Seminário 30 anos de Constituição

 

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No marco de comemoração dos 30 anos da Constituição Brasileira de 1988, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu os pesquisadores Charles Pessanha, Fábio Kerche e Gisele Cittadino para um seminário sobre a Constituição Cidadã. A atividade aconteceu no dia 10 de outubro.

Charles Pessanha é cientista político, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento do Instituto de Economia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e apresentará sua reflexão sobre o tema “Poderes Fortes, Controles Fracos”.

Fábio Kerche falará sobre “Ministério Público e Democracia”, é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e pesquisador titular da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Gisele Cittadino, graduada e meste em Direito e doutora em Ciência Política, é professora e pesquisadora do Departamento de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e abordará o tema “Constituição e Direitos”.

A coordenação da mesa coube a José Sergio Leite Lopes, professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional e diretor do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ.

 

 

1988 2018

Curso Rio | Rio de Janeiro, cidade das músicas

 

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No dia 8 de outubro, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos recebeu a musicista Márcia Taborda, o antropólogo Wagner Chaves e o compositor Cláudio Russo para a atividade “Rio de Janeiro, cidade das músicas”. A sessão fez parte do curso “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas”.

Professora da Escola de Música da UFRJ, Marcia Taborda é mestre em Instrumentos Musicais e doutora em História Social pela UFRJ. Única brasileira premiada pelo The J. F. Kennedy Center (EUA) devido a sua carreira artística, Taborda enfoca seus estudos na relação do violão com a sociedade brasileira. Entre suas principais publicações está o livro “Violão e identidade nacional: Rio de Janeiro 1830-1930”.

Wagner Chaves é professor do IFCS/UFRJ e doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional. Enfoca seus estudos nas áreas de religiosidade popular, etnomusicologia, cultura popular e patrimônio imaterial e possui uma relação forte com o folclore brasileiro, tendo sido diretor do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore entre 2010 e 2014.

Já Cláudio Russo é um dos principais compositores do Carnaval carioca da atualidade, com mais de 30 sambas-enredos assinados nos últimos anos. Com formação em História pela UERJ e pós-graduação em História da África, Russo é especialista em enredos históricos e compôs, junto com Moacyr Luz, o aclamado samba-enredo da Paraíso do Tuiuti desse ano, que levou a escola ao vice-campeonato com o enredo “Meu Deus, Meu  Deus está extinta a escravidão?”.

Realizada durante todo o segundo semestre de 2018, a disciplina “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” é coordenada por José Sérgio Leite Lopes e Carlos Vainer e oferecida a todos os cursos de pós-graduação da UFRJ. As sessões são abertas ao público e acontecem às segundas-feiras na Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo.

 

 

CBAE abre seleção de bolsistas para projeto

 
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O Colégio Brasileiro de Altos Estudos está com inscrições abertas para candidatas e candidatos à bolsas do seu projeto de Consolidação do CBAE, para início em novembro de 2018, via convênio com a Coppetec. As inscrições foram adiadas até o dia 14/10/2018 e pode ser realizada pelo email cbae@forum.ufrj.br, com assunto “Seleção de bolsista” e enviando currículo (de preferência Currículo Lattes) e contato (email e telefone). Confira as bolsas ofertadas:
 
1) Bolsa de Iniciação Científica em Comunicação Científica
Perfil: Estudantes de Graduação da UFRJ em Comunicação Social e afins; preferencialmente ter conhecimento em softwares de edição, filmagem e fotografia
Horário: 20h
Valor da Bolsa: R$ 700,00
Duração: 6 meses, renováveis mais 3 vezes por igual período
Atividades: Apoio à divulgação científica das atividades dos programas do CBAE
 
2) Bolsa de Desenvolvimento Tecnológico
Perfil: Graduado em Ciências Humanas com experiência de 2 anos em pesquisa após graduação; preferencialmente ter conhecimento sobre trabalho arquivístico e pesquisa sobre movimentos sociais
Horário: 30h
Valor da Bolsa: R$ 3.000,00
Duração: 6 meses, renováveis mais 3 vezes por igual período
Atividades: Atividades do Programa de Memória dos Movimentos Sociais – Memov, principalmente as atividades arquivísticas
 
