia 08 de de maio, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos/UFRJ recebeu o seminário internacional “Relações Brasil-Alemanha durante a Ditadura no Brasil”, com realização da Associação Fluminense de Ex-Bolsistas da Alemanha (AFEBA) e apoio da do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD).
O evento foi coordenado pelos professores Victor Hugo Klagsbrunn e Edmundo Moraes e pelo diretor da Fundação Heinrich Böll no Brasil, Dawid Bartelt; e encerrou o ciclo de debates promovido pela AFEBA sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil.
Na abertura, Klagsbrunn resumiu as atividades do dia, associando-as ao que viveu. Além disso, a programação incluiu a palestra “As relações Brasil-Alemanha e suas implicações regionais, 1964-2014”, o debate “O acordo nuclear Brasil-Alemanha” e a mesa redonda “A história não-oficial”, discutindo temas como colaboração de empresas alemãs com o regime militar brasileiro, a cooperação política e econômica entre os países e o tratamento recebido pelos exilados brasileiros na Alemanha.
Como segunda atividade do ciclo “Diálogos Universitários”, o CBAE recebeu Luiz Pinguelli Rosa para tratar da questão da autonomia universitária na pesquisa. “Constrangimentos externos à construção de uma universidade contemporânea: a questão da autonomia universitária” aconteceu no dia 15 de abril de 2014.
Doutor em Física pela PUC-Rio e mestre em Engenharia Nuclear pela UFRJ, Pinguelli é diretor de relações institucionais da COPPE/UFRJ, desde 2011. Renomado no campo da pesquisa, já foi agraciado com diversos prêmios, como o Prêmio ANP Inovação Tecnológica 2014, na categoria Personalidade Inovação do Ano. Além disso, atualmente integra a Academia Brasileira de Ciências e o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
No dia 1º de Abril de 2014, aconteceu o lançamento do livro “Estratégias educativas das elites brasileiras na era da globalização”, de Letícia Canedo, Kimi Tomizaki e Afrânio Garcia Jr. Além disso, foi realizada uma mesa redonda com Canedo e Garcia Jr.
Doutora em Ciências Humanas pela USP, Letícia Canedo é professora titular da Faculdade de Educação. Seus estudos abrangem áreas como transmissão do poder político, instituição escolar, educação das elites e circulação do conhecimento. Afrânio Garcia Jr, antropólogo, doutor pelo Museu Nacional-UFRJ, é professor da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (EHESS). Foi diretor do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo e atualmente coordena o Grupo de Reflexão sobre o Brasil Contemporâneo, ambos na mesma EHESS. É pesquisador associado ao CBAE.
A publicação foi produzida com base na pesquisa “Circulação Internacional e Formação dos Quadros Dirigentes Brasileiros”, coordenada por Canedo, e traz à tona as mudanças que o fenômeno da globalização trouxe ao ensino. Questiona paradigmas como o de que o auge da educação nacional está na formação exterior.
No dia 31 de março, foi realizado o lançamento do documentário “A Arte do Renascimento – Uma cinebiografia de Silvio Tendler”, com a participação do diretor Noilton Nunes e do homenageado, Tendler. Dulce Pandolfi, doutora em História pela Universidade Federal Fluminense e pesquisadora vinculada do CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas, foi convidada para comentar a película.
Como atividade inaugural do ano de 2014, o CBAE recebeu a palestra “Universidade: desafios e perspectivas para a reinvenção de uma instituição multisecular em um país da periferia”. O encontro, realizado no dia 11 de março, foi o primeiro da série “Diálogos Universitários” e teve a participação do físico Luiz Davidovitch .
Diretor da Academia Brasileira de Ciências desde 2007 e membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, Luis Davidovitch é especialista em óptica quântica. Em 2009, recebeu o prêmio Almirante Álvaro Alberto pela sua trajetória de pesquisa nas ciências exatas. Atualmente, é professor titular do Instituto de Física/UFRJ e pesquisa nas áreas de emaranhamento quântico e teoria do laser.
O intuito do ciclo, que teve ainda outras 2 atividades, era discutir os desafios que a universidade e a sociedade brasileira enfrentavam no campo da educação, da ciência e tecnologia, da cultura e da arte.
O Colégio Brasileiro de Altos Estudos, em parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), recebeu nos dias 18 e 21 de novembro o físico francês Michel Paty. Foram realizadas duas conferências
Doutor em Física e Filosofia, Michel Paty é Diretor Emérito de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS). Com uma notória contribuição no campo da Física de Partículas, alia esses estudos com a produção nas áreas da Epistemologia e da História da Ciência. Além disso, possui uma longa relação com a ciência brasileira, que foi tema do livro “Filosofia, Ciência e História: Michel Paty e o Brasil, uma homenagem aos 40 anos de colaboração”, organizado por Mauricio Pietrocola e Olival Freire Junior (Fapesp /Discurso Editorial, 2005).
Realizada no dia 18, “Situação do Tema da Criação Científica na Filosofia do Conhecimento” fez parte da comemoração dos 50 anos da COPPE/ UFRJ. O sociólogo Alberto Oliva, professor de Filosofia do Conhecimento do IFCS/UFRJ, compôs a mesa como debatedor.
Na segunda atividade, Paty falou de sua experiência quando foi preso após o golpe militar no Brasil, ao lado de outros professores da Universidade de Brasília (UnB). “Campus sitiado: a Universidade de Brasília e o golpe de 1964” teve o apoio da Comissão da Memória e da Verdade da UFRJ.
O livro “O Triunfo do Fracasso”, da historiadora Maria Lucia Pallares Burke, e a saga de Rüdiger Bilden, descrita na publicação, foi tema de conferência realizada no CBAE. Com a participação da pesquisadora, “O Triunfo do Fracasso: em torno de Rüdiger Bilden e Gilberto Freyre” aconteceu no dia 23 de outubro de 2013.
Na obra, a autora apresenta a trajetória do intelectual alemão Rüdiger Bilden, desde a ascensão ao ostracismo. Ainda no início da experiência acadêmica, Bilden definiu a escravidão e a história brasileira como linha de pesquisa. Anos depois, veio ao Brasil aprofundar seus estudos para escrever um livro sobre o assunto. No entanto, o historiador nunca conseguiu escrevê-lo. Amigo de Gilberto Freyre, Bilden foi responsável por influenciar o pensamento do brasileiro, de quem veio a receber uma cópia de “Casa-Grande & Senzala”.
Com mestrado e doutorado pela USP em Educação, Maria Lucia Pallares é a historiadora brasileira especialista em Gilberto Freyre. Sobre o teórico, publicou outros dois livros: “Gilberto Freyre: um vitoriano dos trópicos” e “Repensando os trópicos”. Hoje, é pesquisadora associada da Universidade de Cambridge, cidade onde reside.
No dia 22 de outubro de 2013 o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu o sociólogo Loïc Wacquant para a conferência “Gueto, hypergueto, favela, e etc: constelações da relegação urbana”. A atividade foi realizada com o apoio do PPGAS/MN.
Wacquant possui doutorado em Sociologia pela Universidade de Chicago e é professor do Instituto de Pesquisa Legal, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA). Seus interesses abrangem estudos comparativos sobre marginalidade urbana, dominação etnoracial, encarnação, estado penal, teoria social e políticas da razão.
Foi também consultor da ONU, da OCDE e de governos locais nas questões de pobreza, violência, criminalidade e conflitos étnicos em regiões urbanas no Brasil, na Argentina e em países europeus. A partir disso, guetos e favelas são objetos frequentes em suas pesquisas.