3) Bolsa de Pós-Doutorado
Perfil: Doutor em áreas de Ciências Sociais, História e afins, preferencialmente com experiência em pesquisa sobre movimentos sociais
Horário: 40h
Valor da Bolsa: R$ 4.200,00
Duração: 6 meses, renováveis mais 2 vezes por igual período
Atividades: Atividades do Programa de Memória dos Movimentos Sociais – Memov, principalmente no projeto de pesquisa “Análise comparativa dos ciclos de greves iniciados pelos metalúrgicos de São Paulo e do ABC paulista e pelos canavieiros de Pernambuco no final dos anos 70”

 

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Curso Rio | O Rio como capital do petróleo

 

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Foto: Bira Soares/FCC

 

Uma das principais atividades econômicas do Rio de Janeiro, o petróleo foi tema da sessão do curso “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” realizada no dia 1º de outubro. Com a presença do pesquisador Luiz Pinguelli Rosa e de representantes de movimentos sociais, “O Rio como capital do petróleo” tratou da indústria petrolífera, seus desafios tecnológicos, sociais e ambientais.

Professor da COPPE/UFRJ, Pinguelli é doutor em Física pela PUC-Rio e referência no setor energético brasileiro. Presidente da Eletrobras entre 2003 e 2004, foi um dos responsáveis pela retirada da empresa do Programa Nacional de Desestatização, em 2004. Em 2014 recebeu o Prêmio Personalidade do Ano de Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Foram convidados como debatedores, representantes do Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas cercanias da Baía de Guanabara (FAPP-BG), da Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara (Ahomar), da Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), além de pesquisadores do tema ligados ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR-UFRJ) e a outras universidades.

Realizada durante todo o segundo semestre de 2018, a disciplina “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” é coordenada por José Sérgio Leite Lopes e Carlos Vainer e oferecida a todos os cursos de pós-graduação da UFRJ. As sessões são abertas ao público e acontecem às segundas-feiras na Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo.

 

 

Curso Rio | Moradia Popular: favelas e periferias

 

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Foto: Bira Soares/FCC

 

As favelas e as periferias foram o tema da atividade. “Moradia Popular: favelas e periferias”, que aconteceu no CBAE no dia 24 de setembro como parte do curso “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas”. Participaram os pesquisadores Itamar Silva, Luiz Antonio Machado da Silva, Márcia Leite e Mariana Cavalcanti.

Itamar Silva é um dos coordenadores do IBASE e tem uma trajetória ligada à luta pelos direitos das favelas. Liderança histórica do Santa Marta, nos anos 70/80 foi presidente da Associação de Moradores, fundador do grupo ECO – desenvolvendo um forte veículo de comunicação comunitária, o Jornal ECO – e  diretor da Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ).

Professor do IESP/UERJ, Luiz Antonio Machado é uma das principais referências brasileiras na questão da Sociologia Urbana. Doutor em Sociologia pela Universidade Rutgers (Nova Jersey) e membro do Observatório das Metrópoles, enfoca suas pesquisas nos temas de favela, sociabilidade, violência, cidadania e informalidade. Entre suas principais publicações está a coletânea “Vida sob cerco – violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro” (2008).

Márcia Leite também é socióloga e atua como professora e coordenadora no curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Sociologia Urbana da UERJ. Doutora em Sociologia pela UFRJ, integra o laboratório Cidades – Núcleo de Pesquisa Urbana, da UERJ.  É curadora da Coleção “Engrenagens Urbanas” da Editora Mórula e organizadora do Dossiê Unidades de Polícia Pacificadora, da Revista Dilemas.

Mariana Cavalcanti é doutora em Antropologia pela Universidade de Chicago e professora do IESP/UERJ. Pesquisadora da área da Antropologia Urbana, é co-fundadora e integrante da Associação Casa Fluminense e dirigiu com Thais Blank e Paulo Fontes o documentário “Favela Fabril” (2012).

A disciplina “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” é coordenada por José Sérgio Leite Lopes e Carlos Vainer e oferecida a todos os cursos de pós-graduação da UFRJ. As sessões são abertas ao público e acontecem às segundas-feiras na Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo, entre 18h e 20h30. 

 

 

CBAE vai colaborar na reconfiguração do acervo do Museu Nacional

 

O Colégio Brasileiro de Altos Estudos se comprometeu em participar do Grupo de Reconfiguração do Arquivo Histórico do Museu Nacional, em reunião realizada ontem (12). Iniciativa da Seção de Memória e Arquivo (SEMEAR) do Museu Nacional, o grupo também conta com integrantes da FIOCRUZ, do IBICT, do Arquivo Nacional e do Sistema de Arquivos (SIARQ) da UFRJ.

Como reafirmado em nota recente, o CBAE tem atuação muito ligada à memória da pesquisa acadêmica. O Programa de Memória dos Movimentos Sociais (Memov) do CBAE trabalha com parte do acervo de pesquisadores do Museu Nacional e do SEMEAR.

O acervo físico do SEMEAR era um acervo riquíssimo para a história da ciência, das diversas disciplinas, e também para a própria história do Brasil. Além dos importantes acervos de pesquisas e de pesquisadores, e dos institucionais, o arquivo contava com preciosidades como uma coleção de fotografias de Marc Ferrez e o conjunto de material mais robusto sobre a pesquisadora brasileira e feminista Bertha Lutz. Uma das principais lutadoras pelo voto feminino no Brasil, possui relevantes contribuições na área de anfíbios. Este material arquivístico, inclusive, concorre como Registro da Memória do Mundo, da UNESCO, em conjunto com outros arquivos brasileiros.

A missão desse grupo é formar uma força tarefa para fazer um levantamento do que foi perdido – entre materiais de pesquisa, documentos institucionais, acervos de pesquisadores – e buscar reconstituir o que for possível, como uma representação do que foi o arquivo físico da SEMEAR. Esse trabalho perpassa pelo resgate de cópias dos documentos originais que tenham os diversos cientistas que utilizaram o acervo do Museu Nacional para suas pesquisas e o tratamento dos documentos digitais, para sua publicização na plataforma Mnemosine da UFRJ. Os desafios são grandes em realizar essa missão para a qual serão necessários não apenas esforços de trabalho, mas recursos estruturais.

José Sergio Leite Lopes, diretor do CBAE e professor da Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, acredita que a atuação desse grupo é muito importante para a ciência no Brasil. “Essa iniciativa envolve o trabalho e o engajamento pessoal de diferentes especialistas em um contexto interinstitucional de forte solidariedade com o incêndio ocorrido no Museu Nacional”, afirmou o antropólogo.

 

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Grupo de Reconfiguração do Arquivo Histórico do Museu Nacional se reuniu na manhã dessa quarta-feira.

 

Curso Rio | Economia do Rio de Janeiro: uma visão geral

 

2018.09.17 Economia

 

No dia 17 de novembro, a economia do Rio de Janeiro foi tema da sessão do curso “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas”. A atividade contou com a presença de Mauro Osório, Marieta de Moraes Ferreira e Bruno Sobral.

Economista especializado em economia do Estado do Rio de Janeiro, Mauro Osorio é professor de Direito e de Economia da UFRJ. Atua como consultor ad hoc da CAPES, é presidente do Instituto Pereira Passos e membro fundador do Instituto de Estudos do Rio de Janeiro-IERJ. Entre seus livros publicado estão Uma Agenda Para o Rio de Janeiro (Editora FGV, 2015), “Rio Nacional, R0io Local: Mitos e Visões da Crise Carioca e Fluminense” (Editora Senac, 2005).

Marieta de Moraes Ferreira é doutora em História pela UFF, integra o conselho editorial de diversas revistas nacionais e internacionais, com ênfase na História do Brasil República. Professora de História da UFRJ, é presidente da Associação Brasileira de História Oral e coordenadora do projeto bi-nacional e interdisciplinar “Capital cities: from nation to globalization”.

Já Bruno Sobral é economista com doutorado em Desenvolvimento Econômico pela UNICAMP. Professor de Economia da UERJ, é autor do livro “Metrópole do Rio e Projeto Nacional” (Garamond, 2013).

Convidado como comentarista, Saturnino Braga foi o primeiro prefeito eleito do Rio de Janeiro depois da reabertura, Senador da República e economista do BNDE.

A disciplina “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” é coordenada por José Sérgio Leite Lopes e Carlos Vainer e oferecida a todos os cursos de pós-graduação da UFRJ. As sessões são abertas ao público e acontecem às segundas-feiras na Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo, entre 18h e 20h30.

 

 

Nota do Colégio Brasileiro de Altos Estudos sobre o incêndio do Museu

 

O Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ (CBAE/UFRJ) vem se somar ao grande pesar pelo incêndio do Museu Nacional, ocorrido no último domingo (02/09), e prestar solidariedade a todos aqueles da comunidade acadêmica da UFRJ que ali atuam, especialmente aos seus servidores – técnicos e professores – e estudantes. O CBAE/UFRJ, órgão parceiro do Museu, e como este, órgão suplementar do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, se ressente em suas atividades cotidianas da perda física do vasto material museológico, arquivístico, de pesquisa, bibliográfico e da estrutura que dava suporte ao trabalho acadêmico ali desenvolvido – perda esta que traz enorme prejuízo ao projeto educacional de transformação da realidade social desmesuradamente desigual desse país em termos escolares e culturais.

O Colégio tem como linha de trabalho a construção da memória sobre a pesquisa acadêmica. Com esta finalidade, um de seus programas, o de Memória dos Movimentos Sociais (Memov), concentrou seu foco de atenção nos materiais acumulados na linha de pesquisa “Campesinato e classes trabalhadoras”, uma fração da diversidade de linhas no interior do Museu Nacional. E tem assim parceria com esta instituição, através de professores, professoras e laboratórios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/MN) e com a Seção de Memória e Arquivo (SEMEAR/MN), para atividades de cooperação na construção de acervo digital no interior do sistema de arquivos da UFRJ.

Instituição bicentenária e anterior à universidade, criada no Império como museu de história natural, foi durante os períodos seguintes da República que o Museu Nacional se tornou cientificamente cada vez mais respeitável em relação ao conhecimento do seu tempo. Já então nas instalações do antigo Paço Imperial de São Cristóvão, destinado a abrigar o museu antes instalado em outro prédio, sua atividade museológica se vinculou a este palácio histórico. A incorporação à antiga Universidade do Brasil em 1946 propiciou 32 anos depois o início de uma nova etapa do seu prestígio científico. Ao fundar sua primeira pós-graduação em 1968 logo após a reforma universitária que se deu no ano anterior, a de Antropologia Social, ela se tornou uma experiência de referência no interior da UFRJ e para outras universidades no país e reconhecida no plano internacional. Nas décadas seguintes os antigos setores do Museu nas áreas de botânica, zoologia e geociências também converteram seu prestígio anterior sob a forma de programas de pós-graduação que alcançam hoje níveis de excelência. O MN possui seis programas de pós-graduação stricto sensu (Antropologia Social, Arqueologia, Botânica, Linguística e Línguas Indígenas, Zoologia e Geociências) e três cursos de pós-graduação lato sensu (Geologia do Quartenário, Gramática Gerativa e Estudos de Cognição, Línguas Indígenas Brasileiras), além de vários laboratórios e núcleos de pesquisa, confirmando-o como um dos mais importantes centros de pesquisa, ensino, e de atividades de extensão museológicas, arquivísticas e de integração com a educação básica do país.

Essa característica do Museu Nacional, da mais óbvia integração e indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, princípio da atividade educacional universitária pública no Brasil, evidencia a importância da sua existência no seio da UFRJ. Ao contrário das narrativas que querem esvaziar a universidade da referida indissociabilidade, o Museu Nacional não construiu sua importância apesar da UFRJ, mas com a UFRJ, por estar imbuído dos mesmos princípios construídos publicamente para a educação universitária brasileira. Com sua atividade centenária de trabalho de campo, de guarda e de exposição de acervos e de recepção de escolas do ensino fundamental, com o projeto pioneiro de radio educativa pública de um de seus pesquisadores, o Museu Nacional se antecipou de certa forma às atividades de pesquisa e extensão que hoje florescem em vários setores da UFRJ, e que o revigoram de volta. Em particular, consoante com o processo histórico da entrada mais massiva de estudantes das classes populares na universidade nas últimas décadas, e com sua experiência no envolvimento com as práticas educativas dos povos indígenas, o PPGAS/MN introduziu pioneiramente ações afirmativas dirigidas a alunos afrodescendentes e indígenas na pós-graduação da UFRJ, além de sua atenção aos critérios socioeconômicos no atendimento ao corpo discente.

Assim como a universidade em seu conjunto, o Museu Nacional sofreu sempre com orçamentos insuficientes. Relatos e documentos das gestões presentes e passadas do Museu demonstram as diversas iniciativas já tomadas em busca de recursos – junto ao orçamento da educação, da cultura, de emendas parlamentares e fomentos de instituições brasileiras, internacionais e privadas, a grande maioria das vezes frustradas ou insuficientes para a manutenção de sua infraestrutura. Mesmo com recursos extras – para reformas e projetos – é o orçamento anual, sem contingenciamento, que permite que uma universidade ou qualquer órgão público faça sua gestão adequadamente. A UFRJ, como se pode verificar nas notas oficiais da reitoria e de seus gestores ao longo de décadas, sempre teve um orçamento insuficiente para o tamanho e o conjunto das suas atividades. Mas nos últimos quatro anos tem sofrido cortes drásticos, privando o acesso aos recursos básicos à sua atividade, como a regularidade no fornecimento de energia elétrica e da rede de informática, serviços de limpeza e vigilância. É esse contexto que deve ser trazido à tona para a compreensão da tragédia do domingo de 2 de setembro: os recursos para a educação, ciência & tecnologia e cultura são insuficientes e estão sofrendo cada vez mais com os cortes impostos pela Emenda Constitucional 95, conhecida como a do “Teto dos Gastos”, emenda já denunciada pela nossa comunidade acadêmica e por entidades como a Academia Brasileira de Ciência e a SBPC. As tentativas de manipular as informações sobre o funcionamento do orçamento público, desacreditar a democracia universitária na escolha de seus dirigentes, diminuir o papel dos servidores públicos e as iniciativas das gestões universitárias, só podem ser compreendidas como estratégias dos inimigos do projeto educacional público e democrático no país. Projeto este que tem dentre suas metas a transformação da realidade social e o desenvolvimento nacional com respeito à natureza e através da educação e afirmação da riqueza da diversidade cultural.

A memória de um povo, a sistematização de seu conhecimento e sua divulgação ao conjunto da população são imprescindíveis para a produção das condições de possibilidade das transformações em favor da diminuição da absurda desigualdade escolar e cultural da nossa sociedade.
O CBAE de sua parte continuará empenhado em recuperar os documentos, imagens e depoimentos da linha de pesquisa e do setor de memória com que tem parceria no Museu Nacional, de imediato junto à rede de laboratórios de pesquisa de diversas universidades com que colabora e também junto a instituições e entidades de movimentos sociais. 
O CBAE se mostra coeso junto aos corpos representativos de todos os setores da UFRJ e de sua reitoria, junto à associação nacional de reitores das universidades federais e de toda a comunidade acadêmica na reconstrução do Museu Nacional. E com eles permanece vigilante quanto a retóricas de mudanças de estruturas jurídicas que disfarçam interesses econômicos e midiáticos nocivos à ciência e à cultura nacionais, assim como a práticas persecutórias de setores de órgãos de controle judiciário neste momento de ataque às universidades públicas. O CBAE é assim parte da corrente de solidariedade surgida em resposta à tragédia, energia essencial ao trabalho de reconstrução material e simbólica do Museu Nacional e ao mesmo tempo de resistência da UFRJ.

 

Colégio Brasileiro de Altos Estudos,

09 de setembro de 2018

 

museu

Museu Nacional na manhã após o incêncio. Foto: José Sergio Leite Lopes/CBAE

 

Curso Rio | O Rio não é mais capital

 

2018.09.10 Rio Capital EDIT

 

A transferência da capital para Brasília e o novo lugar do Rio de Janeiro após os anos 1960 foi tema da sessão do curso “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” realizada no dia 10 de setembro, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos. “O Rio não é mais capital” contou com a presença da pesquisadora Marly Motta e participação especial de Saturnino Braga. Contamos também com a contribuição do antropólogo Mário Grynszpan e da historiadora Marly Motta.

Maria Helena Versiani, também historiadora, é doutora em História Política e Bens Culturais pelo CPDOC/FGV. Pesquisadora do Museu da República, tem particular interesse nas áreas de patrimônio, história cultural e história do Rio de Janeiro e publicou “Correio político: os brasileiros escrevem a democracia (1985/1988)” (2014) e “Criar, ver e pensar: um acervo para a República” (2018).

Estava presente também Saturnino Braga, primeiro prefeito eleito do Rio de Janeiro depois da reabertura, Senador da República e economista do BNDE. Na atividade, contou um pouco sobre sua trajetória e trouxe interessantes debates.

Ainda que não tenham podido comparecer, Marly Motta e Mário Grynszpan deixaram importantes contribuições para a aula. Motta é coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Rio de Janeiro e enfoca seus estudos na história política do Rio de Janeiro. É autora de “Rio, cidade-capital” (2004) e “Nos tempos da Guanabara: 1960-1975” (2015) com Ana Maria Mauad. Já Grynszpan é doutor em Antropologia pelo PPGAS do Museu Nacional (UFRJ), e entre suas publicações estão o livro “Trajetória e pensamento das elites do agronegócio de São Paulo” (2016) e os artigos “Veredas da questão agrária e enigmas do grande sertão” e “Da barbárie à terra prometida: o campo e as lutas sociais na história da República” (2002).

A disciplina “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas” é coordenada por José Sérgio Leite Lopes e Carlos Vainer e oferecida a todos os cursos de pós-graduação da UFRJ. As sessões são abertas ao público e acontecem às segundas-feiras na Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo, entre 18h e 20h30.

 

 

Curso Rio | O Rio na Era Vargas

 

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No dia 03 de setembro, o Rio na Era Vargas foi o tema da sessão do Curso “Rio de Janeiro: desafios e perspectivas”. A atividade contou com a presença de Dulce Pandolfi e Samuel Rodrigues de Oliveira.

Dulce Pandolfi é historiadora, doutora pela UFF, e pesquisadora de diversos projetos no CBAE. Foi professora e pesquisadora do CPDOC, da FGV, por quase 40 anos e diretora de pesquisa do IBASE, entre 2004 e 2011. Entre seus livros publicados está “Repensando o Estado Novo”, da Editora FGV, em 1999.

Samuel Rodrigues de Oliveira também é historiador e doutor em História, Política e Bens Culturais pelo CPDOC/FGV. Atualmente desenvolve o projeto “Comissão Nacional de Bem Estar Social: as metamorfoses da questão social no Segundo Governo Vargas (1951-1955)”, em seu pós-doutorado na Universidade Federal Fluminense e na coordenação de pesquisa do CEFET, no qual é professor no Ensino Médio-Técnico e no Programa de Pós-Graduação de Relações Étnico-Raciais (PPRER/CEFET-RJ).

A sessão aconteceu um dia após o trágico incêndio que tomou o Museu Nacional. José Sergio Leite Lopes, que é diretor do CBAE e professor de Antropologia Social do Museu Nacional, fez questão de marcar a importância da instituição para o Brasil e alavancar um debate sobre o tema.